sábado, 24 de janeiro de 2009

EM COMPENSAÇÃO...


... já nem consigo acompanhar o que o Obama está "desbushizando".

Aboliu a tortura, suspendeu os julgamentos fajutos de prisioneiros de Guantánamo, criou força-tarefa para fechar Guantánamo, acabou com as masmorras secretas da CIA (pelo menos no papel), já permitiu pesquisa com célula-tronco embrionária, decretou transparência e ética (ainda sem resultados, mas democracia é complicado mesmo), já falou em indonésio (que língua será?) com um diplomata que serviu no país (comparado ao Bush, que não falava nem inglês...), aboliu um liberou-geral para emissão de gases, detonou a decisão de que os EUA só financiam ONG antiaborto e, PRINCIPALMENTE, no 36º aniversário da sentença Roe vs Wade (na quinta), mandou recado: vai cuidar do aborto como questão de saúde pública.

Embora ele ainda não tenha usado essa expressão, cunhada pelos avançados sanitaristas brasileiros, disse que vai cuidar da saúde reprodutiva, para evitar o grande número de abortos, como cabe a qualquer gestor, mas garantirá o direito da mulher a abortar. Isso é avanço, ou melhor, isso é o normal.

Ontem, quinta, os fundamentalistas cristãos taradões fizeram sua marcha anual de protesto do National Mall à Suprema Corte, em Washington, contra a decisão que legalizou o aborto em 1973. A canalha esperava uma "forcinha" de Obama, pois nos últimos oito anos Bush mandava sempre umas palavras mimosas de apoio. Tomaram tunda. E já estão dizendo que ele "traiu a promessa de campanha" de lutar pela redução dos abortos. Não são uns tarados? Que gestor quer zilhões de abortos rolando? Aliás, que mulher quer aborto? Se não fossem uns tarados, saberiam que uma boa política de saúde reprodutiva pressupõe o planejamento familiar esclarecido, evitando abortos, morte materna e sequelas diversas. Só tarado mesmo não vê isso.

A "global gag rule" (lei da mordaça) do aborto foi instituída por Reagan, abolida por Clinton e restaurada no primeiro dia de trabalho de Bush na Casa Branca, 22/1/2001. (Isso é insuportável, a saúde da mulher sujeita ao balanço da política!!!) Uma grande ONG de Londres (International Planned Parenthood Federation) calcula que a perda das verbas nos oito anos de Bush, somente na área em que atua, resultou em mais de 15 milhões de abortos de mulheres pobres mundo afora. Que poderiam ter sido evitados.

Mas o que ainda falta "desbushizar" nessa área... nem falo agora, falo depois. FUI!

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