sábado, 24 de janeiro de 2009

Aborto e desinformação

O Groburro prossegue em sua trajetória diária de desinformação.

Ontem foi Luiz Garcia, dizendo que uma das medidas no apagar das luzes do governo Bush foi o cancelamento de "verbas federais para clínicas que estimulem ou permitam abortos". Na verdade, esse foi o primeiro decreto de Bush ao tomar posse em 2001, retomando a "global gag rule" de Reagan, que Clinton havia abolido.

Garcia confundiu com outro decreto, esse sim, de fim de festa (até publiquei nota a respeito na Radis de janeiro): o do “direito de consciência”, pelo qual hospitais, médicos, enfermeiros, farmacêuticos e até o “trabalhador que limpa instrumentos” podem se recusar a participar de procedimento que considerem “moralmente reprovável”, seja aborto, inseminação artificial ou controle de natalidade. Ou seja, permite que o trabalhador da saúde se negue a cumprir seu dever. Isso o Obama ainda não aboliu. Para falar a verdade, nem sei se Bush realmente chegou a assinar essa nova norma, como anunciou. Vou tentar apurar.

"O ato foi assinado ontem como forma de lembrar os 36 anos da famosa decisão judicial da Suprema Corte no caso Roe versus Wade, que tornou legal a prática de aborto nos EUA. O caso se refere à ação movida no Texas por Jane Rove alegando que as leis estaduais contra o aborto feriam o direito constitucional à privacidade e ao uso do próprio corpo".

Jane Rove? Duas coisas: será que ele ainda está com Karl Rove na cabeça? Em segundo lugar, "Jane Roe" é "fulana de tal" -- no famoso julgamento de 73 não se usou o nome verdadeiro da mulher, Norma Nelson McCorvey.

Luiz Garcia é um sujeito de cultura, com uns 50 anos de jornalismo, foi editorialista do Grobosta anos a fio -- como confunde uma coisa assim? Marília Martins é bem mais nova, mas sendo correspondente nos EUA não pode ter tal nível de desinformação. Será que algum leitor vai escrever corrigindo os dois? Será que vão publicar? :-)))))))))

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