domingo, 30 de novembro de 2008

Cretino, sim, mas também vulgar e burro


Tá, elogiei a Grobo (arrrg), mas não posso deixar o dia acabar sem praticar meu esporte favorito, que é espinafrar o "Grobo".

Que além de cretino -- dei uma lida hoje... só escapa o Gaspari -- mostra que é vulgar, baixo, rasteiro: aproveita uma pesquisa presumivelmente séria não para mostrar que cresce no Rio o estelionato, para alertar os incautos dos golpes mais comuns, ou mesmo para indicar, em tom de derrota, que é o que inspira tal notícia, que o carioca está cada vez mais desonesto e a ética, em decadência. Não. Usa uma pesquisa séria para chamar o carioca de mané.

O jornal ofende seu próprio leitor. É inacreditável que uma redação concentre tanta ignorância -- a ponto de atirar no próprio pé.

(Clique na imagem para ampliar.)

Impressionante

Matéria excelente na Globo (acho que é o Fantástico) sobre a tragédia em Santa Catarina. Emocionante. Quando a Globo quer sabe fazer reportagem, em vez de politicagem. Os mortos já chegam a 112.

Que coisa.

Você é fã?

Quem está feliz com a Dilma candidata do PT? Eu era fãzona. Depois que ela começou a bater na Marina, tomei a maior implicância.

Bater na Marina? Qual é?

Mais um voto útil no futuro, pelo jeito.

E se o adversário for José Serra -- será? acho que a rejeição a ele é imensa, ou me engano? -- sofreremos muito nos debates. Ela fala mal pra cacete, um português abominável, de "gestor", de telemarketing. O Serra fala melhorzinho.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Vão estudar!

O Politico (tem gente que respeita) pediu desculpas por uma matéria ridícula de 25/11 que "rebatia" de forma patética o quê? O aquecimento global! (Aviso logo: não reproduzo essas obscuridades nem dou link, quem quiser que procure; só o Globo merece tal deferência, porque tenho prazer particular em depreciar esse pasquim seboso). Claro que a partir de protestos (as desculpas do Politico.com, não minha prazerosa depreciação do Globo).

Fico impressionada com a quantidade de pessoas, instituições e publicações que desrespeita a ciência (por favor, ciência, tá?, não me refiro à escória que usa métodos e tecnologias fingindo que faz ciência). É como se vivêssemos nos tempos de Copérnico ou de Galileu, para ficar na astronomia. E tome de criacionismo, de "ceticismo" no aquecimento global, de proibição de experimentos com células-tronco, de negação do aborto como questão de saúde pública e por aí vai. Resulta num imbróglio medieval permanente, que engessa governos, retarda o avanço da pesquisa, intimida jovens cientistas, acorrenta um país! Tudo ideologicamente associado ao conservadorismo "cristão" -- isso deve ofender profundamente o coitado do Cristo, um sábio, dizem... --, que quase queimou Galileu na fogueira da Inquisição e nos Estados Unidos jogou bomba em clínica de aborto ou chama Barack Obama de "baby killer".

Nada muda, mais de 3 séculos depois de Galileu?! O que fazer com essas quadrilhas do atraso, meus 4 amados leitores, criaturas sofredoras desta Terra vã e molesta? Elas encurralam uma nação! E menos entendo que um veículo de imprensa, por natureza de função social -- a informação de interesse público -- abra espaço a esse esgoto.

Sinceramente, é de pedir pra sair.

***
Esqueci de acrescentar: esses temas todos não são questão de opinião, não são objeto de referendo, não têm que ter aprovação de igrejas. Não se pode ensinar criacionismo na escola, do mesmo modo que não se pode entregar a quem quer que seja a decisão sobre aborto, que é problema privado da mulher e de seu parceiro. A fronteira é a ética -- em nossos tempos, a bioética.

Enlouqueceram todos? 2

O líder no 2 da al-Qaida, Ayman al-Zawahiri, disse que os americanos deveriam combater a crise com uma conversão em massa ao... islamismo.

Cumequié, meu chapa?

É muita ignorância, né não? Sai um fundamentalista da Casa Branca e vem outro das cavernas pregar beatice, atiçando a beataria local. Vai arrumar um serviço! Olha bem a cara do safado: não parece um vovôzinho gentil? Pois é um covardão que enrola criança em colete de bomba! E ainda ousa falar em religião! Os deuses todos -- eles, elas, todos mesmo! -- devem odiar essa tal de religião.

O ópio do povo é apátrida como o capital. Vício miserável. Ah, Marx, onde estás que não te ouvem?

Enlouqueceram todos?

Bangkok está em pé-de-guerra, com seus dois aeroportos comerciais ocupados por manifestantes que querem a renúncia do governo tailandês. Mas é incrível a cena da foto: um atirador tentou acertar o apresentador do telejornal de uma TV a cabo de oposição. Vi na BBC e procurei no YouTube este vídeo louco, mas não posso reproduzir aqui porque a cópia foi desativada a pedido sei lá de quem. Mas dá pra assistir lá. O mundo enlouqueceu, gente. Estão querendo matar o mensageiro. E se a moda pega? Não sobra um na Fox News, é isso? Ou na CNN? E na Globo News? (Pô, nem contraponto temos aqui...)

A juíza e o horror

Leiam a matéria do Estadão! Embora mal-escrita e cheia de "condicionais", é de estarrecer. Como pode uma coisa dessas acontecer aqui, numa metrópole? Motociclista fazendo ameaça? Onde arrumam gente para tal serviço? E o poder público nada faz, apenas assiste -- e até contibui, veja-se o próprio pre*side*nte do Sup*re*mo! O Brasil virou o país dos grotões -- cosmopolitas. Nas grandes cidades acontece de tudo -- voto de cabresto, bandido eleito, "empresário" mafioso, ameaça a juiz, delegado honesto tratado como bandido.

Juíza que julgava Dantas diz que ele ofereceu emprego a seu marido

"Juíza, você e seu filho já era", ouviu Mar*cia Cunha Silva Araújo de Carvalho, juíza de Direito no Rio. A ameaça, ela conta, partiu de um desconhecido que a seguiu de motocicleta pelas ruas de Santa Teresa e lhe mostrou uma arma. O episódio ilustra dias difíceis e a forte "pressão psicológica" que a magistrada alega ter sofrido desde que tomou decisão desfavorável ao Op*por*tunity, do banqueiro Dan*iel Dan*tas.

Ma*rcia depôs dia 6 para o delegado Rica*rdo Sa*adi, da Polícia Federal de São Paulo. Ele deslocou-se até o Rio. Sa*adi preside o inquérito Sat*iagr*aha e avalia o relato de Mar*cia como peça importante da investigação que promove desde que assumiu o lugar de Pr*ot*ógenes Qu*eiroz, mentor da operação. No fim de 2004 ela assumiu a 2ª Va*ra Em*presarial do Rio. Em fevereiro ou março de 2005, afirma, seu marido, Sér*gio Ant*onio de Car*valho, foi procurado por um homem que o teria convidado para trabalhar no grupo de Dan*tas. "A proposta financeira era extremamente vantajosa", narra a juíza. Seu marido lhe disse que "era dinheiro para ficar rico". Sér*gio não aceitou a proposta. (Fausto Macedo)

O restante está aqui.

Iraque: 1 milhão de civis mortos

O Iraq Body Count, que todo mundo considera uma iniciativa de grande humanismo, calcula 98 mil mortos (no máximo) desde a invasão do Iraque, em 2003. A Fair criticou o Washington Post por usar essa contagem das baixas e o jornal concordou. Hoje o Daily Kos volta a um assunto de que tratou na semana passada -- os 25 fatos mais mal cobertos segundo o Project Censored. O primeiro fato mais subnoticiado (#1 Most Underreported News Story): o número real de civis mortos no Iraque pode superar 1 milhão.

Isso é muito complicado para os americanos, completos avestruzes no que se refere a atrocidades cometidas por suas forças armadas, enquanto são pródigos em denunciar atrocidades alheias. Reconhecer que praticam genocídio é difícil até para os leitores (presumivelmente) de esquerda do Daily Kos, como se pode ver pelos comentários feitos ao texto. Um deles, acho que logo o primeiro, diz que não acredita nesses números, e que 100 mil já seria barbaridade suficiente -- no que não está errado, lógico! Acontece que a diferença entre 100 mil e 1 milhão é justamente essa palavrinha, genocídio. Ruanda, lembra o texto do DK, calcula em até 900 mil o número de tutsis assassinados em Ruanda pelos hutus em 1994. E lembro eu que o mundo não só demorou a socorrer as vítimas, como custou a empregar a palavra genocídio nesse evento trágico (se não me engano, a Christiane Amampour, da CNN, vai fazer um programa sobre essa enorme dificuldade de a "comunidade internacional" -- leia-se ONU, governos etc. -- reconhecer genocídios especialmente em países pobres).

DK destaca que Just Foreign Policy computa 1,2 milhão de mortos no Iraque. Como? Usando como base estudo epidemiológico da Lancet de 2006 -- que o Pentágono rechaçou, claro): na época, os mortos seriam 600 mil. Ocorre que a metodologia foi a mesma usada em Kosovo, perfeitamente aceita pelos americanos! Na minha humilde, se o número de mortos no Iraque for mesmo de 1 milhão, e não de 100 mil (!!!), será impossível não levar George W. Bush, Karl Rove, Donald Rumsfeld e outros falcões da guerra e neocons militaristas a julgamento por crimes contra a humanidade.

Para nossa sorte, os americanos são um povo que conta tudo -- por dinheiro ou compaixão. Assistir à minissérie Generation Kill, que narra o avanço dos americanos Iraque adentro em 2003, chega a ser um ato político. Os civis morrem como moscas. Os soldados da companhia Bravo são desarvorados, mal comandados e, alguns, sedentos de sangue: matam tudo o que se mexe, por medo ou raiva. De camelos a menininhas.

A série, lançada este ano, passa na HBO às segundas, 21h. O próximo capítulo, o 5o, mostrará a chegada a Bagdá. Tremo só de imaginar o que vai ser.

***
A idéia de levar todos os warhawks de Bush aos tribunais é puro wishful thinking meu. Os EUA nem sequer são signatários dos acordos que criaram os tribunais internacionais.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

E agora, Barack?

O Parlamento iraquiano aprovou nesta quinta o acordo Iraque-EUA de retirada das tropas americanas em 16 meses, informa a Reuters (AFP/Ali al-Saadi).

Seria o fim disso no país:
Soldados da 4a Brigada de Combate da 10a Divisão de Montanha patrulham estrada no distrito de Fadil, em Bagdá. (Ceerwan Aziz/Reuters)

Já pensou, uma coisa dessas patrulhando seu país? Veja Generation Kill, na HBO. É simplesmente chocante. O site já é um assombro!

Mas tem muito problema. Entre eles, os xiitas reprovam: "Não, não ao acordo", diz o cartaz. (Hadi Mizban/Pool/Reuters)

E eles são muitos no parlamento, embora o acordo tenha passado (Hadi Mizban/Pool/Reuters):

Obama vai cortar um dobradão pra tirar o pé de lá. Ainda mais com Robert Gates na Defesa.

A tragédia cresce

Foto: leitor Sigberto Tiedt/Blumenau

IML de Itajaí já não tem espaço para tantos corpos, relata repórter da Folha; mortos chegam a 100 110 no Sul
"O cenário é de pós-guerra. Parece que caiu uma bomba e a cidade foi toda devastada. Desde sábado o comércio não abre, as pessoas não têm como comprar mantimentos, ir ao banco sacar dinheiro."

Mais aqui!

Esse jornaleco é um desacato!

Fico dias sem pegar o Globo lá fora. Hoje, o zelador pendurou na grade da janela. Agora, 17h30, Marco disse que tinha uma lagartixa na sala, fui ver (e chorar). Achei o jornal. Tirei do saco. Abri. E não é que já me aporrinhei na capa??? Chamam Mumbai de Bombaim! O governo mudou o nome da cidade desde 1995, repudiando a pronúncia inglesa! Mas o Globo, sempre colonizador, usa Bombaim! O próprio colonizador -- no momento, representado por Gordon Brown, o primeiro-ministro britânico -- disse "Mumbai". A BBC, a TV do colonizador, diz Mumbai. Mas o Globo, não! Vive no tempo da colônia.

Parece que virou causa de vida, mas não se trata disso. É que é um acinte mesmo. Vejam a diferença da Folha: "Ataques coordenados em ao menos nove locais levam pânico a Mumbai; grupo radical islâmico reivindica ação. Ataques coordenados mataram pelo menos 86 pessoas e feriram mais de 250 em Mumbai (ex-Bombaim), centro financeiro da Índia, gerando pânico na cidade. Terroristas abriram fogo em sete locais, incluindo uma estação de trem e um hospital, e fizeram hóspedes de reféns em dois hotéis."

Não é mais respeitoso?

Otimismo, sim, mas não exageremos

O espantoso Tim Wise é branco, sulista do Tennessee racista que votou McCain por 57% a 42%, tem apenas 40 anos e dedicou a vida desde jovem ao combate do apartheid na África do Sul e ao racismo nos Estados Unidos. Em 2005 lançou um livro famoso, White like me -- Reflections on race from a privileged son, e escreveu recentemente em seu blog: "Preciso admitir: fiquei desapontado. Afinal, depois de tanto ouvir que vivemos numa América pós-racial porque Barack Obama foi eleito presidente, imagine minha surpresa quando liguei para a Secretaria do Trabalho e soube que negros, latinos e nativos ainda são três vezes mais pobres do que os brancos, duas vezes mais desempregados e que os negros formados ainda ganham 30% a menos que os equivalentes brancos -- exatamente o mesmo de 3 de novembro!"

O texto seria cômico se não fosse trágico e termina assim: toca a campainha, ele atende e é o carteiro. A carta é do banco que financia a casa dele, e oferece uma hipoteca sobre este financiamento! O exato tipo de empréstimo que arruinou 2,3 milhões de mutuários, a maioria de negros, e afundou a economia americana! Ele grita chamando a mulher:
-- Querida, corra aqui!
-- O que foi?
-- Eu te disse que vivemos mesmo numa América pós-racial! O banco está oferecendo o mesmo empréstimo predatório aos brancos!

Wise é otimista quanto ao Obama, mas acha que ele só se moverá para a esquerda se for forçado, e isso a sociedade é que tem que fazer. Não lembra aqui o Brasil?

Otimismo é fundamental, viu, Dona Esquerda?!

"Adeus aos meus velhos amigos da esquerda radical...". Li esse texto no DailyKos, que é um blog de esquerda, e fiquei encantada. Explica o ceticismo em torno do Obama e explica mais ainda a má vontade em torno do Lula. Não traduzi literalmente, fui cortando enquanto traduzia, mas o sentido está aí.

São, na verdade, dois textos: o principal é de mka193 -- ele só se identifica por este username --, que cita outro, "Enough of 'Barbituate' Left Cynicism" (chega do barbitúrico cinismo da esquerda), de Tim Wise, um sujeito realmente espantoso (veja por que no post acima). Bom, eis trechos do texto de mka193, com excertos de Wise:

"Depois que Barack venceu, um amigo me contou uma história sobre um cidadão progressista que ambos respeitamos. Perguntaram o que ele achava da vitória e que conselho daria a Barack sobre o governo. A pessoa respondeu: "Bem, por que ele haveria de ouvir meu conselho? Se ele tivesse me ouvido dois anos atrás não teria concorrido e não teria vencido".

Isso me impressionou. Resume um truísmo sobre os amigos da minha comunidade. Tanta gente tem sido tão negativa nos últimos 15 dias que nada pode crescer. A construção de um movimento é impossível se o negativismo é sempre automático.

Ontem li um ensaio de Tim Wise (um dos meus pensadores favoritos) que traduziu meu mal-estar. Você sabe o que é se sentir entendido? Bem, esse artigo brilhante, "Enough of 'Barbituate' Left Cynicism", me ajudou a expressar meus sentimentos. Muitos velhos amigos meus tentaram "roubar" minha alegria nestas três semanas depois das eleições. No início, foi fácil ignorar, mas logo ficou claro que o negativismo e o pessimismo estavam pesando. Wise diagnosticou o problema:

Pelo bem da pureza ideológica poucos na esquerda profissional expressaram alegria ou emoção que não estivesse enraizada no negativismo. Eles equivalem na política aos sedativos depressivos: tiram qualquer sombra de otimismo que você por acaso sinta.

Ainda o texto do Wise:

A ausência de humor na esquerda -- à qual ainda me sinto ligado ideologicamente, se não organizacionalmente -- sempre me impressionou como uma de suas maiores fraquezas. As pessoas gostam de rir, de estar alegres, e uma enorme quantidade de esquerdistas empedernidos parece quase totalmente incapaz disso. Como se tivessem feito um juramento de que não deve haver risada na revolução. Nada positivo, nenhuma esperança, nenhuma felicidade enquanto houver gente pobre e explorada, morta pela polícia, vitimada pelo militarismo americano, escravizada pelo capital global, comendo carne ou dirigindo carros. E ainda perguntam por que a esquerda é tão fraca.

Em algum momento a esquerda vai ter que abandonar seu caso de amor com a marginalização. Temos que parar de nos comportar como fãs de bandas de garagem que de repente começam a fazer sucesso, e pronto, se venderam, segundo a idéia de que se o povo gosta não pode ser importante e que a obscuridade é a medida da verdade. Desconstruir a psicologia por trás dessa pose seria fascinante.

A conclusão de mka193:

Continuo zangado com as injustiças, e ainda assim preciso manter minha alegria. Vou continuar com meu ceticismo sem sucumbir ao cinismo. Criei uma organização que apóia jovens líderes comprometidos com a educação e um dos meus objetivos é difundir o otimismo. Infelizmente, terei que dizer adeus aos velhos amigos para poder manter minha alegria."

Agora, sou eu de novo: isso foi uma lição pra mim, juro. Chega, não xingo mais o Lula (bem, só um pouquinho). E já que otimismo é fundamental, que tal ver umas fotos ma-ra-vi-lho-sas do Barack Obama visitando ontem uma escola primária e uma igreja que alimenta pobres? Uma amostrinha ao lado.

Obama 2.0

"É a internet, estúpido!" é o título de um artigo de Marcelo Coutinho, do Ibope Inteligência, publicado no site do PHA. Começa assim:
Em 1992 Bill Clinton venceu Bush (pai) em uma eleição ficou marcada por um bordão de James Carville, então marqueteiro do candidato democrata: “é a economia, estúpido”. Segundo ele, a frase sintetizava a principal motivação do eleitor para a mudança, depois de 12 anos de governo do partido Republicano.

Claro que é forçar a barra dizer que a Web foi a responsável pela vitória de Obama. Mas a forma como ela foi utilizada nesta eleição mostra o entendimento de uma importante mudança geracional nos EUA e, em pouco tempo, no mundo. O novo presidente não é apenas símbolo, mas também filho desta transformação: nascido em 1961, Obama simplesmente não teve que explicar o que estava fazendo nos momentos mais polêmicos da história americana recente: a guerra do Vietnã e a aprovação do aborto pela Suprema Corte em 1973. Estes fatos que marcaram todas as eleições naquele país desde o final dos anos 60. Mas ele era uma criança quando tudo isso aconteceu, o que reforçou sua mensagem de “mudança”.

Depois ele diz:
Ainda em 2007, quando o YouTube e a CNN organizaram os primeiros debates online entre os candidatos democratas, a campanha já oferecia diversas ferramentas de contato, inclusive via telefones celulares, além de “profiles” no MySpace e Facebook. Neste último, Obama contabilizou 3,1 milhões de “amigos” (McCain ficou com 609 mil). Mas a diferença fundamental da campanha de Obama em relação a outras iniciativas eleitorais que já tinham alcançado algum sucesso na Internet foi a de que ele construiu uma estrutura de comando centralizado com execução descentralizada. Ou seja, ao invés de simplesmente marcar presença nas redes sociais, nos blogs ou no YouTube, aproveitando estes espaços para remeter o internauta para o site “oficial” da campanha, a equipe digital de Obama (com cerca de 30 integrantes “full-time”, segundo fontes extra-oficiais) colocou estas tecnologias no centro do seu esforço de comunicação e organização, ajudada por um dos fundadores do Facebook, Chris Hughes. Essa “organização” de movimentos sociais e políticos por natureza caóticos, extremamente difíceis de gerenciar de forma tradicional (cabos eleitorais, comitês, distribuição de “benesses” de natureza variada, etc) foi a grande sacada da campanha, reforçando o apelo da possibilidade de mudanças serem realizadas pelas “pessoas comuns” (“Yes we can”).

Adorei. Leia a íntegra, vale a pena. É uma excelente consolidação do que se falou sobre o uso da rede pela campanha do Obama. E a equipe de transição continua usando. Toda semana Obama bota um novo vídeo no YouTube, fora o site Change.gov, as coletivas seguidas, as entrevistas à TV... o homem usa a mídia eletrônica como jamais se usou. No momento, toda a imprensa americana pede ao serviço secreto que deixe o cara continuar com seu blackberry, que ele não larga. "Estou negociando [ficar com o smartphone], para ter informação de fora do círculo de 10 ou 12 pessoas que me cercará na Casa Branca", disse ele na entrevista de ontem. Por um tal de "Presidential Records Act", ele deverá ficar totalmente offline e retirar da web blogs, sites, profiles, e-mails, scraps, tweets, vídeos, MP3 -- ele publica tudo de que gosta. A ponto de ser chamado de "Obama 2.0". (Foto: Charles Dharapak/AP/FSP)

Para o atrasadão do McCain (não o homem McCain, mas a "marca" McCain), isso é coisa de "celebridade". Dançou, né?

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Mumbai sob ataque

Em Mumbai, centro financeiro da Índia, homens fortemente armados atacaram hotéis de luxo, um restaurante turístico e uma estação ferroviária lotada. matando 78 101 125 156 195 e ferindo 200 327 pessoas, segundo a CNN. Os terroristas, do grupo Deccan Mujahideen, visaram especificamente britânicos e americanos -- pediam o passaporte para confirmar. Hóspedes de dois hotéis um hotel são reféns. (AP/Gautam Singh)

Obama's "change thing"

Perguntado se seu gabinete não está sendo mais do mesmo, apesar das promessas de mudança, Obama disse em entrevista coletiva hoje (a terceira em 3 dias seguidos e a quarta desde a eleição, fora duas mais longas à TV, um recorde entre os 4 últimos presidentes eleitos) o seguinte: "Entenda de onde a visão de mudança vem, antes e acima de tudo -- ela vem de mim". OK, OK!

Cinema americano


A HBO americana vai passar no dia 29 -- quer dizer, deve chegar logo por aqui, imagino -- um filme que adorei, Charlie Wilson's war. É sobre um senador texano muito do farrista (Tom Hanks) que se engaja numa causa: armar os afegãos para que se livrem dos invasores russos. Ele consegue apoio e muito dinheiro, e os russos finalmente partem. O mais interessante vem depois: ele tenta, mas aí não consegue, mais verbas, desta vez para financiar a construção de escolas etc. e tirar os afegãos da ignorância e da pobreza -- ignorância e pobreza que tornariam inevitável a chegada do Talibã ao poder.

Se já passou nos cinemas daqui e todo mundo viu, desculpem, estou por fora, vi esse filme quando baixei da internet, no início do ano.

***

Por sinal, para baixar filme da internet basta fazer o seguinte:

1) Baixe e instale o programaminha uTorrent (ou de qualquer site de download);
2) Baixe um "tocador" (media player) de filme. Meu favorito é o VLC.
3) Escolha o filme. O site mininova é ótimo. Há outros, que vamos conhecendo com o tempo, mas o mais simples é este. E os filmes mais bem feitos são de um DVD ripper cujo apelido é aXXo (lista dos filmes ripados pelo aXXo no mininova). Clica-se no filme desejado, ele abre a página com sinopse etc. Clica-se então em "download this torrent". O uTorrent entra em cena automaticamente: basta dar ok para ele começar a baixar (uma boa banda larga baixa um filme de 700 Mb em 45 minutos).
4) Baixe as legendas daqui -- há outros sites, claro. De preferência, escolha legenda com título igual ao do arquivo do filme. O nome do arquivo do filme e do arquivo da legenda devem ser idênticos e estar na mesma pasta, ou o VLC não "vê" a legenda. Se não sincronizar, o que é desesperador, tente outros arquivos. Às vezes não há ainda legenda em português, e o jeito é procurar legenda em inglês mesmo, que já ajuda bastante.

Divirta-se, e qualquer dúvida, informe: se puder ajudar, será um prazer. E nem preciso dizer que não se pode usar isso para fins comerciais: é crime!

Pode haver jornal mais canalha?

Como é possível o Globo ser sempre tão canalha? Alguém viu hoje a pífia cobertura da tragédia de Santa Catarina? Pois um espaço crítico da página 3 é dedicado a uma feature com censura patética ao Lula, a partir de uma fala de... Paulo Bornhausen, do DEM! Não é minha intenção defender o Lula, que pisa na bola o tempo todo, mas atacar esse jornalismo canalha que contaminou a redação de uma forma tal que já se corta reportagem essencial em prol de politicagem espúria.

Vejam este trecho: "Diferentemente de dirigentes de outros países, como EUA e França, o presidente Lula prefere passar longe de tragédias. A cena do presidente Bush numa enchente..." Bush numa enchente? Isso é piada de humor negro ou o quê? O Globo acha que seus leitores são tão estúpidos assim? Pois se um dos maiores fracassos do governo Bush foi exatamente a demora no socorro às vítimas do Katrina nos estados sulistas de Alabama, Mississipi e Luisiana, que ele só visitou 4 dias depois, ou melhor, sobrevoou DE HELICÓPTERO, apesar do saldo absurdo de 800 mortos e uma destruição devastadora! E só voltou lá 15 dias depois! Não quero minimizar a tragédia catarinense, de jeito nenhum, que já chora mais de 80 mortos, mas o Lula está indo lá hoje, 4 dias depois, e 2 ministros já estavam lá, sim. Em vez de abrir espaço a politicagem sem-vergonha, o Globo mostraria alguma função social se fizesse um terço do que a Folha fez: reportagem.

Só falta acharem lá naquele antro da Irineu Marinho que o Lula foi hoje a SC por influência desse textículo vil.

O texto da "matéria"
Longe das tragédias -- Presidente manda ministros, mas evita ir a locais de acidentes

BRASÍLIA. Diferentemente de dirigentes de outros países, como EUA e França, o presidente Lula prefere passar longe de tragédias. A cena do presidente Bush numa enchente ou do francês Sarkozy num acidente de ônibus com vítimas fatais de seus conterrâneos não se repetiria no governo Lula. O presidente brasileiro tem evitado ir a locais de tragédias como a desta semana no Sul do país.

No acidente com o avião da TAM, no ano passado, por exemplo, Lula esperou três dias para – pela TV – demonstrar solidariedade às famílias das vítimas. E só o fez depois de pressionado pelas cobranças da opinião pública. O argumento dos marqueteiros do presidente tem sido de que não é bom para um político "colar" sua imagem a tragédias e que ele pode sempre ser alvo de cobrança indesejada das pessoas no local. Agora, quando Santa Catarina já conta mais de 80 mortos por causa das chuvas que atingiram o estado, Lula ainda não deu sinais de que pretende visitar a área atingida. O Planalto informou ontem que há uma previsão de que o presidente possa ir ao estado, mas isso ainda não está decidido.

Anteontem, Lula pediu um minuto de silêncio em memória dos mortos -- em Brasília. Ontem, repetiu o gesto em outro evento -- no Planalto. E se dedicou a uma agenda voltada ao exterior: de manhã, recebeu a candidata a presidente do Panamá Balbina Herrera e almoçou com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong. Depois foi para o Rio para outra solenidade: a abertura do III Congresso Mundial de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. À noite, jantou com o presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, a quem ofereceu um churrasco no Palácio Laranjeiras. Se Lula não foi ao local da tragédia, muito menos seus ministros. Só ontem Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, responsável direto pelo assunto, chegou a Santa Catarina. Os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e da Saúde, José Gomes Temporão, ainda não repetiram o gesto.

Na Câmara, líderes da oposição cobraram pressa do governo para que envie uma MP com crédito para socorrer as famílias. Os parlamentares do DEM aprovaram moção ao presidente Lula, proposta pelo deputado Paulo Bornhausen (SC), para que seja editada medida provisória (MP) liberando recursos para atender as vítimas da enchente. – Ele (Lula) foi rápido e pródigo para editar uma MP mandando comida a Cuba. Agora, nem mesmo uma palavra se ouve do presidente sobre o drama de milhares de catarinenses – cobrou Bornhausen.

Sem palavras

Pegando na veia do racismo no Brasil

Postado por Luiz Weis em 24/11/2008 às 6:22:58 PM no Observatório da Imprensa.

Eis o trecho final:

É o especial da Folha de domingo sobre racismo: 16 páginas sem um único anúncio, atualizando a sua primeira grande incursão pelo problema – o caderno, publicado em 1995, chamado “Racismo Cordial”.

O de agora – “O Racismo Confrontado” – também se baseia numa pesquisa do Datafolha sobre as atitudes declaradas dos brasileiros a respeito das relações entre brancos e negros. Embora obviamente preparado antes, saiu três dias depois que a Câmara dos Deputados aprovou projeto de cotas para negros, pardos e indígenas que tenham feito o ensino médio em escola pública nas universidades federais brasileiras.

A primeira “notícia” da pesquisa é que caiu dramaticamente, de 11% para 3%, a proporção daqueles que assumem o seu preconceito em relação aos negros, enquanto permaneceu estável (na casa de 90%) o contingente dos que acham que o brasileiro têm preconceito de cor.

Foi como se tivessem dito: “Eu não, mas os outros sim.” Está claro que as pessoas ficaram mais inibidas em manifestar o seu preconceito. A hipocrisia, dizem os franceses, é a homenagem que o vício presta à virtude. Mais disfarçado, o preconceito se rende ao fato de que o racismo é inaceitável.

Também caíram consistentemente as porcentagens de concordância com frases racistas, do tipo “Negro bom é negro de alma branca” (de 47% para 26%) ou “As únicas coisas que os negros sabem fazer bem são música e esporte” (de 43% para 20%).

A outra importante revelação do levantamento é que desta vez só 37% dos entrevistados – ante 50% em 1995 – se declaram brancos. Os “pardos” aumentaram de 29% para 36%, os “pretos” continuam o que eram (12% na primeira pesquisa, 14% agora).

Mas o que é notável no caderno especial é o que a Folha fez a partir e além da pesquisa: as seis reportagens da rubrica “Retratos”, mais três artigos de estudiosos, mais uma entrevista pingue-pongue (com o ministro Joaquim Barbosa, o primeiro negro a chegar ao Supremo Tribunal Federal), mais a excelente série de seis breves depoimentos com experiências pessoais de racismo, em resposta à pergunta “Em que situações a cor da sua pele se mostra relevante?”

Do ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, por exemplo:

”Fui abordado [num vôo para o exterior] pela aeromoça brasileira em inglês e respondi que ela podia falar em português mesmo, porque eu era brasileiro. Um outro passageiro, já sentado, ouviu o diálogo e disse à moça que eu era ministro. Imediatamente, ela perguntou: ‘De qual igreja?’.”

Quase tão bom como o item da pesquisa que pedia aos entrevistados que atribuíssem uma cor a 11 “celebridades nacionais”.

Quarenta e quatro por cento disseram que Ronaldo era pardo. Comentário do jogador: “Eu, que sou branco, sofro com tamanha ignorância.” Quarenta e dois por cento disseram que Lula – branco por todos os critérios imagináveis – era pardo também. Assim como outro branco, Caetano Veloso (pardo para 40% dos entrevistados).

A reportagem a respeito cita o historiador Luiz Felipe de Alencastro. O seu argumento:

”Quando se pede para atribuir cores a celebridades, é óbvio que os entrevistados não responderam apenas sobre a pigmentação da pele. Compõem as respostas critérios de qualificação intelectual, os papéis que a pessoa desempenha na sociedade, como ela quer ser vista.”

Daí que o ex-presidente Fernando Henrique, que certa vez se declarou “mulatinho, com um pé na cozinha” foi dado como branco por 70%, e pardo, só por 17%.

O primeiro especial da Folha sobre racismo acabou sendo publicado como livro. É o que merece acontecer com este.

***

Foi o Truda quem sugeriu. Que show, hein? A íntegra está aqui. Mas quem assina Folha/UOL tem que ler o especial O racismo confrontado.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Lindinho, né?


Foto do Marco. Cinco minutos depois eu estava ali naquele bar, festejando o fechamento da revista. Dez minutos depois o Truda chegou. Cinquenta minutos depois o Leo, filho do Truda, ligou dizendo que estava trancado (do lado de dentro da casa). Um minuto depois o Aristides avisou que estava mandando o pdf para revisão final. E acabou a festa.

Fui! (Ver o John Adams!)

Direita, esquerda, centro, sacumé

O Nate Silver, do 538, também está discutindo o rumo político do governo Obama -- como toda a "esquerda americana". Imprimi pra ler na cama e amanhã, se valer, comento. Tem até tabela colorida enumerando atos, pensamentos e obras do que considera ser de esquerda ou de direita! Ele é matemático e estatístico, mas e daí? Política é lida de todos.

Botei "esquerda americana" entre aspas porque, alguns devem se lembrar do blog velho, meu antigo (e ultimamente ausente) guru Stephen Gowans considera esta expressão uma contradição em termos.

***

Li o texto, e o Nate não chega a conclusões espaciais, apenas lista, a partir do site do Obama, os programas políticos que ele pretende adotar. A maioria é progressista, e uns poucos são de centro, em particular na política externa. Vamos ver.

Que obra...

O recém-formado comitê da posse de Barack Obama prometeu que não vai aceitar dinheiro de corporações, de ONGs políticas ou de lobistas para a "histórica celebração" de 20 de janeiro, informa o Washington Post. E precisa? Umas 5 mil festas chiques e uns 500 bailes de arromba estão programados além das cerimônias originais. Só não convidem outros Robert Gates pro governo, ou desse champanhe só restarão as bolhas.

***
Curioso... entendo e aceito as concessões do Lula; por que não as do Obama, oceanicamente mais pesadas? Terceira idade é fogo, alguns voltam à infância.

(A foto está no Huffington, sem crédito.)

Não mereço!

Argemiro me escreveu! Estou sob forte emoção. Então, a pedidos, docemente constrangida, vou "aturar" o Robert Gates...

***
Bem, o post de hoje do Argemiro, Aquele santo padroeiro dos conservadores, é outra peça imperdível. Fiquei esses três anos fora da blogosfera e me tornei uma net dumb. Tem como, mas não sei tornar automático um link para todos os textos dele. Ainda aprendo.

MEU DEUS DO CÉU!!!!!!!!!!!!!!!!!

A ABC deu que o Robert Gates será o secretário de Defesa do Obama!!!!!!!!!!!!!!!

Adeus, mundo cruel.

***

A imagem da frustração


***

E agora? Vou ter que cumprir minha promessa. Tenho 62 anos e ainda caio nessas armadilhas infantis. Odiei a decisão do Obama, mas nem quero romper com ele nem apagar o blog... buááááááá. Vou pensar atá amanhã.

Aviso ao Sr. Obama

Se Robert Gates, secretário de Defesa do Bush, for mantido na equipe de Barack Obama eu rompo com este governo antes mesmo da posse.

E deleto esta porcaria de blog.

Já aturei Hillary Clinton, que além de detonar Obama o quanto pôde é conservadora pra caramba em política externa, já aturei Larry Summers, que detonou a inteligência feminina, já aturei Timothy Geithner (Tesouro), que vem "do mercado", Jim Jones, em segurança nacional, conservador de carteirinha, embora tenha dito que o Iraque está sendo um fiasco.

Chris Bowers, do Open Left, diz que até agora só há quatro indicados da esquerda na equipe: Patrick Gaspard, para diretor político da Casa Branca; Phil Schiliro, assistente para assuntos legislativos; Melody Barnes, diretora do Conselho de Políticas Domésticas (ou Interior), e Ellen Moran, diretora de Comunicações. O resto é de centro. Mas ele ressalva que os leitores argumentaram nos comentários que são de esquerda/liberais os seguintes indicados: Hillary Clinton (Estado), Janet Napolitano (Segurança Interna), Eric Holder (Justiça), Bill Richardson (Comércio), Tom Daschle (Saúde), John Podesta (transição), Rahm Emanuel (Casa Civil). Ele discorda, acha que são centristas. E eu, como não conheço a maioria, confio no taco dele.

Mas Robert Gates não dá.

***

Por falar em direita e esquerda, não percam no Argemiro o post Novos “think tanks” no centro do palco! Bom demais (para variar)!

***

E por falar no futuro do Bush (ali na enquete), não perca no Biscoito Fino o post Três livros indispensáveis. Vou tentar baixar da internet (ai, que pecado... mas quem é louco de fazer dívida em dólar???).

Oi o cacete!

Incrível, fiquei sem telefone fixo e velox no sábado e, ontem, tudo de novo. Quando liguei para reclamar, nas duas vezes em que fui atendida -- sim, porque as tentativas são várias até dar certo, como todos sabem -- me avisaram que algumas linhas da minha área estavam "em manutenção". Perguntei se era a chuva (que não passa, que coisa!), e nas duas vezes me disseram que "é provável", ou seja, é a chuva. Numa estação antiga como a minha, a Tiradentes, os caras devem ter que enxugar os cabos com toalha ou jornal.

Um detalhe engraçado. Antes do atendimento "pessoal", a gravação pede que se diga para qual equipamento se quer reparo, Oi velox ou Oi fixo. Na primeira vez eu disse idiotamente "Oi fixo". Depois, me manquei. Por que vou ficar repetindo essa besteira? Aí passei a dizer "fixo" ou "velox". Funciona do mesmo jeito. Que palhaçada desses marqueteiros, exigir que o usuário diga o nome da porcaria da empresa! Oi o cacete!

domingo, 23 de novembro de 2008

Vida, arte, coincidências

Como são as coisas. Acabo de ler no TPM que Barack Obama já escolheu a equipe que comandará o setor de Comunicações/Comunicação da Casa Branca.

O primeiro cargo, o de diretor de Comunicações, será de Ellen Moran; Robert Gibbs será o secretário de imprensa, e Dan Pfeiffer, o vice-diretor de Comunicações.

Ellen Moran é atualmente diretora-executiva da EMILY's List -- nada mais nada menos do que uma ONG cujo objetivo é ajudar a eleger para o Congresso mulheres pro-choice, ou seja, a favor do direito ao aborto. (Esse nome, EMILY's List, é acrônimo de "Early Money Is Like Yeast, de um velho ditado das campanhas políticas, segundo o qual "dinheiro precoce é como fermento, ajuda a massa a crescer", atraindo novos doadores etc.)

Para dar uma idéia do que representa o cargo da Ellen, fui procurar na internet um espetacular seriado da TV, The West Wing: o personagem Toby Ziegler (Richard Schiff) era o diretor de Comunicações, lembram dele?



É o segundo da direita para a esquerda; o vice, o último da direita, era na série Will Bailey (Joshua Malina) e C. J. Cregg (Allison Janney) era a secretária de imprensa (a terceira).

Pois bem, nessa busca descobri que o personagem de Matt Santos (Jimmy Smits), o canditado democrata da sétima temporada da série (à esquerda de Martin Sheen), lembra muito mais o Obama do que o presidente negro David Palmer (Dennis Haysbert), de 24 horas. Achei as semelhanças entre os dois neste blog, o SOS Hollywood, num post de 5/11. Diz que o texto foi publicado no Globo -- quase não leio esse jornal, por isso não vi.

O autor comenta que "os roteiristas de The West Wing devem estar sorrindo à toa, afinal, não é para qualquer um antecipar todos os passos de uma eleição e ainda acertar o vencedor". Sim, porque o "latino" Matt Santos, lindo e charmoso como Obama, também vence o senador Arnold Vinick (Alan Alda), um republicano bem mais velho, igualmente tido como independente em suas posições políticas. Mas nem dá para comparar um Alan Alda bonito de matar e mil vezes mais inteligente do que John McCain! Muito menos o debate entre os dois, quem lembra? Foi um episódio ao vivo, transmitido -- de mentirinha -- pela CNN e de tirar o fôlego, os dois esgrimindo brilhantismo. Na questão da saúde então... o Santos destrói. Acho que escrevi sobre isso em algum lugar. Deve ter sido no blog antigo, que eu apaguei, sniff. Já os debates Obama-McCain foram de dormir!

(Clique para ampliar e poder ler)

***

Jimmy Smits, que representou Matthew Santos, com Barack Obama em setembro de 2005 (Chris Greenberg, Getty)

Gente, fui caçar na internet essa foto, que a matéria acima publica, e achei a origem de tudo, uma reportagem do Guardian de fevereiro de 2008! (E a matéria do blog nem menciona o Guardian...) O personagem Matt Samtos foi REALMENTE baseado no jovem Obama!

"Eu me inspirei nele para desenhar esta personagem", disse ao Guardian Eli Attie, roteirista e produtor de The West Wing (atualmente, faz o mesmo em House). "Quando eu estava escrevendo, só dava Obama no cenário nacional. Ele tinha feito um grande discurso na convenção [que nomeou John Kerry], e as pessoas começavam a falar dele". Attie, que escrevia os discursos de Al Gore na malfadada campanha de 2000 e escreveu muitos dos principais episódios com Santos em The West Wing, telefonou ao assessor de Obama David Axelrod.

"Eu disse a ele: 'Me fale desse cara, Barack Obama'". Com o ator Jimmy Smits já escalado para a série, Attie ficou especialmente interessado em saber como a estrela ascendente Obama tratava a questão racial. As informações de Axelrod ajudaram na forma como Santos abordou sua própria identidade hispânica. "A insistência de Santos em não ser definido pela raça, seu orgulho disso mesmo ao se colocar acima disso veio dali", disse Attie.

O roteirista também tomou emprestado da vida de Obama a noção de candidato superstar. "Depois do discurso da convenção, a vida de Obama mudou. Multidões o seguiam. Era mais do que um candidato atrás de votos: as pessoas estavam atrás dele. A aura de celebridade em torno de Santos veio daí".

O resulttado é um bizarro caso de arte imitando a vida -- apenas para em seguida a vida voltar a imitar a arte.

Passado presente



Do TPM

Outro show do Argemiro Ferreira

Da “década da ganância” à “ganância infecciosa”

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ela aceitou

Hillary Clinton acaba de anunciar que aceitou o convite de Barack Obama e será a secretária de Estado do próximo governo.

Vocês não imaginam de quanta grana o casal está abrindo mão em troca deste cargo. Palestra recente que Bill fez no Kuwait rendeu US$ 500 mil. Fora as doações à Fundação Clinton.

Nada vou comentar.

*** Timothy Geithner, presidente do Federal Reserve Bank de Nova York, seria o secretário do Tesouro.

*** Bill Richardson (como Hillary, ex-desafeto) iria para o Depto. de Comércio.

Do Biscoito Fino e a Massa...

..., um blog muito bom, que descobri há pouco tempo (o link está no título):

Para quem se lembra da época em que Aldir Blanc e João Bosco tiveram que substituir, por causa da censura, “o almirante negro” por “navegante negro” na letra de Mestre-Sala dos Mares, há algo de especial em se ver um presidente operário inaugurando uma estátua de João Cândido, o líder da Revolta das Chibatas, no Rio de Janeiro. João Cândido é daquelas idiossincrasias brasileiras: um negro rebelde, líder e revoltoso em 1910, que vinte anos depois se rende ao charme da Aliança Integralista Nacional, de Plínio Salgado. Em todo caso, um herói popular, especialmente do povo negro, pela memória gloriosa do que fez em 1910.

Foi lendo um belo texto da Cidinha que cheguei, este ano, à minha reflexão anual de todo 20 de novembro: a de que o Brasil é esse compósito singular de uma realidade sistêmica de discriminação coexistindo com a celebração universal da mistura e da mulatez. Em graus variados, em um ou outro discurso, a mitologia da mulatez vai “acolchoando” a realidade da segregação econômica e da discriminação cotidiana. Isso coloca os movimentos negros numa posição particularmente chata, pois sua demanda é vista como ameaçadora de um mito nacional muito querido. Num contexto assim, os movimentos negros estão certos de martelar o fundamental, que é o sistêmico e onipresente abismo racial no Brasil, dos hotéis às agências de propaganda, do elevador à reunião de chefia à blitz policial à sala de aula.

Vai lá!

Essa direita não tem jeito

Inconformada, ressentida e morta de inveja, a direita está disposta a reduzir tudo o que se refere a Barack Obama a sua própria visão de mundo, ou seja, estreiteza máxima e generosidade nenhuma. Cito 3 exemplos, de ontem e hoje.

O Wall Street Journal (que é do Rupert Murdoch, assim como a Fox News) deste dia 21, na matéria "Washington's Woodstock", diz que a festa da posse será "uma mistura de Woodstock com o discurso de 1963 de Martin Luther King Jr. no National Mall". Com a minha extrema má vontade, o que entendi disso? Que vai ser uma mistura de maconha e sexo livre com passeata de negros. Se alguém entende diferente... esteja à vontade. Nos parágrafos seguintes, reafirma a acusação de McCain de que Obama é mera "celebridade", porque os famosos de Hollywood, mantidos de proposito a distância durante a campanha, vão invadir a capital para a festa. O problema do WSJ é que há celebridades progressistas, que votaram no Obama e agora querem festejar à grande a vitória dele. O WSJ que fique com Chuck Norris.

A Fox News passou a noite de ontem minando a indicação de Eric Holder para attorney general (equivalente a ministro da Justiça) porque, quando era vice da Janet Reno no governo Clinton, participou da concessão de perdão presidencial a gente polêmica. E pediu clemência para 16 ativistas (ok, "terroristas") das Fuerzas Armadas de Liberación Nacional de Porto Rico. Nem uma palavrinha sequer sobre os perdões que Bush está preparando.

Por fim, leio no Hufffington que os direitistas do rádio, tipo Rush Limbaugh e Sean Hannity -- imaginem uma mistura de ACM Neto, Eduardo Paes, Onix Lorenzoni e Artur Virgilio juntos -- que, acredite se quiser, são líderes de audiência nos EUA (bem, talvez parte dos ouvintes seja como eu, que vejo a Fox News para vigiar; de qualquer modo, damos audiência, né?), vêm agitando as ondas com a idéia de que Obama e Nancy Pelosi (a presidente da Câmara) vão ressuscitar a Fairness Doctrine para amordaçá-los. Essa doutrina surgiu em 1949 para compensar a "escassez de recursos" do Pós-Guerra, e obrigava os poderosos donos de rádio de então a conceder direito de resposta ou apresentar ponto de vista contrário a sua opinião. O Observatório tem um artigo excelente do Argemiro Ferreira ("A Fox News e a liberdade de expressão") sobre tudo isso.

Pois bem, tem democrata mesmo querendo interferir nesses programas, que jorram mentiras e ofensas em cima do presidente eleito e de qualquer um que ouse não ser conservador, mas Barack Obama já disse várias vezes que não vai ressuscitar a tal da doutrina.

E assim vão os caras, tentando estragar a festa da posse. No passarán!, como diria La Pasionaria. Melhor "passarão, passarinho", como diria o Quintana.

Crédito: Photo Illustration by Stephen Munday

***

Gente, acabo de visitar o blog do Argemiro! Que show! Quando li esse texto dele no Observatório, na época, não tive tempo de entrar no blog (era 4 de novembro, véspera da eleição...)! Há textos incríveis de tão bons, inclusive um que arrasa aquela primeira página do Globo -- "Presidente Barack Hussein Obama" -- com argumentos consistentes, não aquele meu "detestei". Não percam!

Essa moça não tem jeito

Ela "perdoa" o peru no abatedouro (uma semana antes do Thanksgiving, quando o normal é na véspera) e fala, fala, fala como matraca, enquanto ao fundo estripam a pobre ave. Os repórteres, claro, ficam bem quietinhos e nada avisam. Que feio, coleguinhas! Greta Van Susteren, da Fox News, fã número 1 da gralha, teria avisado... :-))))

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O inglês de Barack

Uso de frases completas por Obama já causa controvérsia

Andy Borowitz *

Com seu polêmico uso de frases completas, o presidente eleito Barack Obama rompe tradição de oito anos. Milhões de americanos que assistiram à entrevista do Sr. Obama ao 60 Minutes, no domingo, testemunharam a pouco ortodoxa mania do Sr. Obama de empregar frases gramaticalmente corretas.

A decisão do Sr. Obama de usar frases completas em seus pronunciamentos públicos traz riscos, uma vez que, após os últimos oito anos, muitos americanos podem considerar seu estilo chocante. Segundo Davis Logsdon, especialista em História Presidencial da Universidade de Minnesota, ter um presidente que fala inglês como se fosse sua língua-mãe poderia pjavascript:void(0)arecer, a alguns, "excludente".

"Cada vez que Obama abre a boca, sujeito, verbo e predicado concordam", disse o Sr. Logsdon. "Se ele mantiver isso, corre o risco de soar elitista" e o público poderá acabar reagindo: "Ok, sujeito, predicado, sujeito predicado -- já entendemos, pare com o exibicionismo".

A teimosa insistência do presidente-eleito em usar frases completas já atraiu reprimenda de um de seus mais severos críticos, a governadora do Alasca, Sarah Palin. "Falar com frases completas lá e também muito que falar de uma forma comum a americanos como Joe the Plumber e Tito the Builder, não pode realmente, acho que necessitam ouvir, não é aquilo que os americanos estão precisando também", ela disse.

* Comediante e escritor

PS: Deixei o Google Translator traduzir o trecho da Sarah Palin! Não ficou perfeito???

PS2: Marco pergunta -- como vai ficar o David Letterman sem o Bush? De fato. Há anos ele tem um quadro chamado "discursos presidenciais", no qual exibe uma ou duas falas memoráveis de presidentes do passado e depois bota uma fala recente do Bush. É sempre, sempre hilário. Esse debate já tomou conta da TV: sem Bush, de que viverão os comediantes? Jon Stewart disse noutro dia, olhando para uma imagem de Bush, o Tapado: "Já sinto tanto a sua falta..."

Patrick Moberg

(clique no título para ampliar)

Esse jornal SE ACHA

Tinha deixado passar esse artiguete de ontem (19/11) no Globo. Obama certamemnte vai prestar atenção no "conselho"... É mais ridículo ainda porque o "conselho" parece vir de um jornal moderado, quando é de direita e muitas vezes de extrema-direita -- ou não ouviria a igreja em todos os assuntos ligados à ciência, não trataria o movimento social como representante do demônio, não seria contrário a qualquer gasto social. Direitistas ridículos.

***
Aliança

SERÁ MUITO importante que o encontro de segunda-feira entre Barack Obama e John McCain renda mais do que boas fotos.

A PREGAÇÃO suprapartidária de Obama tem uma vertente simbólica -- a necessidade de frear a política divisionista em Washington --, e outra prática: obter apoio o mais amplo possível para suas propostas.

A BUSCA de consenso é imperiosa, e McCain, um expoente dos republicanos moderados com quem o presidente eleito espera contar no Congresso.

JÁ QUE, dos opositores identificados com Sarah Palin, só deve esperar chumbo grosso.

Olha o ouro da China aí!

Sei não, mas tem gente bobeando aí. Enquanto nossa ridícula imprensa repete o besteirol americano sobre uma nova Guerra Fria entre EUA e Rússia, a China dá uma de formiguinha e vai trabalhando as Américas Central e do Sul. Hu Jintao esteve anteontem com Fidel (vi no Globo), ontem foi a Lima (vi na CNN).

Alô, criançada, se quer ganhar dinheiro tem que aprender mandarim! É a China que vai sustentar o planeta nesse período de crise. E não acreditem em nossos ridículos colunistas de economia, que insistem na desaceleração da economia chinesa porque o crescimento lá caiu de 10,5% pra 9%. Não usam a cabeça? É claro que tinha que cair um pouco! As obras da Olimpíada acabaram, o grosso de Três Gargantas está feito. Mas ainda tem muita coisa por lá a ser feita. E eles vão aproveitar a queda nos preços do aço etc., ora, queriam o quê? Que dissessem, não, não, queremos que o preço continue lá em cima, por favor...? Eu hein...

Agora que ando mergulhada nas TVs e na mídia americana é que vejo o quanto nossa cobertura de Inter é ridícula. O Globo -- mas não é só o Globo -- no outro dia deu uma página inteirinha de futilidades sobre Obama. Eu tinha visto aquilo tudo na véspera nos sites de fofoca americanos! E a escolha no gabinete de Obama estava comendo solta, a disputa pelas últimas 3 cadeiras no Senado também -- agora são apenas duas --, choviam interpretações sobre o significado da vitória dele, se era ou não guinada à esquerda ou pelo menos liberal, enfim, coisas que mereciam matéria. Mas qual...

Bem, a China está aí, será que alguém vai prestar atenção? Obama que abra o olho, ou os EUA vão perder ou ver dividido seu quintal mais tradicional.

Claro, pode também não ser nada disso, afinal eu penso muita besteira e boto aqui, desculpem.

***
Visita de Hu Jintao ao Brasil impulsionará relações bilaterais

(enviado pela Sunny)

A convite do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente chinês iniciará esta semana sua visita ao Brasil. Às véspera da visita, o embaixador brasileiro em Beijing, Luiz Augusto de Castro Neves, concedeu entrevista à Agência de Notícias Xinhua.

A próxima visita de Estado do presidente chinês Hu Jintao ao Brasil será muito especial nas relações entre ambos os países, pois coincidirá com o 30º aniversário do estabelecimiento dos laços diplomáticos bilaterais, afirmou o embaixador do Brasil em Beijing. Ele assegurou que os vínculos entre o Brasil e a China são muito bons e se encontram numa fase de cada dia maior aproximação e diversificação, em que cada parte brinda maior prioridade a suas relações bilaterais.

Castro Neves assinalou que graças à associação estratégica mantida por ambos os países, se registrou um grande crescimento nos últimos anos em seu intercâmbio comercial, que alcançou US$7,989 bilhões em 2003, um aumento de 78,7% em relação ao ano anterior.

Apontou que o investimento brasileiro na China também tem aumentado de maneira considerável, terreno em que se destaca o desempenho da Empresa Brasileira Aeronáutica(Embraer).

Quanto à cooperação científica e tecnológica, o embaixador se refiriu ao lançamento de dois satélites de recursos terrestres desenvolvidos conjuntamente pelo Brasil e a China e o futuro lançamento de outros três similares.

Castro Neves disse que seu país e a China, dois importantes nações em via de desenvolvimento, compartilham muitas afinidades no cenário internacional, em que têm atuado de maneira concordante.

O embaixador reiterou que o governo de seu país apóia a política de "uma só China" e entende que o problema de Taiwan é um assunto interno da China.

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Zhang Qiyue, enalteceu recentemente as boas relações sino-brasileiras.

Numa entrevista coletiva à imprensa realizada semana passada, Zhang afirmou que a próxima visita do presidente Hu ao Brasil mostra a importância que concede a China ao desenvolvimento de suas relações com o Brasil.

Destacou que a China e o Brasil têm muito em comum no político, compartilham similares pontos de vista sobre muitos assuntos regionais e internacionais e cooperam estreitamente nos terrenos econômico, comercial e tecnológico.

Em maio passado, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou uma visita de Estado à China, durante a qual ambas as partes firmaram uma série de acordos de cooperação. O embaixador qualificou essa visita de muito exitosa. (publicado no site do consulado da China no Rio, 14/11)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Milagres acontecem!

O prefeito de Anchorage, Mark Begich, democrata, venceu o mais antigo senador dos Estados Unidos, Ted Stevens, republicano, por 146.286 (47,56%) a 143.912 (46,76%) votos. Pode haver pedido de recontagem, mas é improvável porque Stevens acaba de ser condenado em sete acusações por prevaricação. O safadão completou hoje 85 anos. Belo presente, hein? Se vencesse, Stevens deveria renunciar ou ser expulso, e a governadora do Alasca, Sarah Palin, apontaria seu sucessor -- especulava-se que apontaria a si mesma, o que daria a essa gralha patética um cenário nacional para se fingir de política, quando não passa de especialista da extrema-direita em difamação.

Vou dormir contente, ainda que me coçando toda!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

NUNCA MAIS!

Tinha esquecido do porquê não ia há décadas à Floresta da Tijuca. O garçom ofereceu repelente, todo mundo passou na pele e eu disse: "Ué, não tem mosquito nenhum..."

Estou há dois dias em desespero me coçando, tornozelos, pulsos e cotovelos vermelhos, inchados e já feridos! Que maldito mosquito é esse que só morde nas articulações, alguém sabe? Tomo antialérgico, passo hipoglos ou betaderm, mas só melhora com bolsinha de gelo.

NUNCA, NUNCA, MAS NUNCA MAIS MEEEESMO!!!!!!!!!!

ABAIXO O VERDE!

Até quando, senhores?

No Globo: O mar agitado no Rio fez uma vítima na manhã desta terça-feira. Um casal de turistas alemães que visitava a Pedra do Leme foi arrastado por ondas de cerca de dois metros por volta das 10h. Bombeiros do Grupamento Marítimo de Copacabana viram o acidente e acionaram o helicóptero do Corpo de Bombeiros, que resgatou os dois.

O homem de 42 anos, que não teve o nome informado, morreu com um corte profundo no rosto. A mulher, de 32, foi levada para o Hospital Miguel Couto, no Leblon, com fratura exposta na perna e luxação no braço. Segundo o hotel onde o casal estava hospedado, próximo ao local do acidente, eles chegaram na noite de segunda-feira e estavam sozinhos na cidade.

Em 12 agosto de 1988, as ondas na Praia do Leme também mataram o bailarino e produtor cultural inglês Graham Bart, de 37 anos, durante uma ressaca. Ele estava no Costão do Leme quando foi atingido pelas ondas, caiu no mar e desapareceu. Graham Bart era casado com a bailarina Ana Botafogo.

***
Será possível que não possam pôr um guardinha ali toda vez que chove forte? É preciso morrer um atrás do outro? E também, vem cá, que pessoas imprudentes, hein??? (Tirei o "gente burra" a pedido do meu filho...)

E esse mar de lama? Até quando?

Esperança é isso, ué...

Barack Obama virou uma espécie de Midas positivo: tudo relacionado a ele vira ouro no bom sentido. Em entrevista ao 60 Minutes (CBS), domingo à noite, ele disse que estava lendo um livro sobre Franklin Delano Roosevelt, sem mencionar título ou autor. Segundo o New York Times, foi o bastante para que editores revirassem freneticamente seus catálogos para republicar tudo o que fosse ligado a FDR. Ontem, nas livrarias, os livros sobre FDR desapareceram das prateleiras!

O vestido que Michelle Obama usou em junho no The View, um programa de debates tipo Saia Justa, só que na TV aberta (ABC), de apenas US$ 148, sumiu da loja e virou hit de verão. Foi só o Obama falar que vai dar um cachorro às filhas que criadores do país todo oferecem raças diversas, e toda a imprensa debate esta "importante questão", como a definiu o próprio presidente eleito.

É tudo tão simples de entender... A Fox News já está debatendo a "expectativa excessiva" da mídia e da população -- "e a lua-de-mel vai acabar logo", torcem os reaças.



O que eles não dizem é que, depois de décadas de presidentes incultos e uma candidata a vice patética (Jimmy Carter, pobrezinho, George Bush pai, um "texano", Ronald Reagan, uma besta, Bill Clinton, que apesar de Yale e Columbia [correção: Georgetown] nunca primou pela cultura, e George W. Bush, tão ignorante quanto Sarah Palin), os americanos estão encantados com um presidente instruído.

Michael Moore pergunta na carta dele aos eleitores de Obama, "Me belisca...": "Como será ter um presidente esperto? A ciência, desterrada por oito anos, voltará". É um encantamento só. Imagino que teríamos nos sentido assim se Lula tivesse sido eleito em 1989 -- um presidente de esquerda depois de 30 anos de ditadura. Em 2002 já foi o que foi, apesar da Carta aos Brasileiros e de todas as concessões necessárias...

É claro que a lua-de-mel acaba, mas cultura, artes, ciência, educação, TV, imprensa... tudo vai tomar um banho de luzes, sacudindo esses oito anos de trevas.

Formez vos bataillons!

Delegado Protógenes Queiroz:

"Só vou dialogar com a imprensa após a condenação do bandido, do banqueiro bandido, disfarçado de investidor financista, Daniel Dantas"




Olhaí, se prenderem mesmo o Protógenes e o Lacerda vou achar, pela primeira vez na vida, um motivo pra pegar em armas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

ai ai...

Pensando bem,...

... os americanos merecem a imprensa que têm. Sarah Palin vai ganhar US$ 7 milhões por um livro. Joe the plumber, outros bons milhões. Aposto que vão esgotar. ô povim...

sábado, 15 de novembro de 2008

Processo no Bibi!


Incrível! O New York Times descobriu que o site de campanha do Benjamin Netanyahu -- um cretino de direita muito do safado -- é igualzinho ao do Obama.

Se fosse eu processava o sem-vergonha por plágio.

Essa eleição nunca acaba

Mais 11.612 votos foram contados na eleição para o Senado no Alasca, que só deve terminar na terça. O democrata Mark Begich, que estava 3 mil votos atrás, agora está 1.061 votos na frente de Ted Stevens, senador há 600 anos que acaba de ser condenado em 7 acusações por receber propina, presentes etc. Falta contar uns 30 mil votos de áreas aparentemente favoráveis a Begich.

Caramba, essa vitória daria 58 senadores ao Obama. Os democratas torcem para que se chegue ao “número mágico” de 60, que não permite obstrução da oposição. E ainda é possível. Em Minnesota, a disputa entre o ator Al Franken, democrata, e o republicano Norm Coleman chegou ao empate, o que automaticamente obrigou a uma recontagem (Coleman também está sendo processado por prevaricação). E na Geórgia litaralmente empatou. Vai haver eleição especial em dezembro para decidir.

Que coisa... Os democratas estão loucos de ansiedade, e os republicanos, desesperados. McCain até prometeu acampar lá pra ajudar o companheiro de Senado, outro movéis e utensílios do pedaço. O nome do cara é hilário: Saxby Chambliss. Parece nome de iogurte ou de personagem de Dallas. Alguém se lembra?

Hoje é que foi confirmado mesmo que o Obama levou o Segundo Distrito de Nebrasca, que não votava democrata desde Lyndon Johnson. Obama lidera por 3 mil votos, mas como só falta 1.899 para contar, não há mais como perder.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Não se pode elogiar!

Hillary Clinton foi a Chicago. Pode ser a secretária de Estado do Obama. Na segunda-feira, McCain vai a Chicago. Será que vai ser convidado para secrewtário de Defesa?

Eu corto os pulsos!

Não disse?


Claro que a Fox News não é um bom exemplo do que eu disse abaixo, mas de qualquer forma é uma amostra.

Notícia no canal Fox News: "Imagem de planeta prova a existência de outros mundos fora de nosso sistema solar"

Meu deus! Isso é sinistro, uma coisa medieval, pior do que medieval! Eles não acreditavam antes de verem a imagem? Será que acreditam no DNA? Nada, são criacionistas... são em ciência o que são em política: trogloditas.

Mas no site deles, pelo menos, a notícia está correta: "Novo planeta avistado -- Astrônomos conseguem primeira imagem direta de mundos orbitando em torno de outra estrela."

Porque é disso que se trata, não da prova de que o universo exterior existe, por todos os galileus! A notícia na Nasa está aqui.

Acho que me mataria se fosse americana...

Isso não interessa a ninguém -- mas resolvi escrever assim mesmo --, são apenas pensamentos que venho tendo há alguns poucos meses desde que mergulhei de cabeça na mídia dos Estados Unidos para acompanhar a eleição de Barack Obamama.

Ando lendo tudo -- reportagens e artigos inteiros ou apenas lide e sublide em jornais grandes, pequenos e blogs --, vendo tudo -- programas ao vivo pela internet, vídeos, resumos do dia, coisa séria, gozação ou nenhum dos anteriores. E posso afirmar: nunca vi nada parecido. É a imprensa mais omissa, e também a mais ingênua, mais crédula, ou mais cínica, e mais rude, mais puxa-saco, mais sem fibra, mais sem visão da função social do jornalismo. Nem o mais sério dos jornais escapa de um algum desses adjetivos, e nem o mais esculhambado também. Os chamados pundits despejam zilhões de palavras inúteis no ar, os acadêmicos se saem um pouco melhor, mas ninguém lhes dá bola, e os jornalistas, que até se percebe que são preparados, têm informação e cultura, não têm simplesmente coragem. Poderia citar algumas exceções, mas mesmo as exceções confirmam muito frequentemente a regra. Todos fazem concessões numa dimensão tal que todos saem conspurcados de alguma forma.

Portanto, eu me mataria se fosse americana, assinasse um jornal apenas ou tivesse um canal preferido de TV. Seria a pessoa mais desinformada do mundo. Sinceramente, não sei como esse povo conseguiu tomar uma decisão tão transcendental como a de eleger o Obama. A mídia definitivamente não ajudou. Deve ter sido uma conscientização isolda, uma aventura solitária mesmo.

E olha que eu detesto com todas as forças a mídia brasileira. Sou mesmo uma pessoa sem perspectiva. Acho. Ou esse mundo é que é. Sei lá.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dãããã... E precisava de perícia?

Peritos concluem que tiros que atingiram Eloá ocorreram durante invasão da PM

Globo Online

O Instituto de Criminalística (IC) de Santo André, no ABC, concluiu que os dois tiros que mataram Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, foram feitos no momento em que a PM invadiu o apartamento onde a garota e sua amiga, Nayara Rodrigues, também de 15, eram mantidas reféns por Lindemberg Alves Fernandes, de 22. Eloá morreu ao ser atingida na cabeça e na virilha, em 17 de outubro, após ser mantida refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado.

O resultado da perícia bate com o depoimento de Nayara, que afirmou não ter ocorrido tiro antes de a polícia decidir invadir. O coronel Eduardo José Félix, que comandou a operação, garantiu que a polícia só invadiu porque teria ouvido tiros momentos antes.

Em cretinice, só perdem pro Globo, né?

12/11/2008 - 14h09

Americanos protestam contra jornal que ignorou vitória de Obama
Publicidade


Folha Online

Cerca de 25 moradores do Condado de Kaufman, no Texas, se reuniram na frente da redação do jornal "The Terrell Tribune" para protestar contra a edição de 5 de novembro que não citou a vitória do presidente eleito Barack Obama. Os eleitores da cidade se revoltaram porque a edição do dia seguinte as eleições gerais que elegeram o primeiro presidente negro dos Estados Unidos contava apenas com matérias sobre a corrida para comissário local.

"Eles poderiam ter me derrubado com uma pena. Eu estava chocada. Eu não poderia imaginar que um evento tão histórico não estaria na página da frente em algum lugar no "The Terrell Tribune"", disse Sarah Whitaker, à rede de televisão WFAA.
Outra manifestante, Lera Duncan, disse estar "muito desapontada" de não ter uma lembrança do momento histórico que foi a vitória esmagadora de Obama.

O jornal "The Terrell Tribune" costuma cobrir apenas histórias locais, mas deu grande destaque nas aparições de campanha do ex-candidato republicano John McCain.
A maioria dos jornais do condado, que fica no estado republicano do Texas, cobriu a vitória de Obama com destaque, ao lado de outras notícias políticas. O editor do jornal, que conta com 6.000 exemplares diários, defendeu-se. "Nós temos um jornal, não um serviço de memória. Nós cobrimos a eleição para comissário local porque pensamos que foi mais importante", disse Bill Jordan.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...