domingo, 25 de janeiro de 2009

Diretas Já, 25 anos. Mas só na Folha

"De acordo com o Datafolha, 53% são favoráveis ao voto obrigatório, contra 42% de 1994, a primeira vez que o instituto pesquisou o tema. Outro recorde é o apoio à democracia. O levantamento revela que 61% acham que ela é a melhor forma de governo. A série histórica começou em 1989, quando os brasileiros voltaram a votar para presidente. O índice era de 43% e oscilaria para 42% três anos depois, sua menor marca, no fim da gestão de Fernando Collor de Mello."

A Folha deste domingo arrebenta lembrando os 25 anos das Diretas Já, contados em cima deste comício da foto na Praça da Sé em São Paulo, em 25 de janeiro de 1984. O Estadão de nada lembra e o Grobiônico nunca nem ouviu falar (ver abaixo o porquê). Uma nota triste:
A maior parte da população (57%) diz ter ouvido falar das Diretas-Já. Mas, mesmo dentro desse grupo de brasileiros, apenas 35% sabem dizer exatamente o que foi o movimento, ao declararem que foi a luta pelo voto direto, pelo direito de votar ou de escolher o presidente/governante. "O interessante é que o maior desconhecimento está entre os mais jovens, que hoje, poderíamos dizer, são beneficiários das conquistas das Diretas, justamente o direito ao voto", diz Mauro Paulino, diretor do Datafolha. Mas os mais jovens também estão entre os que têm maior apreço pela democracia. "Não ter ouvido falar do movimento não significa alienação dos mais jovens", diz Paulino.

Claro que não, né? A principal TV do país nada faz para lembrar. Este comício aí da foto foi descrito pela tal emissora como "comemoração do aniversário de São Paulo". Claro que o Grobandido nem menciona o tema na edição de hoje. Dizer o quê? Que a maior comemoração de todos os tempos do aniversário de São Paulo faz 25 anos? "Jornalismo" das Organizações Grobo. Que asco.

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Interessante a questão levantada pela Folha a propósito das Diretas Já.
Para o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, não há uma relação direta entre apoio ao voto obrigatório e aumento do apreço à democracia. Segundo ele, no atual estágio, a sociedade pode debater se a medida deve ser mantida. "Mas acho que o voto obrigatório no Brasil ajudou nessa revolução cívica", diz.

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