sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Essa direita não tem jeito

Inconformada, ressentida e morta de inveja, a direita está disposta a reduzir tudo o que se refere a Barack Obama a sua própria visão de mundo, ou seja, estreiteza máxima e generosidade nenhuma. Cito 3 exemplos, de ontem e hoje.

O Wall Street Journal (que é do Rupert Murdoch, assim como a Fox News) deste dia 21, na matéria "Washington's Woodstock", diz que a festa da posse será "uma mistura de Woodstock com o discurso de 1963 de Martin Luther King Jr. no National Mall". Com a minha extrema má vontade, o que entendi disso? Que vai ser uma mistura de maconha e sexo livre com passeata de negros. Se alguém entende diferente... esteja à vontade. Nos parágrafos seguintes, reafirma a acusação de McCain de que Obama é mera "celebridade", porque os famosos de Hollywood, mantidos de proposito a distância durante a campanha, vão invadir a capital para a festa. O problema do WSJ é que há celebridades progressistas, que votaram no Obama e agora querem festejar à grande a vitória dele. O WSJ que fique com Chuck Norris.

A Fox News passou a noite de ontem minando a indicação de Eric Holder para attorney general (equivalente a ministro da Justiça) porque, quando era vice da Janet Reno no governo Clinton, participou da concessão de perdão presidencial a gente polêmica. E pediu clemência para 16 ativistas (ok, "terroristas") das Fuerzas Armadas de Liberación Nacional de Porto Rico. Nem uma palavrinha sequer sobre os perdões que Bush está preparando.

Por fim, leio no Hufffington que os direitistas do rádio, tipo Rush Limbaugh e Sean Hannity -- imaginem uma mistura de ACM Neto, Eduardo Paes, Onix Lorenzoni e Artur Virgilio juntos -- que, acredite se quiser, são líderes de audiência nos EUA (bem, talvez parte dos ouvintes seja como eu, que vejo a Fox News para vigiar; de qualquer modo, damos audiência, né?), vêm agitando as ondas com a idéia de que Obama e Nancy Pelosi (a presidente da Câmara) vão ressuscitar a Fairness Doctrine para amordaçá-los. Essa doutrina surgiu em 1949 para compensar a "escassez de recursos" do Pós-Guerra, e obrigava os poderosos donos de rádio de então a conceder direito de resposta ou apresentar ponto de vista contrário a sua opinião. O Observatório tem um artigo excelente do Argemiro Ferreira ("A Fox News e a liberdade de expressão") sobre tudo isso.

Pois bem, tem democrata mesmo querendo interferir nesses programas, que jorram mentiras e ofensas em cima do presidente eleito e de qualquer um que ouse não ser conservador, mas Barack Obama já disse várias vezes que não vai ressuscitar a tal da doutrina.

E assim vão os caras, tentando estragar a festa da posse. No passarán!, como diria La Pasionaria. Melhor "passarão, passarinho", como diria o Quintana.

Crédito: Photo Illustration by Stephen Munday

***

Gente, acabo de visitar o blog do Argemiro! Que show! Quando li esse texto dele no Observatório, na época, não tive tempo de entrar no blog (era 4 de novembro, véspera da eleição...)! Há textos incríveis de tão bons, inclusive um que arrasa aquela primeira página do Globo -- "Presidente Barack Hussein Obama" -- com argumentos consistentes, não aquele meu "detestei". Não percam!

Um comentário:

Anônimo disse...

A direita brasileira deveria processar a americana por plágio.
Cambada de vampiros.

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