Em 1992 Bill Clinton venceu Bush (pai) em uma eleição ficou marcada por um bordão de James Carville, então marqueteiro do candidato democrata: “é a economia, estúpido”. Segundo ele, a frase sintetizava a principal motivação do eleitor para a mudança, depois de 12 anos de governo do partido Republicano.
Claro que é forçar a barra dizer que a Web foi a responsável pela vitória de Obama. Mas a forma como ela foi utilizada nesta eleição mostra o entendimento de uma importante mudança geracional nos EUA e, em pouco tempo, no mundo. O novo presidente não é apenas símbolo, mas também filho desta transformação: nascido em 1961, Obama simplesmente não teve que explicar o que estava fazendo nos momentos mais polêmicos da história americana recente: a guerra do Vietnã e a aprovação do aborto pela Suprema Corte em 1973. Estes fatos que marcaram todas as eleições naquele país desde o final dos anos 60. Mas ele era uma criança quando tudo isso aconteceu, o que reforçou sua mensagem de “mudança”.
Depois ele diz:
Ainda em 2007, quando o YouTube e a CNN organizaram os primeiros debates online entre os candidatos democratas, a campanha já oferecia diversas ferramentas de contato, inclusive via telefones celulares, além de “profiles” no MySpace e Facebook. Neste último, Obama contabilizou 3,1 milhões de “amigos” (McCain ficou com 609 mil). Mas a diferença fundamental da campanha de Obama em relação a outras iniciativas eleitorais que já tinham alcançado algum sucesso na Internet foi a de que ele construiu uma estrutura de comando centralizado com execução descentralizada. Ou seja, ao invés de simplesmente marcar presença nas redes sociais, nos blogs ou no YouTube, aproveitando estes espaços para remeter o internauta para o site “oficial” da campanha, a equipe digital de Obama (com cerca de 30 integrantes “full-time”, segundo fontes extra-oficiais) colocou estas tecnologias no centro do seu esforço de comunicação e organização, ajudada por um dos fundadores do Facebook, Chris Hughes. Essa “organização” de movimentos sociais e políticos por natureza caóticos, extremamente difíceis de gerenciar de forma tradicional (cabos eleitorais, comitês, distribuição de “benesses” de natureza variada, etc) foi a grande sacada da campanha, reforçando o apelo da possibilidade de mudanças serem realizadas pelas “pessoas comuns” (“Yes we can”).
Adorei. Leia a íntegra, vale a pena. É uma excelente consolidação do que se falou sobre o uso da rede pela campanha do Obama. E a equipe de transição continua usando. Toda semana Obama bota um novo vídeo no YouTube, fora o site Change.gov, as coletivas seguidas, as entrevistas à TV... o homem usa a mídia eletrônica como jamais se usou. No momento, toda a imprensa americana pede ao serviço secreto que deixe o cara continuar com seu blackberry, que ele não larga. "Estou negociando [ficar com o smartphone], para ter informação de fora do círculo de 10 ou 12 pessoas que me cercará na Casa Branca", disse ele na entrevista de ontem. Por um tal de "Presidential Records Act", ele deverá ficar totalmente offline e retirar da web blogs, sites, profiles, e-mails, scraps, tweets, vídeos, MP3 -- ele publica tudo de que gosta. A ponto de ser chamado de "Obama 2.0". (Foto: Charles Dharapak/AP/FSP)
Para o atrasadão do McCain (não o homem McCain, mas a "marca" McCain), isso é coisa de "celebridade". Dançou, né?
3 comentários:
Mto boa a análise do Marcelo Coutinho (conheço?) e vai ser superlegal se o Obama conseguir que o Serviço Secreto o deixe manter o blackberry. Ele é ou não é o comandante supremo?
é, mas até o pentágono ja foi hackeado.
Bom, não se pode dizer que o Pent*agono seja um exemplo, ou modelo, do que quer que seja. Tv para um roteiro dos Trapa*lhões.
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