Ustra: ontem e hoje
Não sei o que há comigo para não ter publicado essa notícia. É que o Globo tratou tão sem grandeza que até passei batido. Foi preciso o meu filho mandar o link desse site, do Rodrigo Vianna, que dá os detalhes da sentença. As fotos eu botei por minha conta, pra gente não esquecer dessa cara.
Torturador: com nome e sobrenome
"Os responsáveis pelo desenho deste site ainda não tinham concluído seu trabalho (o plano era começar só no fim deste mês), mas resolvi entrar no ar antes da hora - porque tinha uma notícia quente na mão. E notícia não pode esperar.
Além disso, não era qualquer notícia.
A decisão do juiz Gustavo Santini Teodoro é histórica. Pela primeira vez, a Justiça reconhece responsabilidade de um militar de alta patente por tortura no Brasil.
A União já havia sido condenada, em outros processos, a pagar indenização a vítimas da Ditadura. Mas nunca se havia apontado responsabilidade individual, como nessa ação movida pela brava família Teles!
Foi por isso que resolvi estrear o site assim mesmo, no improviso - graças à boa vontade de Leandro Guedes, responsável pelo desenho e a área técnica.
Publicamos a notícia aqui, no "ESCREVINHADOR", em primeira mão: às 14h30 de quinta-feira. Logo depois, o Azenha (www.viomundo.com.br) deu link pro assunto. E, na sequência, vieram os outros (o Terra deu manchete para o caso às 15h).
O importante é que o Brasil saiba: torturador agora tem nome e sobrenome. Neste caso, chama-se: Carlos Alberto Brilhante Ustra - comandante do DOI-Codi de São Paulo, nos anos 70. Ele foi responsável pelas bárbaras torturas sofridas por César Augusto Teles, Maria Amélia Teles e Criméia Almeida. É isso que diz a sentença.
Como estamos num bom regime democrático, o coronel reformado pode recorrer, evidentemente. E vai recorrer, como já nos informou o advogado dele, Paulo Alves Esteves. Enquanto isso, vale a decisão da Primeira Instância de São Paulo: Ustra vai ter que conviver com o carimbo de torturador estampado na testa. Carimbo oficial da Justiça brasileira."
Continua!
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Por sinal, a Carta Capital tem matéria sobre outro torturador do DOI-Codi ainda na boa, em cargo público. Vejam o primeiro parágrafo:
O delegado Dirceu Gravina sentiu tremores e falta de ar quando indagado, na terça-feira 17, em frente à delegacia de polícia onde trabalha, em Presidente Prudente (SP), sobre suas atividades nos porões do DOI-Codi (Departamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna) de São Paulo, no início dos anos 70. Gravina, conhecido na época pelo codinome JC, quase perdeu a fala. Ele é citado por ex-presos políticos como um dos mais ferozes torturadores brasileiros no período da ditadura militar no País. Gravina nega. Mas tem motivos para se preocupar.***
Por sinal 2, o Paulo Henrique Amorim tem dois textos excelentes!
1) MPF: QUEM SÃO OS TORTURADORES DO DOI-CODI?
2) VIDELA NA CADEIA: ONDE A ARGENTINA É MAIS CIVILIZADA QUE O BRASIL
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Por sinal 3, que mal eu fiz para minha cidade estar reduzida ao Globo em matéria de imprensa? Obrigada,... quem?..., por haver tantos blogs e sites alternativos com informação. Obrigada,... quem?..., por estar o Marco sempre antenado e me alertar.
2 comentários:
Por falar no próprio, hoje vi algo nunca imaginado: a primeira página INTEIRA vendida como informe publicitário (Banco do Brasil). Diria que, isto sim, é mamar nas tetas da viúva (sorry Gaspari!) O leitor que tirasse as quatro páginas desse encarte (???) para ler a manchete.
Também achei um absurdo, mas não é a primeira vez. Eastadão e Folha já fizeram. E acho que o próprio Globo... esse governo é uma mãe pra oposição, isso sim!
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