quinta-feira, 30 de outubro de 2008

John McCain, "o verdadeiro"

The Economist não demonstra tooooodo esse entusiasmo pelo Obama como sugere seu endosso ao democrata. O subtítulo da matéria é até meio irônico, vejam só:

"América deve se arriscar e fazer de Barack Obama o próximo líder do mundo livre".

Não é "engraçado"?

Mas o melhor vem lá pelo meio da matéria, que é muito chata, diga-se; mal consegui ler e mal li, mas o trecho abaixo eu não só li como traduzi. Diz um entretítulo: "Se pelo menos o verdadeiro John McCain estivesse concorrendo". Nos parágrafos seguintes, a revista explica o que houve com McCain:

"Isso, porém, foi o senador McCain; o candidato McCain dos últimos seis meses muitas vezes parecia vítima de bruxaria política, suas qualidades magicamente invertidas, as más, exageradas. O fiscal conservador que uma vez que enfrentou o presidente Bush contra seus cortes insustentáveis de impostos agora propõe não só manter os cortes, mas aprofundá-los. O homem que denunciou a direita religiosa como agente da intolerância agora abraça os guerreiros da cultura teocrática. O crítico dos subsídios ao etanol (que atuou mais contra o aquecimento global do que a maioria dos democratas) saiu em favor da isenção de impostos para a gasolina. Nem tudo desapareceu: seu apoio ao livre comércio nunca vacilou. Ainda assim, em vez de caminhar para o centro depois da indicação republciana, o Sr. McCain mudou-se para a direita.

Entretanto, seu temperamento, talvez seu eterno ponto fraco, tem sido deficiente. Às vezes, a velha intuição ainda funciona: sua forte reação sobre a Geórgia -- advertindo a Rússia para se retirar -- foi correta. Mas no grande tema da campanha, a crise financeira, ele parecia fora do ar, mostrando pânico e indecisão. O Sr. McCain nunca foi particularmente interessado em economia, mas, ao contrário do Sr. Obama, ele tem feito pouco esforço para recuperar o atraso ou atrair bons conselheiros (Doug Holtz-Eakin é a influente exceção).

A escolha de Sarah Palin resumiu a incúria. Não é apenas o fato de que ela é uma aposta inconvincente, ou que tenha sido escolhida em parte pelas opiniões em questões sociais, especialmente o aborto. O Sr. McCain fez sua escolha mais importante tendo-a visto apenas duas vezes.

Ironicamente, dado que ele inicialmente ganhou a preferência de tantos independentes por falar o que pensava, o caso do Sr. McCain se resume a uma peça de artifício: vote nele no pressuposto de que ele não acredita numa palavra do que tem dito. Uma vez que ele chegue à Casa Branca, supõe este argumento, ele colocará sua vice no devido lugar, jogará fora seu irrealístico plano fiscal e abrirá negociações com o Congresso democrata. É possível, mas está muito longe do que o Sr. McCain poderia ter feito. Houvesse ele se tornado presidente em 2000, em vez do Sr. Bush, o mundo poderia ter tido menos problemas. Mas desta vez o mundo está atormentado por problemas, e o Sr. McCain não provou que sabe como lidar com eles."

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Neste vídeo é possível ver o "estado da arte" desesperador da campanha do McCain: Joe the Plumber não apareceu!!! "Joe está aqui hoje! Joe, cadê você? Joe, eu soube que você estaria aqui conosco hoje... Tá legal, somos todos Joe the Plumber, então vamos todos nos levantar!" Que campanha... E li também que dos 6 mil participantes do comício, em Defience, Ohio, 4 mil foram trazidos em dezenas de ônibus das escolas das redondezas!



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Vou voltar a este assunto, o caráter dos candidatos. Li um texto de um dos melhores caras desta campanha, Robert Draper, que me deu o que pensar. (Crédito da fotinha: Flickr/Joe Crimmings Photography/Economist)

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