quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Use a crise

Gente, vocês não vão acreditar! Como consegui um provedor de graça, resolvi cancelar minha assinatura no Superig, que debita R$ 29,90 todo santo mês de minha conta, automaticamente, desde 2003. Pois não é que a criatura que me atendeu, sem usar nem uma vez sequer o "vou estar oferecendo à senhora, Sra. Marinilda" -- não, ela falava normalmente o português! --, me ofereceu uma promoção de um ano por R$ 3,99???

Deve ser apenas para manter um cliente, que constará e contará no cadastro de assinantes, né? Certo, vou continuar pagando, mas é uma alternativa bem barata para o caso de o outro provedor falhar, não? (Lembrando sempre que provedor é pura roubalheira, já que em banda larga a conexão é automática!)

Olha, pessoal, a crise pode jogar a nosso favor.

Seja esperto!

***
Nem acredito que disse uma coisa dessas...

Show de El País


Clique na imagem e veja só que bacana a Retrospectiva 2008 do País! Foto, cineminha com link, som, vídeo (passeie o cursor), tudo muito bonito e... com sentido. A Espanha, hein??? Os homens batem nas mulheres e a TI avança.... Estranho, muy estraño...

Bom combate

Democracia e socialismo

Carlos Nelson Coutinho*

No Globo (16/12/2008), Ali Kamel publicou um interessante artigo, no qual comenta o livro "Memórias de um intelectual comunista", de meu querido amigo Leandro Konder. Ao evocar a trajetória intelectual e política de Leandro, Kamel se refere também à minha trajetória,
detendo-se em particular num velho ensaio que publiquei há trinta anos, "A democracia como valor universal".

Kamel resume corretamente o contexto político-ideológico em que aquele ensaio veio à luz. Embora dirigido também a um público "externo", ele foi parte da luta travada então no seio do PCB, depois que a anistia permitiu o regresso de seus principais dirigentes e de alguns de seus intelectuais.

Kamel recorda que nosso grupo, depreciativamente chamado de "eurocomunista" por nossos adversários, defendia uma tradição que provinha de Gramsci e, em particular, do saudoso Partido Comunista Italiano -- tradição fortemente diversa daquela que inspirava o chamado "socialismo real" de matriz soviética.

Mas me surpreendeu a afirmação de Kamel de que meu velho ensaio "foi fundamental para que eu me afastasse da esquerda". Recordo apenas a passagem em que busco resumir os dois objetivos do ensaio: "Indicar como o vínculo entre socialismo e democracia é parte integrante do patrimônio categorial do marxismo; e como a renovação democrática do conjunto da vida nacional [é] elemento indispensável para a construção dos pressupostos do socialismo." Democracia, sim, mas no quadro da reivindicação do marxismo e da afirmação de que a democracia é parte integrante da luta pelo socialismo.

Portanto, não foi a leitura do meu ensaio que levou Kamel a abandonar a esquerda e a adotar as posições conservadoras que hoje defende.

Continua aqui.

***

Muita audácia desse bofe direitaço, né? Quem ele pensa que é para se meter a interpretar uma açãozinha sequer do Carlos Nelson? Tomou uma bela tunda! Esse sujeito é patético...

***

Por mais que eu tente não consigo levar um "bom combate", sem xingar, sem ofender. Com um tipo desses é impossível! Só mesmo uma "dama" como o Carlos Nelson! Muitos anos de vida, querido guru!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

É incurável, juro

Tem uma nota na coluna Gente Boa, "É coisa nossa", que lá pelas tantas diz assim: "(...) Na ocasião, será feita a entrega dos laptops para os professores até a quinta série e também para os alunos com melhor desempenho (...)".

Foi para o brejo a boa e velha combinação da preposição a com o artigo os, que gera "aos" professores e "aos" alunos. "Para os" não é errado, mas é horrível! Essa moda xexelenta tem origem clara: o medo da crase. Hoje no Ancelmo se lê que "Lula deu entrevista para a revista Piauí"... Meu deus... Compreende-se no caso da contração da preposição a com o artigo a, como em "entregar à professora ou à aluna", porque repórter, redator e colunista NÃO SABEM MESMO usar crase (as exceções são raríssimas!), e a saída é apelar à preposição "para". No masculino, porém, não há desculpa que salve!

Na mesma Gente Boa, outra nota nojenta. "(...) Nos anos 60, esqueceram de deixar alimentos para a ave (...)". Como é que é? "Alimentos para a ave"??? Que tal comida? E tome de "no último dia 24", "3,5 mil", "no próximo dia 2" e sei lá o que mais. Tenho asco desse português de tabelião. Não apenas me leva à interrupção imediata da leitura, como me faz concluir que, definitivamente, a ignorância virou um mal incurável.

Paulo Henrique Amorim dixit

Pessoal do colarinho

branco: relax!

A PF está noutra!

O fim do ano estava mesmo calmo demais por aqui...

PQP! PQP! PQP!

Paulo Lacerda é exonerado da Abin e passará a atuar em Portugal

29/12 - 16:35 , atualizada às 18:00 29/12 - Sarah Barros, Último Segundo/Santafé Idéias


    O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República anunciou, nesta segunda-feira, o afastamento definitivo de Paulo Lacerda da direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
    Agência Brasil
    O ex-diretor da Abin Paulo Lacerda
    Lacerda foi exonerado, por meio de decreto, sendo nomeado adido policial junto à Embaixada Brasileira em Portugal. O adido policial é um policial a serviço do seu país, alocado em embaixadas. Wilson Roberto Trezza passa a exercer a função de diretor-geral da ABIN interinamente. Um interlocutor da presidência da República informou ao iG que partiu do próprio Lacerda o pedido de exoneração do cargo de diretor-geral da Abin. Segundo ele, o delegado teria entendido que sua volta ao comando da agência seria “problemática”.
    Lacerda estava afastado temporariamente do cargo desde o início de setembro após suspeita de que a Abin teria realizado escutas telefônicas clandestinas para monitorar conversas de autoridades, como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no curso da Operação Satiagraha, da Polícia Federal.
    Um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para investigar a autoria de um suposto grampo da conversa entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), mas a conclusão do procedimento foi adiada para 2009. Segundo reportagem publicada pela revista Veja, em agosto, agentes da Abin seriam os responsáveis pelo grampo.
    Em setembro, Lula chegou a afirmar que Lacerda era um profissional da mais alta competência e poderia voltar a direção da Abin quando quisesse, depois concluída a investigação.
    *(Com reportagem de Carol Pires, Último Segundo/Santafé Idéias)

    Reforma ortográfica


    Cortesia Wordle

    O cretino anda desorientado. É cansativo fazer politicagem o tempo todo, tanto que, hoje, até o ótimo José Meirelles Passos (um dos poucos que se salvam por ali) chama o David Axelrod -- assessor do Obama -- de Daniel Axelrod.

    ***

    A desorientação atinge todas as editorias. O Prosa & Verso tratou no domingo da Reforma Ortográfica, hoje foi a economia -- ambas as matérias incapazes de assumir coisa alguma: apenas apresentam a polêmica em torno das versões da mudança. E muitas nem foram apresentadas. Se fosse o JB dos bons tempos teria opinado e optado por uma versão. Era uma redação capaz, que conhecia a língua, referência para a academia. Poxa, até euzinha já optei lá na revista: adotamos as mudanças desde outubro (aqui eu tento, mas sempre deixo passar alguma coisa: é difícil não acentuar "ideia", por exemplo...).

    Por exemplo 2: antiamericanismo, antiimperialismo não levava hífen, e pela reforma passaria a levar. Não é um retrocesso? Não vou usar, ora bolas. Não faz sentido! Pois o cretino muda no dia 5 e nada tem a opinar... finge objetividade (???), como se não fosse um jornal, atividade diretamente afetada pela reforma, e, no caso do P&V, não fosse um suplemento literário. Realmente constrangedor. Resultado direto da politicalhagem e das PIGarices, que esvaziam culturalmente as redações.

    Estou usando o Guia da Reforma Ortográfica de Douglas Tufano (Melhoramentos), que achei na internet. Pode não ser o suprassumo (sim, é esta a grafia da palavra pós-reforma) da quintessência, mas é alguma coisa.

    Se quiser consultar, baixe daqui.

    Fisk sobre Israel/Gaza


    Líderes mentem e civis morrem


    Robert Fisk*

    Estamos tão acostumados a ver carnificinas no Oriente Médio que não ligamos mais. Não está claro quantos dos mortos em Gaza são civis, mas a resposta do governo Bush, sem mencionar a pusilânime reação do premier britânico Gordon Brown, reafirma para os árabes o que eles sabem há décadas: o Ocidente está sempre do lado de Israel. Como de costume, o banho de sangue foi culpa dos árabes que, como todos sabem, só entendem o uso da força.

    Desde 1948, ouvimos dos israelenses e dos nacionalistas árabes e depois árabes muçulmanos a lengalenga de que Jerusalém será "libertada". E sempre Bush pai e depois o filho, Bill Clinton, Tony Blair ou Gordon Brown chamam os dois lados e pedem moderação, como se ambos tivessem caças F-18, tanques Merkava e artilharia pesada. Os foguetes caseiros do Hamas mataram apenas 20 israelenses em oito anos. Mas num único dia a Força Aérea de Israel matou quase 300 palestinos, e apenas como parte de uma operação.

    Sim, o Hamas provocou a ira de Israel, assim como Israel provocou a do Hamas. E o que isso quer dizer? O Hamas lança foguetes em Israel e Israel joga bombas no Hamas. Entendeu? Pedimos pela segurança de Israel, mas ignoramos o desproporcional massacre realizado por Israel. (
    Globo, 29/12)

    Continua aqui.

    Desânimo: os secretários do Paes

    Essa lista saiu no Globo de domingo (28/12). Na minha humirde, esse secretariado é uma mistura de neoliberais decadentes, populistas obsoletos e esquerdistas malogrados.

    Cláudia Costin secretária de Educação? Há algo mais arcaico do que Cláudia Costin? O que credencia esta criatura para a Educação? E Jandira Feghali? Por que secretária de Cultura? Porque frequenta samba e pagode? Me desculpem, mas a Jandira topa qualquer negócio. Em Niterói era secretária de Ciência e Tecnologia (???), agora, de Cultura. Para a Saúde, que é a área dela, nunca rola convite. Por que será? E observem como tem gente que atuou no Pan! Eduardo Paes deve achar que aquela roubalheira foi um sucesso de gerenciamento ou governança, sei lá.

    Secretariado muito preocupante. A área do poder (Fazenda etc.), neoliberal, vai como sempre jantar a área social, como sempre entregue a essa esquerda inoperante, enquanto a corrupção comerá solta nas pastas doadas a populistas c0nhecidos de outros carnavais. Uma Prefeitura para esquecer. Antes da posse.

    Os secretários:

    *CHEFIA DO GABINETE
    Pedro Paulo Carvalho, 36 anos. O deputado estadual, amigo e fiel escudeiro de Paes, deve ser o homem forte do governo.

    *ORDEM PÚBLICA Rodrigo Bethlem, 37 anos. Como Paes, foi subprefeito de Cesar Maia e comandará uma supersecretaria. Terá sob sua responsabilidade a Guarda Municipal, as coordenadorias de Licenciamento e Fiscalização, a Divisão de Feiras-Livres e estacionamentos.

    *FAZENDA Eduarda La Rocque, 39 anos. Economista, tem como desafio elevar a arrecadação do município sem aumentar impostos.

    *EDUCAÇÃO Cláudia Costin foi ministra da Administração Pública do governo Fernando Henrique Cardoso. Ultimamente, era vice-presidente da Fundação Victor Civita. De 2003 a 2005, foi secretária de Cultura de São Paulo, na gestão de Geraldo Alckmin.

    *SAÚDE Hans Fernando Rocha Dohmann, 43 anos. O cardiologista foi diretor do Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, chefe da Divisão de Ensino e Pesquisa do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e superintendente de atenção especializada em gestão tecnológica da Secretária estadual de Saúde. No fim do governo Rosinha Garotinho, dirigiu o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá.

    *OBRAS Luiz Antônio Guaraná, vereador, foi, como Paes, subprefeito da Barra. Tem ainda a tarefa de preparar a cidade para as chuvas.

    *URBANISMO Sérgio Moreira Dias, 61 anos. O engenheiro é autor dos projetos Rio Orla e Eco Orla, do Pontal e da Vila do Pan.

    *ADMINISTRAÇÃO
    Paulo Jobim Filho foi ministro do Trabalho e Emprego do governo Fernando Henrique e professor da UnB.

    *TRANSPORTES O engenheiro Alexandre Sansão, de 38 anos, foi gerente de Informações de Tráfego da CET-Rio e tinha sob seu controle o monitoramento do volume de tráfego, dos acidentes de trânsito, dos pontos críticos e das intervenções. Está há 12 anos na prefeitura, onde entrou por concurso público.

    *CULTURA Jandira Feghali, de 51 anos, médica e ex-deputada federal, perdeu a disputa pela prefeitura e cuidará agora da pasta, que absorverá as atribuições da Secretaria Extraordinária de Promoção, Defesa, Desenvolvimento e Revitalização do Patrimônio e da Memória Histórico-Cultural.

    *TRABALHO Augusto Ribeiro, de 39 anos, é administrador de empresas e advogado. Foi indicado pelo ministro do Trabalho e presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi.

    *PESSOA COM DEFICIÊNCIA Márcio Pacheco, de 33 anos, é vereador e cantor de música gospel com 11 CDs gravados. Reeleito para um segundo mandato é ligado ao movimento carismático da Igreja Católica.

    *ESPORTES E LAZER Francisco Manoel de Carvalho, de 54 anos, o Chiquinho da Mangueira, é deputado estadual. Foi secretário de Esportes do estado por sete anos, nos governos Anthony e Rosinha Garotinho. Ele estava no cargo em 2003, quando o então comandante do 4º BPM (Méier), Erir Ribeiro, o acusou de ter pedido uma trégua no combate ao tráfico de drogas na Mangueira. Chiquinho, que chegou a ser investigado mas nada ficou provado contra ele, alegou na época que para evitar que crianças fossem feridas por balas perdidas pedira apenas que as blitzes não fossem realizadas nos horários de entrada e saída das escolas.

    *TURISMO Antonio Pedro Figueira de Mello, de 34 anos, foi tesoureiro de campanha de Paes e subsecretário estadual de Turismo até junho deste ano.

    *HABITAÇÃO O deputado federal Jorge Bittar integra a cota do PT no governo.

    *DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
    Marcelo Henrique da Costa, de 42 anos, é psicólogo. Ele forma, junto com Bittar, a cota do PT na próxima administração. Foi assessor direto de Benedita da Silva quando ela assumiu o governo do estado. É diretor-geral da Escola do Legislativo da Alerj.

    *ASSISTÊNCIA SOCIAL Fernando William trabalhou na coordenação da campanha de Paes. Foi secretário de Ação Social no governo Rosinha e, no ano passado, subsecretário estadual de Habitação do governo Sérgio Cabral.

    *MEIO AMBIENTE O vice-prefeito Carlos Alberto Muniz, de 64 anos, é secretário regional do PMDB. É economista e funcionário de carreira da Feema, órgão que presidiu de 1987 a 1990. Foi também presidente da Serla em 1997. Hoje está lotado na Alerj.

    *COPA DE 2014 E CANDIDATURA RIO 2016 Ruy Cezar, de 62 anos, já fora nomeado para cargos nas três gestões de Cesar Maia. Foi secretário do Pan de 2007.

    *ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL E QUALIDADE DE VIDA Cristiane Brasil, filha do deputado cassado Roberto Jefferson, comandou a Secretaria da Terceira Idade na segunda gestão de Cesar Maia.

    quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

    terça-feira, 23 de dezembro de 2008

    Socorro! Não aguento mais!

    Desde que a indústria do perfume descobriu o Brasil, se não me engano no ano retrasado, datas comerciais viraram tortura chinesa! Não se pode mais ver um seriadozinho em paz que nos intervalos somos soterrados pela propaganda de perfumes de grife, sempre mulheres e homens lindos e esqueléticos, umas caras de maluco ou retardado (perdão, retardados!), que fazem coisas pra lá de estranhas! Escalam montanhas de maçãs, saltam sobre estacas com sorrisos assassinos, atiram joias e roupas pelo chão, se arrastam enviezados por salões cheios de doidos idênticos, estalam dedos e convulsionam o corpo como lagartos, enfim, uma série de gestos sem sentido que atraem a atenção para tudo, menos para o bendito perfume! E a pronúncia dos nomes dos perfumes! Que genocídio!

    Por favor, Natal, acaba logo.

    Cretino e sem informação

    Pode parecer bobagem, mas fico injuriada com matéria que deixa pergunta sem resposta. Na reportagem de hoje sobre Carla Bruni no IFF/Fiocruz, menciona-se não uma, mas duas vezes, que Camila Pitanga falava com ela. Em que língua? Inglês? Francês? Italiano? Ora, eu não vejo a Globo, não leio revista de artista da Globo nem p. nenhuma dessas, então, como saberia que a Camila é casada com um francês? Não sabia! Fiquei sabendo na redação do meu trabalho, e ao longo da conversa o Bruno saiu fuçando a internet e achou uma nota informando que a Camila é fluente em francês. Que sorte do IFF que a madrinha 2008 do banco de leite seja fluente em francês, hein??? Bem, quando se treina muito a sorte vem junto...

    Isso é informação, que o Globo foi incapaz de dar, enquanto dizia, no lide, que as unhas dos pés da criatura eram pintadas de vermelho! Num tom que insinuava algo pecaminoso, ou coisa de vagabunda, sacumé? Ô jornalzinho cretino! E olha que a repórter, ex-JB, nem era ruim naqueles tempos... Já o editor é um tremendo bundão, pois ao fechar não perguntou em que língua conversavam as damas!

    E parece ser bundão por natureza, caráter e opção, porque na feature ao lado informa-se que o Sarkozy chamou a mulher de "jeune française" e não se explica que ele não estava se referindo a ela como garotinha, mas provavelmente fazendo uma brincadeira, misturando o aniversário dela (hoje) com a recente troca de cidadania da moça, francesa recente. Lembro até que em novembro, quando Berlusconi disse que o Obama era bonito e "até bronzeado", La Bruni declarou que estava feliz por ser francesa, porque se ainda fosse italiana se sentiria envergonhada. Ou algo assim. Um saco ler jornal que não informa. Sou mesmo uma teimosa incorrigível.

    ***
    Tudo bem, a mulher é linda mesmo, mas esse cabelinho à Sarah Palin, hein? Pliiiiiiis!!!! De que adianta ser top-model e usar um cabelo ridículo desses? A Camila Pitanga é que parecia primeira-dama, muito classuda.

    segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

    Fotos espetaculares de 2008



    parte 1

    parte 2

    parte 3

    (Enviado pelo Robert. Valeu!)

    Os caras-de-pau

    Bônus pagos a 600 executivos em 2007 cobriria o montante do pacote de ajuda pública a muitos dos 116 bancos falidos. Por exemplo, o Goldman Sachs, que recebeu em 28/10 US$ 10 bilhões em grana do contribuinte, pagou US$ 54 milhões de bônus a Lloyd Blankfein, presidente e executivo-chefe. Os cinco maiores executivos levaram US $242 milhões em prêmios! Em 2008 eles tiveram somente o salário, de US$ 600 mil. E por aí vai.

    John A. Thain, executiv--chefe do Merrill Lynch, que levou outros 10 milhões em 28/10, ganhou 57 milhões de salário, US$ 15 milhões de bônus e um adicional de US$ 68 milhões em ações.

    Sinto-me uma republicana (do partido político americano, não do conceito cidadão!)! Pode uma coisa dessas? Essa corja errou nas operações, nas previsões, nos balanços, afundou os bancos e ainda recebe prêmios inacreditáveis. O contribuinte é que paga. A Fox News tem razão, hein???

    Agora, pergunta se o cretino não acha certo o Lula reduzir o compulsório dos nossos bancos, ajudar a indústria etc., pergunta! Só não pode aumentar o gasto no social nem com servidor, ah, isso não!

    sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

    Abba, dance ou odeie (Mamma mia!)

    Não sei quanto a vocês, mas eu odiava e adorava o Abba. Odiava de dia -- "palhaços alienados!" -- e adorava de noite: quando tocava nas festas, mergulhava de cabeça na pista. Eu e o mundo inteiro. Eles lideraram as paradas de meados dos anos 70, quando o planeta ardia em ditaduras, tortura, golpes e o diabo a quatro, até os 80, quando Reagan e Thatcher começaram a pôr em prática o que viria a ser o Consenso de Washington e o "fim do sonho". Penso agora que a música do Abba era o Prozac da época. Dava pra encarar o mundo se você fosse capaz de dançar até cair ao som de letras ingênuas sobre o amor. Como diz uma das baladas deles, ninguém vive sem um pouco de música e dança. Bem, talvez o Honecker...

    Não me confundam, não sou abbaholic -- embora a-do-re outro grupo sueco, Roxette que, mesmo mais sério, não se pode negar, é herdeiro. Mas, como estou naquela idade das "lembranças", ando caidaça de gripe e gostei do treiler, resolvi baixar Mamma Mia!, botar no laptop do Marco e ver na cama. Como curti! Conta a história de uma mulher que prepara a festa de casamento da filha, para a qual convida duas amigas de juventude. A filha, por sua vez, convida os três homens que podem ser seu pai. As imagens são incríveis -- uma ilha grega de mar azul-turqueza --, tudo muito alegre e colorido, o passado revivido em torno das canções do Abba. Bom passatempo. É duro aturar o Pierce 007 Brosnan cantando, ok, mas Meryl Streep é caso à parte. Embora um tanto mais velha do que pediria o papel, mesmo com possíveis dublês e efeitos especiais, o esforço físico que essa mulher de 59 anos faz é de cair o queixo e ficar com vergonha da minha própria forma! Que saúde! E que voz!

    Há pontos altos. Por exemplo, já nos créditos, os personagens com roupas típicas do Abba. Lembram do magnífico Priscilla, a rainha do deserto? Pois é, imaginem Colin Firth naqueles figurinos... Mas o ponto alto mesmo é a cena do Dancing queen. Benny Andersson in person faz os acordes inesquecíveis ao piano (acabo de ver na trivia do IMDB). Duvide-o-dó que você não tenha dançado isso pelo menos uma vez na vida! Dei back 3 vezes! Resolvi ir ao YouTube pra ver se tinha e... voilà!



    Bom fim de semana a todos!

    Vota aí, gente!

    Poxa, pessoal, só tenho 10 leitores, só 3 comentam e só um vota?

    Assim num dá!

    O IDH é certinho?

    Na edição de dezembro a Radis deu nota (Relatórios globais, um mea-culpa) sobre um fato inusitado: o Unicef prometeu usar os números do Ministério da Saúde sobre mortalidade infantil e materna na elaboração de seus próximos relatórios globais.

    É que em novembro, usando os dados do Unicef, o Fundo de População da ONU anunciou em seu informe anual que o Brasil ocupa o terceiro pior índice de mortalidade infantil da América do Sul — “para 1.000 crianças nascidas vivas, morrem 23”, afirmava o documento — à frente apenas de Bolívia, com 45 mortes, e Paraguai, com 32. O Brasil, na realidade, já tinha reduzido esse índice para 20,4 em 2006. É inaceitável, mas houve melhora, certo? O índice é 65% menor que em 1986 (58,5 casos por 100 mil nascidos vivos). O Brasil, inclusive, vai atingir a Meta do Milênio da ONU relativa à mortalidade infantil em 2012, três anos antes da data-limite (2015). A nota diz: "O mal, entretanto, já estava feito: toda a mídia divulgou com estardalhaço os dados do Unicef". Vamos dar matéria maior sobre isso na edição de janeiro, que foi hoje para a gráfica.

    Então, não sei. Será que o IDH recorre a números acurados? Não quero defender os números brasileiros, vocês sabem disso, né? Mas tenho dúvida...

    Agora, por caridade, não caiam na esparrela da PIG de que o Ministério da Saúde falseia números, ok? Isso valia na ditadura, que escondeu até uma epidemia de pólio meningite, e a PIG se comporta como se o contexto histórico fosse o mesmo. Falta melhorar muita coisa, mas vocês não fazem idéia do trabalho de formiguinha, da abnegação de pesquisadores e estatísticos da nossa saúde pública para tornar confiáveis os números da saúde. Não digo que são uns missionários porque a maioria deplora a palavra e o conceito nela embutido. Mas é algo de respeito. Tratamos muito disso na Radis -- incluindo as falhas --, porque sem números confiáveis é impossível ter políticas de saúde pública baseadas em evidências epidemiológicas -- o cérebro do SUS.

    O cretino e a Venezuela

    O cretino hoje se destaca em muitos temas, sempre pela postura udenista PIGiana clara. A matéria da Folha sobre o IDH é infinitamente melhor, mais bem desenvolvida, mas o cretino tem dois dados a mais: compara a posição do Brasil à dos Brics, coisa que a Folha não faz, e menciona que a Venezuela ultrapassou o Brasil, coisa que o cretino atribui a ajustes metodológicos.

    Já fui muito fã do Hugo Chávez, hoje não sou mais. Detesto liderança perpétua. Podem dizer que foi autorizado por referendo, que o Congresso aprovou, não interessa, é manobra. Os aliados mais sérios do Chávez abandonaram o barco um a um, e isso não foi assim, à toa, foi por causa das pisadas de bola mesmo. Sou defensora explícita da democracia burguesa, aquela que promove eleições periódicas e alternância de poder. É, aquela mesma que o Fidel disse anos atrás que é simples de adotar, basta ter dinheiro. Obama que o diga.

    Mas isso é outra história. O que quero dizer é que a Venezuela provavelmente não subiu no índice só por conta de ajuste metodológico. A diretora da Opas/OMS, Mirta Roses, que é argentina, disse num evento que a Radis cobriu em 2006 (o 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva) que a Venezuela foi declarada “país livre do analfabetismo” em 27 de outubro de 2005, que já reconhece os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, que em 2006 reconheceu oficialmente o trabalho doméstico, com direito a salário mínimo e seguridade social, que lá “a educação é realmente um direito". Além disso, a pobreza caiu muito (eram 80% de miseráveis antes do Chávez).

    Então, o Chávez pode ser um provocador, um ditador, mas o país avançou de fato nos indicadores sociais. Isso o cretino não diz, claro. Nem a própria PIG local, forte como nenhuma outra!

    quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

    Outro herói do ano

    Fernando Meirelles repassou seu título de Paulista do Ano ao juiz De Sanctis! "Ele merece mais".



    Isso não é simplesmente lindo?

    Sábado sinistro

    Na HBO, uma comédia idiota com adolescentes imaturos. No Telecine, uma comédia idiota com adultos imaturos. Vou ter que baixar filme...

    Que diferença do sábado passado... na HBO teve o excelente A vida dos outros.

    quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

    Quanta criancice!

    Raul abraça Hugo, mas sonha com Barack, que Evo quer retaliar. Ainda bem que o Luiz Inácio pensa...

    Lula rejeita retirar embaixadores dos EUA por fim de embargo a Cuba

    Folha Online/Efe, na Costa do Sauípe

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que a América Latina deve dar ao presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, a oportunidade de desenhar a própria política para a região, antes de adotar represálias. "Eu sou mais cauteloso do que o Evo Morales", disse Lula no encerramento da 1ª Cúpula da América Latina e do Caribe, que aconteceu entre terça-feira (16) e esta quarta, na Costa do Sauípe, na Bahia.

    Horas antes, Morales havia conclamado os países latino-americanos e caribenhos a estipular um prazo para a retirada do embargo americano contra Cuba e, em caso de recusa, encerrar as relações diplomáticas com a potência. Para Lula, no entanto, é necessário "ter prudência e democracia" e esperar que Obama desenhe sua política para, daí, "aprová-la ou criticá-la".

    Lula disse que também vai observar como Obama agirá com o Oriente Médio. "Depois, vamos saber o que se passa com o muro que eles estão construindo no México". Para o presidente, há esperanças de que Obama mude a política de Washington porque "não é possível que os EUA não se dêem conta de que a América Latina mudou, que acabou a luta armada -- e que todos os que pensavam em chegar ao poder pela luta armada, salvo as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), já chegaram ao poder".

    Mesmo contrário à pressão proposta por Morales, Lula reforçou as críticas ao embargo a Cuba e classificou a medida de ato de "malcriados". (Continua aqui)

    Mais do cretino: Sambódromo

    O pai do Marco estava aqui e, conversando sobre a série do cretino que tratou da "colaboração civil" no AI-5, ele lembrou que o(a) cretino(a) nem cobriu a inauguração do Sambódromo em 84, lembram? Sem falar das Diretas. Quer dizer, 16 anos depois do AI-5 eles continuavam colaborando MESMO com a ditadura! Escória...

    Que tempo chato...

    Que verão é esse? Até gosto da baixa temperatura, mas nem se pode curtir o horário de verão porque o céu está sempre escuro. Segundo o cretino online,
    Tempo instável e com chuva até o fim do ano

    A tendência é que o tempo permaneça instável até a virada do ano. Segundo o meteorologista Alexandre Nascimento, o tempo pode melhorar um pouco na próxima semana, mas no dia 26 as chuvas devem se intensificar em todo o estado, podendo se estender até o réveillon.

    Ainda de acordo com o especialista, não há previsão de frio intenso, mas os dias não serão quentes para a época do ano. As temperaturas máximas ficarão sempre abaixo dos 30 graus.

    Já vi filme parecido. Como será o fim deste?

    The Nation acha que a nomeação mais indicativa dos rumos do governo Barack Obama seria a do Depto. de Agricultura (USDA), que o autor do artigo A Cautious Farm and Food Pick (John Nichols) pensa até que deveria ter outro nome. "Desde que Abraham Lincoln transformou o que era uma subdivisão do Escritório de Patentes em seção do Departamento do Interior e depois numa agência federal independente que esse departamento tem sido muito mais do que só da agricultura. E isso mais ainda hoje, em que o órgão lida com tudo, de segurança alimentar e expansão da agricultura orgânica a desenvolvimento rural, programas de alimentação e nutrição em áreas urbanas e ajuda ao exterior".

    O USDA é peça-chave na política de energia tanto pelo crescimento dos biocombustíveis quanto pelos programas de energia renovável e de eficiência energética. Seu Serviço de Florestas administra 777 mil quilômetros quadrados de florestas e savanas nacionais.

    Infelizmente, a nomeação do ex-governador de Iowa Tom Vilsack (à esquerda na foto) não foi boa, diz Nichols. Nesse "estado-fazenda" ele precisou se envolver em questões agrícolas, e não se saiu bem. Ativistas da agricultura familiar, do comércio justo e dos alimentos orgânicos ficaram desapontados pelas decisões que tomou. A Organic Consumers Association declarou: "Vilsack tem reputação de ser amigo de gigantes biotecnológicas do agronegócio como a Monsanto".

    "Obama poderia ter feito melhor, muito melhor".

    ***
    "Green Dream Team", um time verde dos sonhos, é como os ambientalistas estão chamando a equipe que vai cuidar de ambiente no governo. Stephen Chu, secretário de Energia, que vai lidar mais com armas nucleares do que com energia; Carol Browner, assistente especial do presidente, que coordenará as políticas energética e de mudanças climáticas; Lisa Jackson, da EPA (agência de proteção ambiental ultimamente entregue aos interesses das corporações), fora Ken Salazar, secretário do Interior, do Colorado (à direita na foto, escolha que os ambientalistas também reprovam), Bill Richardson, secretário de Comércio, e Hillary Clinton, de Estado... todos eles lidarão com meio ambiente.

    Mas há tantos senões... (Ver alguns aqui.) Sei não...

    Você acredita?

    Obviamente abomino o fato "em si". Só não acredito no moralismo udenista do cretino. Nem tenho muito o que argumentar, apenas não acho que jornal/TV imoral, aético(a) e sem-vergonha tenha direito a esse dedão na cara dos ladrões. E os leitores do cretino, então... tudo viúva udenista! No mínimo atiram pedra em mendigo. De passagem, apoiam tortura a presos -- de políticos a bandidos comuns.

    terça-feira, 16 de dezembro de 2008

    O mundo novo da farmácia

    Vem cá, vocês conseguem entender o que deu no mundo dos cosméticos e cremes e desodorantes etc.? Eu não consigo mais. Comprar xampu me toma um tempo enorme, porque não capto aquelas especificações todas. Acabou meu creme natura e um pedido de creme nívea pelo telefone, a par de fluimucil e dorflex, virou uma tortura.

    -- Manda também um creme nívea, por favor.
    -- Sun, body, face ou hands?
    -- ???
    -- Senhora?
    -- Aquele comum, do frasco azul-escuro.
    -- ???
    -- Não conhece o comum? Você é tão novo que não se lembra do creme nívea comum?
    -- O da lata?
    -- Lata? Não... De plástico mesmo, da altura de um palmo, tampa branca.
    -- Não lembro não senhora. O da lata nós temos.
    -- OK, então vamos de body.
    -- Soft milk?
    -- Soft milk?
    -- É, para o corpo.
    -- OK, vai esse.
    -- Super-oleosa, oleosa, normal, seca ou extra-seca?
    -- Meu deus, parece que tô escolhendo o gás criogênico pra me congelarem. Eu sei lá, acho que normal.
    -- Normal acabou.
    -- Então seca.
    -- 200 ml ou 500 ml?
    -- 200.
    -- OK, senhora, mais alguma coisa?
    -- Estou com medo de pedir, mas queria um desodorante também...
    -- Energy fresh, spray, aerossol, roll-on double effect? Qual?

    Gil*#@mar Me*#$nde*s no Roda Viva

    Me#$ndes desconversa, tangencia e faz
    programa virar "Roda Morta"


    Até Re*ina*ldo A*zev*edo estava entre os entrevistadores, pode?

    Com a palavra, PH Amorim:
    "Pior: a composição da bancada de entrevistadores favoreceu Mendes, segundo afirma o próprio ombudsman da TV Cultura. 'Reinaldo Azevedo e Márcio Chaer, na tentativa de instrumentalizar o programa diante de um tema tão delicado e de um personagem tão controvertido, conspiraram contra a qualidade e o equilíbrio jornalístico desta edição do Roda Viva, o que sugere uma cuidadosa reflexão da direção do programa sobre os critérios de seleção dos entrevistadores', afirma o ombudsman Ernesto Rodrigues, em crítica postada no site da TV Cultura."
    Não consigo mais ver esse programa. E olha que estavam na bancada uma ex-melhor amiga e um ex-marido. Seja Serra ou Maluf o governador, esse programa é uma bosta.

    segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

    Muntadhar, nosso herói

    Milhares de iraquianos saíram às ruas para protestar contra a prisão de seu novo herói, o jornalista Muntadhar al-Zeidi, que atirou seus sapatos no Bush. O curioso é que no ano passado ele foi sequestrado pelos guerrilheiros antiocupação.

    El País:
    Cien abogados árabes están dispuestos a defender al periodista que arrojó sus zapatos a Bush

    ***

    Vocês precisavam ver a Megyn Kelly, uma blonde babe da Fox News (como tem loura bonita lá!) dizendo de manhã, com carinha amuada: "Ainda bem que liberamos o país deles, ou não poderiam fazer isso de jogar sapato em presidente". Não é incrível? Não passa pela cabeça dela que aos iraquianos cabia "liberar" o Iraque, e que se "eles", os americanos, não tivessem "liberado" o Iraque o cara não jogaria sapato no Bush. Simplesmente não passa pela cabeça.

    A Tribuna vive

    Tribuna da Imprensa volta às ruas amanhã

    A edição impressa da Tribuna da Imprensa volta às ruas amanhã, pela primeira vez, desde que teve sua circulação suspensa no dia 2. O jornalista Helio Fernandes disse que a partir de agora, temporariamente, a Tribuna terá distribuição semanal, sempre na quinta ou na sexta-feira. “O jornal não pode morrer”, destacou. Leia mais (Sindicato dos Jornalistas do Rio)

    (Essa notícia é do dia 10. Desculpem o atraso!)

    domingo, 14 de dezembro de 2008

    E tome sapatada!

    -- Isso é um beijo de adeus, seu cachorro!, gritava o jornalista iraquiano Muthathar al Zaidi Muntadhar al-Zeidi enquanto atirava seus sapatos no Bush.

    Jogar sapatos em alguém é a maior ofensa na região.



    Dica: esse vídeo é um pouco lento, mas a imagem é bem melhor do que o do Youtube. Então, clique para começar, tire o som e vá fazer outra coisa enquanto baixa; para repetir, clique na setinha ao lado do sinal de pausa/play.

    sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

    Ah, a música!

    Lembram deste pequeno milagre em meio ao "amargo pesadelo" de Deliverance? Que boas lembranças... bem, saí do cinema arrasada, mas esta cena do autista quase albino no banjo compensou tudo!

    Valeu, Ruy!!!



    Bom fim de semana a todos!

    O prisioneiro de guerra da CNN

    Li um perfil incrível deste homem aí da foto, o correspondente de guerra da CNN Michael Ware, 39 anos (parece ter 50). O texto -- CNN’s Prisoner of War -- é de Greg Veis, para a Men's Journal.

    Não sei quantas vezes já disse esta palavra aqui no blog, mas é impressionante. A matéria não é sobre a guerra no Iraque, mas sobre o efeito da guerra na cabeça, nos nervos, na vida do cara, que já foi caçado, ferido, sequestrado, avisado de que filmaria a própria execução... tudo.

    Tenho tentado convercer a Sunny a assistir à minissérie Generation Kill, da qual já tratei aqui. Mas ela argumenta que não gosta de filme de guerra. Desde os anos 50 que não se faz mais filme de guerra; os filmes são sobre os homens na guerra, e isso evoluiu de maneira magnífica. O auge é Generation Kill, a melhor coisa que já vi depois de The Sopranos (só podia ser da HBO). A jornada dos rudes marines americanos Iraque adentro é de metamorfose. Cada um deles vai forjando a duras penas sua humanidade, com avanços e retrocessos, suas alminhas castigadas pelo medo, as incertezas, as descobertas. Eles estão quase virando gente. É porque chegamos ao episódio 7, talvez um dos últimos (vai ficar um vazio...).

    Até o repórter embedded na unidade vai mudando, perde arrogância, ganha caráter. No episódio 6, chega a ordem para a troca de fardas: todos devem tirar a camuflada verde, especial para armas químicas de destruição em massa, e vestir a camuflada comum, cor de areia.
    -- Mas... mas se vamos trocar de farda é porque não acharam armas de destruição em massa!, diz o correspondente, boca aberta, olhos arregalados.
    -- E daí?, responde um dos soldados no Humvee.
    -- Você não percebe? Se não há armas de destruição em massa, por que estamos aqui?
    -- Para matar, cara. Estamos aqui para matar.

    O Michael Ware da CNN, experiente, já descobriu essas coisinhas da vida há tempos. E olhe que falam mal dele à beça no texto, ele tem convicções pessoais bem discutíveis, mas e daí?, pergunto, quem sou eu para contestar um homem que viveu o que ele viveu?

    Não percam. O livro (ops, o texto) e o filme (ops, a minissérie).

    quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

    O dia em que a terra parou

    Propaganda bem feitinha, hein??? Achei que os alienígenas tinham finalmente se curvado ao Brasil e destruído um monumento nosso, mas Marco acabou logo com a minha megalomania. Ele acha que os marqueteiros do filme (The day the Earth stood still) fizeram campanhas localizadas para cada país. Vou baixar pra ver...



    Mas pelo jeito eu estava certa. Marco achou outro vídeo:

    Aqui vigora a lei da selva...

    ...sem o bom senso animal. (Vera Silva, de Brasília)

    Nenê Constantino, dono da Gol, é acusado de mandar matar líder comunitário

    Renato Alves/Correio Braziliense

    O empresário Constantino de Oliveira, 78 anos, é acusado de envolvimento em crime de pistolagem. Fundador da Gol Linhas Aéreas e dono do grupo Planeta de transportes urbanos, ele teria mandado matar um líder comunitário do Distrito Federal. O motivo seria a disputa por um terreno em Taguatinga Norte. O assassinato ocorreu em outubro de 2001. Mas somente ontem a Polícia Civil o indiciou por homicídio qualificado junto com dois ex-funcionários. Três homens são suspeitos de serem os executores. Mas os nomes são mantidos em sigilo.

    Nenê Constantino, como é mais conhecido o empresário, planejou a morte de Márcio Leonardo de Sousa Brito por um ano, segundo a polícia. O homem de 27 anos liderava as mais de 100 pessoas que moravam no terreno onde funcionava a garagem da antiga Viação Pioneira, na QI 25 de Taguatinga. O grupo ocupava a área desde 1990. Nenê movia ação de despejo contra eles, mas só conseguiu a terra de volta após a morte de Márcio. Todos haviam comprado os lotes fracionados por outro ex-empregado do grupo Planeta, que Constantino autorizara morar de favor no prédio construído no terreno.

    (Continua aqui)

    Masters of PIGarices

    A imprensa de esquerda dos Estados Unidos está pressionando o Obama mais do que a de direita para que "explique" suas "obscuras" relações com o governador de Illinois. Obama apoiou Rod Blagojevich em suas duas eleições. So what? Well, os caras cavoucam pra descobrir. Olha só a Slate, de esqueeeerda:

    "What Didn't He Know, and When Didn't He Know It? Obama's unsatisfyingly vague response to the Blagojevich scandal."

    Penso o seguinte: Obama, que tem se comportado como padre nos últimos 15 anos para poder chegar a presidente, cairia nessa? Sean Hannity, o Goebbels de Bush, disse na Fox News que tudo o que se refere a Obama no processo do FBI é "exculpatory".

    É... a direita anda torcendo mais pelo Obama do que a esquerda. Tomara que achem logo algo e o detonem antes que assuma, ou será uma tragédia.

    Certo está o meu guru Stephen Gowans: não existe esquerda nos Estados Unidos. É uma contradição em termos.

    Grande Gowans!!!!

    quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

    Uribe meu amor!

    Tenho tido mais o que fazer e não vi se o cretino mencionou o Dotô Roberto na série sobre os civis na ditadura. Alguém viu? Hoje era a OAB.

    E hoje o cretino estava de PIG como nunca! Um trimestre aí deu 6,8 de crescimento da economia, e o oráculo da PIG bradou: peralá!!!! Pra cima de moi não! Olha só o que vem por aí!

    E tome demissão, recessão, um futuro hor-ro-ro-so! Ui!

    AÊ, PIGÃO!!!!!!!!!!!!

    Continuemos cavando a sepultura do país! Quem sabe conseguimos chegar lá, como o 68o estado/território/possessão dos EUA?!

    Hi! Mas Bush já era! Obama é o novo presidente... O que fazer, meu deus? Sarkozy está tão longe... Ah, já sei! Seremos o sei lá qual departamento da Colômbia! Arriba Uribe!!!

    Serve, PIGÃO????

    Deve ser terrível...

    ONE TOILET FOR EVERY 6,849 PEOPLE DURING INAUGURATION
    Isso aí. Deve ser terrível viver num país que oferece 1 banheiro para cada 6.849 pessoas. É o que vai acontecer na posse do Obama, para a qual já se prevêem 4 milhões de pessoas (bem, os americanos descendem dos ingleses, sensacionalistas de jeitão, natureza e caráter -- 1 milhão eram esperados na festa da vitória no Grant Park em Chicago e apareceram 200 mil; então, modus in rebus)

    De qualquer modo, o prefeito de Washington D.C., o democrata Adrian Fenty, quer mais é arrecadar: vai assinar lei aprovada na semana passada pelo legislativo distrital lá deles permitindo que bares e boates fiquem abertos até as 5 da manhã. Sim, porque lá não tem disso não, fecha tudo cedinho, que nem em Londres e Paris. Tá pensando que Primeiro Mundo é como essa zorra aqui? Nunquinha! Lá tem Lei Seca direto, igualzinho a nossa Diamantina Diadema (SP), que baixou escandalosamente os índices criminais depois que passou a fechar os bares às 23h. Pois lá em D.C. vai ficar tudo aberto até tardão de 17 a 21 de janeiro. Se eu fosse o Obama obrigava o prefeito a botar um banheiro a cada 20 metros. Ou ele não conseguirá governar com o fedor. Sem falar das brigas, das confusões, dos prováveis quebra-quebras... Um banheiro público para cada 6 mil e cacetada é tumulto certo. Deve ser terrível, você sabe. Só mesmo imitando o Ancelmo.

    A não ser que neve e faça 20 abaixo, como na foto. Aí, a festa externa é suspensa e vai sobrar banheiro! Os 10 mil ambulantes que penduraram o c*u num gancho pra pagar a licença vão todos cortar os pulsos e o governo Obama começa numa tremenda gelada!

    (Sai, boca!)
    ***
    Ai, meus neurônios, é Diadema, não Diamantina!!! Sorry!!! Valeu, Sunny!

    terça-feira, 9 de dezembro de 2008

    HIV, as trevas, o horror

    Nesse instante no Universal: "médico" criminoso não acredita que o HIV cause aids. Mata vários pacientes. No roteiro, os detetives vão descobrindo que essa junkie science se espraia entre "pesquisadores" charlatães que, mesmo banidos da comunidade científica, angariam "fiéis" cegos pela ignorância.

    Vários deles estiveram na África do Sul no início da década a convite do ex-presidente Mbeki, que assumiu o poder em 1999.

    "Trevas" resume a política de saúde pública do governo Thabo Mbeki -- o criminoso sucessor de Nelson Mandela, do qual tanto se esperava. A ministra da Saúde dele, Tshabalala Manto, passou a gestão apregoando os benefícios do alho, da beterraba, da batata-doce e do limão no tratamento da aids. Apregoava isso em encontros científicos internacionais, envergonhando seus conterrâneos. “Dr Beetroot”, a Dra. Beterraba, como foi apelidada, deixou um legado de 5,41 milhões de sul-africanos contaminados pelo HIV numa população de 48,7 milhões de habitantes (o Brasil tem 506.499 pessoas vivendo com o HIV em 196,3 milhões de habitantes; pode ser um pouco mais, devido à subnotificação). Na África do Sul, metade dos profissionais de saúde, 35% dos universitários, todos contaminados. Escrevi sobre isso (página acima) na edição retrasada da Radis (texto aqui).

    Felizmente, Mbeki caiu em setembro. Mas Dr. Beetroot não está sozinha na insanidade criminosa. O presidente de Gâmbia, Yahya Jammeh, no poder desde um golpe de estado em 1994, faz sessões de cura da aids com ervas e reza.

    Nem tenho palavras para descrever o que sinto sobre isso. Vendo o episódio, fiquei até trêmula, como se não fosse ficção, porque é a realidade para muitos.

    Acredite se quiser

    Folha, 6/12

    "Quando eu vir sair um coelho do ovo de uma tartaruga, ou de um ovo de pata sair uma vaca, e uma macaquinha parir um bebê humano, acreditarei na tal Teoria da Evolução. Caso contrário, prefiro crer que fui feito por Deus, e não que minha tetravó era a Chita, companheira do famoso Tarzan. Se a pessoa entra numa escola confessional, evidentemente terá de ao menos tolerar a fé que sabidamente é adotada por tal instituição de ensino. Ou será que faltam instituições laicas no Brasil?"
    TI*A*GO BA*NA FR*AN*CO (Campo Grande, MS)

    Escândalo no estado do Obama


    Esse cretino da esquerda, Rod Blagojevich, governador democrata de Illinois (o estado de Barack Obama, ou pelo menos o que ele escolheu para viver), foi preso de manhã pelo FBI porque estava vendendo a vaga de Obama no Senado.

    O louco sistema eleitoral americano estabelece que é o governador que indica o novo ocupante da vaga, já que não há suplente.

    A Fox News está surfando nesse escândalo. Mas eu aposto que foi a equipe do Obama que denunciou isso, alertada pelos possíveis "compradores" da indicação. O FBI já estava investigando o sujeito há tempos por desvios diversos. Juntou tudo e botou o canalha em cana.

    ***
    Sunny comenta que parece o PM*DB, e lembra, sim: o Wel*lington Sal*gado, dono de uma cadeia de cursinhos que o tornou milionário, teve 17 votos na eleição de que participou. Deve ter pago uma fortuna ao partido para pegar a mamata.

    ***
    Local news reports, meanwhile, suggest that it was Obama chief-of-staff Rahm Emanuel who blew the whistle on the governor. (Rahm Emanuel, futuro chefe de gabinete do Obama, foi quem soprou a denúncia no ouvido do FBI)

    ***
    Gravação (autorizada pela Justiça). Fala o governador:
    -- Fuck Obama... Quero fazer dinheiro. Se não for do jeito que eu quero, eu mesmo ocupo essa vaga. Devo dar a esse motherfucker um senador? De graça? Foda-se ele.

    domingo, 7 de dezembro de 2008

    Que finíssima ironia!


    Quando deixar a Casa Branca, de rabo entre as pernas e certamente pela porta dos fundos, para dar lugar a Barack Obama, George. W. Bush, o Tapado Bestial, vai morar nessa mansão aí em cima, no bairro de Preston Hollow, área luxuosa de Dallas. Isso não espanta, o butim EUA/Iraque (fala, Dick Cheney!) dá pra isso e muito mais.

    O que espanta é que o condomínio não aceitava negros até 2000!

    Heroína chapa-branca

    Estou ansiosa para ver Nothing But the Truth, que acaba de ser lançado nos EUA (acho que ainda nem chegou ao circuito comercial, houve apenas uma apresentação para críticos no dia 5, por isso ainda não achei pra baixar nos sites de download). O filme conta a história da indecente repórter Judith Miller, do NYT, que revelou a identidade de uma agente da CIA, Valerie Plame, numa das manobras mais sujas da Casa Branca de George W. Bush e Karl Rove, seu falcão mais "político" e mais nocivo.

    É que o marido de Valerie, o embaixador Joe Wilson, foi enviado a Níger em fevereiro de 2002 pela CIA para investigar se Saddam Hussein comprara ali urânio enriquecido. Em seu relatório, na volta, Wilson informou que "era altamente duvidoso que tal transação houvesse ocorrido" -- respaldavam sua conclusão vários outros informes. Qual não foi sua surpresa (adoro esta frase!) quando ouviu Bush anunciar em janeiro de 2003, no discurso State of the Union, no Congresso, que o "governo britânico apurou que Saddam Hussein recentemente buscou significativas quantidades de urânio na África". A AIEA veio a público afirmar que eram forjados os documentos citados por Bush! Mesmo assim o canalha invadiu o Iraque -- alegava entre outras mentiras a compra por Saddam dos tais tubos de alumínio que citei lá embaixo.

    Pois bem, Wilson então escreveu artigo para o NYT, publicado em 6 de julho: "What I Didn't Find in Africa" (o que não achei na África), desmascarando Bush. Por vingança, a Casa Branca vazou a identidade da mulher dele, uma agente secreta. Isso deu um baita rebu, chegou à Justiça e Judith Miller, a cretina que virou porta-voz dos falcões de Bush em pleno NYT, recusou-se a revelar a fonte que vazara a informação. Foi presa -- e muita gente a considerou heroína da profissão.



    A crítica americana já opinou que o filme não é sobre Judith Miller, porque Kate Beckinsale (esq.), que a encarna, é bonita, e Judith (dir.), não. Ela nem é feia, e o filme deve ser boa porcaria por outra razão: doura o perfil desta marionete do Bush. Pelo jeito que revela o IMDB, nada fala das matérias que estimularam a invasão do Iraque, apenas da "heroína" que não revelou fontes... E que fontes! O pior da Casa Branca, o pior do Pentágono e o pior dos dissidentes do Saddam. Parabéns, dona heroína da profissão. Espero que você continue pastando onde está... a Fox News. O pior da televisão.

    O cretino hoje 2

    Aloisio Mercadante, no artigo "Calote na integração", diz o seguinte:
    "Essas lições da História tornam preocupante o nacionalismo que parece ter tomado conta de alguns países da América do Sul. A decisão do Equador, país duramente afetado pela crise, de questionar a dívida contraída junto ao BNDES em função de problema técnico numa obra da Odebrecht é exemplo de atitudes que podem comprometer o esforço pela integração da região e aprofundar a recessão.

    Tal problema, que poderia ter sido resolvido com rápida negociação, foi politizado de forma inadequada.

    Considere-se que a Odebrecht estava há 23 anos no Equador, tendo lá realizado 9 grandes projetos sem questionamentos."
    Três cositas a mencionar:

    1) Não sei se a crise provocou essa reação do Equador. Acho que ela viria sem crise.
    2) Onde há empreiteira há sujeira da grossa.
    3) A própria dívida externa do Brasil é objeto de contestação há muitos anos. Até estranho que ninguém tenha mencionado isso (pelo menos eu não vi), e tantos se espantem com a decisão do Rafael Correa. Ora essa, fazer auditoria em nossa dívida era uma das bandeiras da esquerda. Lula só foi eleito, dizem, porque na "Carta ao povo brasileiro", de 22 de junho de 2002, prometeu: "Premissa dessa transição será naturalmente o respeito aos contratos e obrigações do país."

    De qualquer modo, acho que o Mercadante está certo neste ponto:
    "Temos de seguir o exemplo da Europa, que aprendeu as duras lições da História. Lá, a resposta à recessão vem sendo o aprofundamento da integração e políticas anticíclicas convergentes. Dinamarca, Islândia e a própria Grã-Bretanha já pensam em ingressar na zona do euro."
    Afinal, integração, e não divisão, é a saída possível para a América pobre. Nisso o Rafael Correa pisou mesmo. Deveria ter proposto um encontro de cúpula sobre esse assunto. Seria um exemplo luxuoso de amadurecimento da nossa região, com repercussão estrondosa no mundo, "nos mercados", no governo Obama. Mas não, nos comportamos todos infantilmente. Como sempre.

    ***

    Não resisti mais aos apelos dos chatíssimos marketeiros do cretino e descancelei o cancelamento da assinatura: me propuseram um bom desconto na mensalidade e aceitei, pensando no Marco, que está voltando ao Rio e precisa de um jornal. Lá em Sampa ele lia a Folha. Que inveja... (Dotô Frias também era amigão dos gorilas; mas a Folha, embora um dos carros-chefe da PIG, faz algum jornalismo em temas fora da política.)

    O cretino hoje

    O Globo de hoje dá início a série de reportagens sobre a contribuição civil à ditadura! Vou aguardar ansiosamente para ver a fotografia do Dotô Roberto bem grande na primeira página! Afinal, Roberto Marinho foi um dos maiores colaboradores! Sua TV e seu jornal prestaram inestimáveis serviços aos nossos gorilas, tanto financeiros quanto midiáticos!

    sábado, 6 de dezembro de 2008

    Um general comovente

    Grande reportagem ("Scream Bloody Murder") de Christiane Amanpour, na CNN, por vários "campos da morte para entender a indiferença do mundo diante das vozes corajosas que inutilmente pediram ajuda para impedir genocídios". Camboja, Bósnia, Darfur...

    Comovente a entrevista do general canadense Romeo Dallaire, hoje senador, então comandante da reduzida Força de Paz da ONU em Ruanda, que, mesmo tendo conseguido salvar milhares, viu o massacre de 800 mil tutsis em 1994. "Nas estradas, carregávamos os corpos em nossos braços para poder seguir adiante. Eram pilhas de corpos. Botávamos de lado e seguíamos adiante", conta ele, com seu olhar sofrido.

    Os Estados Unidos de Clinton previram o banho de sangue, mas não agiram: o trauma de Mogadiscio era muito recente. Na Somália, menos de um ano antes, num confronto que estrategistas e historiadores militares consideram "o combate urbano de curta distancia mais violento desde a Guerra do Vietnã", 18 soldados americanos foram mortos, arrastados pelas ruas, humilhados e alguns até esquartejados, depois que um helicóptero Black Hawk foi abatido. Os EUA queriam se mandar logo da África, "do mesmo jeito que acontecera no Sudeste Asiático 30 anos antes". [É incrível a capacidade dos EUA de se enfiarem em situações sem saída. Lá estão eles enrolados de novo no Iraque e no Afeganistão — não vencem e têm 5 mil soldados mortos para chorar.]

    A ONU de Kofi Annan, por sua vez, em lugar de enviar reforços ordenou a retirada dos peacekeepers. O general Dallaire se negou.
    -- O Sr. se insubordinou..., comenta a repórter.
    -- Ao contrário, eu me recusei a abandonar meu posto. Era uma ordem imoral.
    -- Como é sua vida hoje, depois de viver tudo aquilo?
    -- Muito comprimido, muita terapia.
    -- Mas o Sr. fez tudo o que era humanamente possível.
    -- Não foi suficiente. Não foi suficiente.

    sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

    Truda e a "farmácia do Lula"

    Truda conta uma bonita história no blog dele, que só tem um porém: a Farmácia Popular, que ele chama de "farmácia do Lula". Assim como a UPA do Cabral, é uma aberração que contradiz o que determinam a Constituição de 88 e a Lei Orgânica da Saúde (a 8.080/90). Remédio é para ser distribuído de graça pelo SUS e as unidades de saúde devem estar integradas em rede ao sistema, e não constituírem pontos isolados. A Farmácia Popular é um exemplo de má gestão do SUS, e as UPAs fragmentam o sistema.



    E ainda assim o SUS é um gigantesco milagre que causa espanto aqui e lá fora: poucos sabem disso, mas em 2007 houve 2,7 bilhões -- BILHÕES! -- de procedimentos ambulatoriais, 610 milhões de consultas, 110 milhões de atendimentos por agentes comunitários de saúde em 95% dos municípios, 87 milhões de pessoas atendidas por 27 mil equipes de saúde da família, 150 milhões de vacinas aplicadas, 10,8 milhões de internações. E mais: 3,1 milhões de cirurgias (215 mil cardíacas e 15 mil transplantes), 9,7 milhões de sessões de hemodiálise, 9 milhões de sessões de radioquimioterapia, 403 milhões de exames laboratoriais, 13,4 milhões de exames radiológicos sofisticados, 212 milhões de ações odontológicas, 23 milhões de ações de vigilância sanitária, e um baita controle da aids, que é referência mundial.



    Tá bom? Longe disso. Mas eu duvideo-dó que algum país do mundo tenha isso. Lula e Cabral, no entanto, investem em ações fora do sistema, em vez de investir no sistema. É triste!



    Quem ouviu falar em que os órgãos da pobrezinha da Eloá foram retirados e transplantados por equipes do SUS? Ninguém. Pois é o SUS que faz transplante neste país. Na Radis de janeiro teremos um texto comentando isso. Mas em todas as edições procuramos mostrar um pouco do que a PIG esconde. Metemos o pau também, que a revista não é chapa-branca, embora financiada pelo governo. Tem gestor que nem fala conosco, de tanta coisa errada que apontamos. Mas a revista é séria e equilibrada. Procura fazer jornalismo, apesar das limitações.

    quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

    As tripas abertas da PIG

    Argemiro Ferreira faz história, nos dois sentidos, em posts de ontem (Os jornalões arrogantes e a “Tribuna da Imprensa")e hoje (Ainda o passado patético da mídia golpista).

    Imperdível. Um estrondo. Para arquivar.

    Fiquei com MUITA inveja...

    ... e imitei o Truda.

    Quando morava na Ruy Barbosa, o choque era diário ao acordar e dar de cara com essa pedra enorme, que da janela parecia bem mais próxima.


    Antes, do terraço da casa da Goytacazes, tínhamos mais ou menos essa vista (um pouco mais para a esquerda): num dia de show aéreo, Marco viu os óculos de um piloto da Esquadrilha da Fumaça. Eu não vi, só ficava fazendo "ahhh", "ohhh", "meu deus"...


    Agora, moro bem depois dessa curva, e subindo uma ladeira...


    ... perto dessa belezura toda.


    Após muitos anos de paisagens deslumbrantes, não tenho mais vista da janela de casa, mas sei que o Rio continua assim:


    (Todas as fotos são do Marco, menos a segunda, que "surrupiei" do photobucket do "Zeh" -- foi essa a identificação que achei; reúne uma belíssima coleção de imagens do Aterro do Flamengo.)

    ***

    Antes que a Vera estranhe: não moro mais no terceiro andar, que da varanda tinha uma bela vista da Zona Norte (víamos o Maracanã, o Morro da Mangueira, a igreja da Penha, até a Baixada em dias claros); por causa do barulho na praça, mudamos para o térreo, nos fundos! Nossa vista agora é um muro, uma mangueira enorme, algumas bananeiras, um bambuzal e o céu...

    Um slideshow muito do malfeito, mas vá lá



    (Clique para ampliar e ver as legendas)

    Ninguém faz idéia do que apanhei pra botar essas bostas destas fotos aí!

    quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

    Como posso...

    ... ter emburrecido tanto nesse lance de blog??????????? Não sei fazer mais nada!

    Da boniteza à tristeza.


    Que estonteante esta foto do Ivo Gonzalez, né? O Truda me enviou.

    Comentário do Ruy: -- É a metade da FAB.

    Comentário do Truda: -- É a FAB.

    Não me lembro exatamente se foi isso que o Trudinha disse no bar hoje à tarde, mas o sentido é este... :-)))

    Atualização!

    O que o Truda disse está no próprio blog dele, O meu Rio de Janeiro: "Para mim, não tem nem 1% se contar a turma que não voa!"...

    ***

    Tá um vexame mesmo a nossa força armada, coitada. Não que eu seja militarista, longe disso, mas uma força armada pequena, bem-equipada, bem-educada inclusive nessas coisinhas simples da vida como democracia e defesa do Estado de Direito, além de salários dignos e carreira atraente, faz bem a qualquer país. Li não sei onde que o Brasil nunca chegará a potência mundial porque não tem canhão nem bomba. Bem, a Índia tem, e daí? Tem voz?

    Agora, população, recurso geopolítico valiosíssimo, a Índia tem. A nossa está devagar quase parando (média de filhos de 1,8, contra 4,4 entre 1957 e 1961). A única faixa etária que continua gerando, e mesmo assim cada vez menos, é a de 15 a 19 anos (vamos dar isso na Radis de janeiro). Uma tristeza ver um país tão jovem com taxa de fecundidade tão baixa, e ainda por cima depender da gravidez das adolescentes para que sua população cresça um pouco. OK, conhecemos todos as explicações para isso.

    Agora vou ver Life.

    Monumento ao cinismo

    "Em marcante admissão que contradiz declarações anteriores, Karl Rove, ex-estrategista de George Bush, disse que se o presidente soubesse que o Iraque não tinha armas de destruição em massa não teria ido à guerra". (Íntegra)
    Não tem limite a cara-de-pau desse genocida, desse escravo das petroleiras do Texas. E ainda o tratam de "estrategista"... (Anseio falar dessa "ingenuidade" criminosa da imprensa americana, mas cadê tempo?)

    Todo mundo conhece a verdade sobre a decisão de Bush de invadir o Iraque mas, se interessar, escrevi sobre isso anos atrás no Observatório, aqui e aqui. Eis um trecho do primeiro texto, "Nós de uma história mal contada", feito em cima de análise do veterano jornalista Michael Massing para The New York Review of Books em fevereiro de 2004, intitulado "Now they tell us" ("Agora eles nos contam"), e com contribuição do Argemiro, que continua arrebentando no blog dele, como não poderia deixar de ser:
    Como os jornalistas americanos confiavam demais nas fontes simpáticas ao governo, os repórteres "desconfiados", e eles eram mais do que um punhado, acabaram silenciados. Assim, a cobertura resultou altamente favorável ao discurso da Casa Branca. "Agora [fevereiro de 2004] que os jornalistas se apressam a comentar as falhas do governo deveriam prestar atenção às suas próprias."

    Massing começa então a narrar minúcias de todas essas falhas. As mais assustadoras são mesmo as de Judith Miller [adendo de hoje, 3/12/2008: demitida do NYT e atualmente na Fox News!, onde mais???] e Michael Gordon (setorista militar do Times), que montam, matéria-conjetura após matéria-conjetura, com fontes não-confiáveis após fontes não-confiáveis, um quadro dramático de notícias sobre a escalada de Saddam Hussein na construção de seu arsenal de ADM – incluídos aí "detalhes" definitivos sobre uma tentativa de importação de tubos de alumínio reforçado que "só poderiam" servir para uma coisa: centrífugas para enriquecimento de urânio – segundo assessores militares de Bush.

    Iniciava-se e completava-se então um aberrante círculo vicioso: os tubos de alumínio soprados aos ouvidos da dupla do Times viraram matéria de primeira página e passaram a ser brandidos por Dick Cheney, Colin Powell, Donald Rumsfeld, Condoleezza Rice e todos os chamados "falcões da guerra" de Bush como "prova" do arsenal de Saddam. Até que, em 12 de setembro de 2002, o próprio Bush, em discurso na Assembléia Geral da ONU, afirmou que o "Iraque fez muitas tentativas de comprar tubos de alumínio reforçado usados no enriquecimento do urânio para uma arma nuclear"!

    Para esse canalha, que despejou ódio e mentiras por dois anos -- enquanto durou a campanha eleitoral americana -- e agora desfia mea-culpa como um rosário, inclusive elogiando a equipe de Obama, só mesmo tribunal de crimes de guerra. Mas os americanos, assim como nós aqui com nossos torturadores, não têm colhão pra isso.
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