Incrível o barraco formado em torno do blog da Unicamp (ver aqui, aqui e aqui, nos comentários). Incompreensão total. Minhas humildes observações:
1) Os estudantes da Unicamp foram, de fato, um pouco autocentrados nos posts, especialmente o que trata da embaixatriz, e talvez críticos demais sobre a Minustah. Mas nada justifica os xingamentos de que estão sendo alvo. Há que entender que são jovens pesquisadores da área de Humanas, e por isso mais sensíveis às questões sociais, e estavam no seu direito de protestar contra o abandono da população haitiana. Adorei ler os posts deles.
2) Foi também péssima a reação do diplomata que falou ao Estadão, dizendo que "fofoca de blog" não ajuda. Melhor dizer que apuraria, que o caos estava provocando confusões ou algo assim.
3) Triste a condenação quase geral à ONU, à embaixada, à Minustah. As pessoas têm memória curta, não lembram do que aconteceu na Louisiana varrida pelo Katrina: a ajuda demorou quatro dias, num país rico e com infraestrutura de Estado poderosa. Caos é caos. Até no 9/11 os bombeiros tentaram salvar primeiro os bombeiros. É procedimento protocolar: ajudar primeiro a quem ajuda, ou não haverá ajuda alguma. Foi o que aconteceu. Pô, a ONU tem 150 desaparecidos: acabou junto com o Haiti. A prova é que, sem a ONU, a zorra é total. Então, modus in rebus.
Todos idealizamos o mundo, que é imperfeito pra caramba, né?
5 comentários:
Para lidar com o caos há que ter experiência e controle emocional. Como você diz, seria preciso atender aos que vão cuidar, despachar de volta para seus países os que não têm experiência para este tipo de trabalho, e ajudar os haitianos a planejarem a ajuda emergencial e sua execução. Deixar o governo e o povo haitiano fora do atendimento irá acentuar a impotência deles e isto irá influenciar negativamente a reconstrução do país. Ajudar é fornecer o necessário para vencer o caos e não se apoderar do país e deixar o governo e o povo de quatro. Você tem razão quando diz que a ONU é importantíssima nesta hora, mas é preciso esperar que eles se levantem. Temos que nos preocupar também com a possíbilidade de terremoto de alta magnitude ou a oeste do Haiti ou na República Dominicana. Haverá, só não se sabe quando. Já está na hora de os governos do mundo trabalharem preventivamente com as informações destas tragédias futuras.
Fico arrepiada só de pensar nos risco que os cientistas preveem...
Monica comentou comigo outro dia as reportagens do Scott. Qdo chegou, ficou estupefato com a destruiçãoe o caos, parecia que a gente tava lá; mas no dia seguinte já se preocupava em informar - sempre na contramão do noticiário sensacionalista do PIG. Tanto é que se apressaram em enviar uma "dupla de reporteres" mais sintonizada com a "casa".
A proposito, vcs leram o artigo, assinado por ele, no rodapé de 4ª feira passada, relatando a "estadia" de seu companheiro na infame "sala da impigração"?
EUA, deus me livre! Nunca mais volto lá. nem o Barraco salva!
Cancelei há séculos minha assinatura do Globo, graças aos ceus!
É, mas acaba indo direto para caixa dos gatos; a edição de segunda feira então nem se fala.
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