segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

'Comparar incomoda', diz Dilma

Tirei do Azenha, que tirou do JT. Show da Dilma, viu? Futuro é o cacete!

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Ministra, líderes do PT e do governo rebateram declaração do governador tucano José Serra

Julia Duailibi, Ana Paula Scinocca e João Domingos, do Jornal da Tarde

Em resposta ao provável candidato do PSDB à Presidência, o governador José Serra, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), defendeu a comparação entre as gestões do presidente Lula e de seu antecessor Fernando Henrique Cardoso, dando o tom do que deverá ser seu discurso de candidata. Para ela, “quem não quer discutir o momento Lula é porque se incomoda com as comparações”.

“Quando você está numa disputa, não quer saber só a fala, nem o povo brasileiro se conforma só com o que você prometeu. Então, comparar o governo Lula com qualquer outro período é a forma de podermos chegar ao povo e mostrar o que fizemos”, afirmou a ministra, ao lado do presidente, no lançamento de obra em Bacabeira (MA), a 60 km de São Luís.

Serra disse anteontem que, se for candidato - apesar de ser hoje o único nome cotado no PSDB -, pretende fazer campanha apontando “coisas para o futuro”. Ele avalia que a antecipação do debate é “armadilha” para pautar a campanha com comparações entre as gestões Lula e FHC - pesquisas do PSDB mostram preferência do eleitorado pela atual gestão.

Dilma criticou a tentativa do tucano de evitar o debate plebiscitário. “Nunca o Brasil, quando eles governaram, cresceu e distribuiu renda. Então não há motivo para eu fingir que não sei disso. Por que vamos vetar essa discussão? A quem interessa esse veto?”. Ela deixou explícita qual será sua resposta a quem perguntar se seu governo será continuidade do de Lula: 'Continuar o governo Lula é fazer tudo igual? Não, para nós continuar o governo Lula é avançar'.

‘A cara do cara

Dilma fez crítica indireta ao PSDB ao citar uma das bandeiras tucanas, o ajuste fiscal. “Estamos numa outra fase no Brasil. E vamos ter de aprender a lidar com o momento. Em vez de ser 'choque de gestão', corta investimento, corta consumo, estamos em outra”.

Lula anunciou, no evento, investimento de US$ 20 bilhões no Maranhão, reduto eleitoral da família Sarney, do PMDB, partido que o governo quer na vice de Dilma. A governadora Roseana Sarney chamou a ministra de “companheirona” e “minha amiga”. Após elogiar Lula, Dilma parafraseou o presidente norte-americano, Barack Obama, e disse que ele “é o cara”. Sarney aproveitou e emendou outro elogio: “Ela é a cara do cara”.

PT vê ‘falta de discurso’

Integrantes do governo e do PT ironizaram as declarações de Serra, para quem “candidato a presidente não é chefe da oposição”. Líder petista na Câmara, Cândido Vaccarezza, disse que a afirmação desqualifica a oposição. “A oposição não tem nem rumo, como é que poderia ter chefe. Concordo com Serra”. Secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, disse que a declaração retrata dificuldade do discurso eleitoral da oposição. “É confissão de fraqueza e mostra a saia justa que a oposição se encontra”. No Planalto, a avaliação é a mesma: falta à oposição bandeira mínima à campanha de Serra.

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