quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Boris Casoy e as ariranhas

Marco Nascimento

Que ligação poderia haver entre a queda de uma criança no poço das ariranhas de um zoológico e o processo que Celso Lungaretti está sofrendo, movido por Boris Casoy? Se eu compreendi bem a evolução dos eventos, tudo.

Celso escreveu um texto de repúdio ao comentário de Boris Casoy sobre os garis que vazou da transmissão de um telejornal. Nesse texto, faz um retrospecto da carreira de Boris Casoy, destacando como momento crucial para sua ascensão profissional a crise desencadeada por uma frase de Lourenço Diaféria, que culminaria com a destituição de Claudio Abramo da cadeira de diretor de redação da Folha. Casoy herdou o cargo.

O texto de Diaféria ao qual Celso se refere e que Abramo publicou é "Herói. Morto. Nós.", escrito por conta da morte do sargento Silvio Delmar Hollenbach, que não resistiu aos ferimentos depois de saltar no poço das ariranhas do zoológico de Brasília para resgatar uma criança que lá havia caído. A criança foi salva. A crônica contrapõe a beleza do gesto do sargento à imponência opaca dos heróis dos monumentos equestres. Lourenço Diaféria foi preso, Claudio Abramo perdeu o emprego e Boris Casoy subiu na vida.

Terrível simetria, depois de amanhã completam-se 33 anos do sacrifício de Silvio Hollenbach e, aparentemente, o homem que mais lucrou com seu gesto não aprendeu nada com ele, como Casoy demonstra ao tentar calar judicialmente quem o critica.

Rio, 25 de agosto de 2010

Imagem: Exército brasileiro

3 comentários:

Vera Silva disse...

Por isto a História é importante. Pena que o Judiciário a despreze.

mari disse...

É mesmo, né? Capaz do Lungaretti perder!

Rubens Ghidini disse...

Muito bom, primo. Escreve bem como sua mãe. E como ela pede só pra não xingá-la, negando salvo conduto aos demais, calma: manter-me-ei educado ,mas o C*a*s*o*y só serve pra fazer peso na terra. Maldito. Teria prazer em recebê-lo em meu trabalho. Desculpem o desabafo.

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