Hmmm, não sei por que senti o cheiro da "indústria" do hospice cristão nessa pesquisa. Não que a nossa morte seja boa, pelo contrário. Num congresso que cobri, um especialista em bioética do fim da vida, depois de definir ortotanásia, eutanásia e distanásia (clicar aqui para ver a matéria com os esclarecimentos), disse uma frase interessantíssima: "A pior é a mistanasia, a morte injusta, da injustiça social, a morte severina”. A morte no Brasil é mesmo severina. (E é claro que o pasquim reproduziu no ato.)
Mas essa pesquisa tem todas as características de encomenda de indústria. A que mais cresce na saúde, no momento, é a de cuidados paliativos, favorecida pela obsessão de entidades cristãs em favor da distanásia e especialmente contra a eutanasia. Por outro lado, a frase final é sustentável: "Segundo a pesquisa, no entanto, um aumento na disponibilidade de tratamento paliativo – principalmente realizado em casa ou pela comunidade - reduz gastos em saúde associados a internação em hospitais e tratamentos de emergência". Isso é coisa que o SUS poderia tranquilamente proporcionar, e já proporciona em alguns lugares.
Vou acompanhar pra ver se a Ceição Lemes trata do assunto.
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