Senti falta de ao menos um negro durante o pronunciamento. Só no fim do discurso chegou a Benedita, mas a presidenta deu-lhe as costas e foi para os braços do Sarney...
Eu fiquei orgulhoso com as menções ao funcionalismo e às agências:
"Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. (...) As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados. (...) Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária."
E fiquei mais feliz ainda porque ela agradeceu até à imprensa e à oposição, mas EM NENHUM MOMENTO DISSE A PALAVRA "DEUS".
1 - Minha mãe foi e voltou da votação de táxi. Ao serem perguntados sobre o voto, disseram que anularam, mas quando minha mãe disse que votou na Dilma os motoristas mudaram a resposta, falaram que votaram na Dilma mas tinham medo de declarar o voto.
2 - Comecei a eleição meio alienado, até meio insatisfeito, acho que estou ouvindo e lendo muito os comentários do Mauro Cezar Pereira. Como pertenço à "casta superior"(acho que dá para entender a ironia) fui me revoltando com os comentários preconceituosos das pessoas próximas a mim e me envolvi mais com a eleição.
3 - Outra coisa que aumentou meu envolvimento com a eleição foi a participação da Dilma nos debates. Ela foi criticada por sua dificuldade em se expressar e por misturar idéias em uma mesma fala. Achei isso legal, me identifiquei com ela, sou meio assim também, na verdade sou bem pior, o caso da Dilma era uma falta de costume com a situação, ela está melhorando. Já compreendia a popularidade do Lula, mas a partir desse momento ficou mais claro, se eu me identifiquei com uma característica da Dilma, imagina o cara do povão vendo o Lula, o cara pensa: "ele é igual a mim e é o presidente". Sei que essa explicação é óbvia, não é nenhum pouco original, mas é só para ilustrar que senti isso um pouco com a Dilma.
4 - Depois disso passei me sentir um otimista com o futuro do Brasil e fiz uma analogia com o futebol, o primeiro negro no Bangu e o primeiro time com negros do Vasco. A partir desses momentos os negros e os nordestinos tomaram conta do futebol brasileiro e venceram cinco copas da mundo. Chegou agora a vez deles se sentirem tão gente como nós privilegiados e com a ascensão econômica vão estudar e vão fazer o Brasil se estabelecer. E isso não está ligado apenas aos resultados práticos do governo, está ligado à figura do Lula, que é uma inspiração para o povo. Não seria a mesma coisa se o Fernando Henrique tivesse alcançado os mesmos resultados, não teria gerado o mesmo sentimento no povo. Não se deve avaliar um governo apenas tecnocraticamente, o sentimento que um governante gera é muito importante.
Como falei, passei a ter uma visão otimista sobre o Brasil, tenho a impressão de estar vendo a história do povo ser construída, o ranço da escravatura e da discriminação começando a acabar. Isso é um processo, não acaba de uma hora para outra, mas com a velocidade da informação acredito que não será muito demorado. Ainda tem muita luta, mas vejo o fim das piadas com o "povinho tupiniquim". Me imaginei com 80 anos, numa sociedade com o povo incluído, com muito menos discriminação. Me vi contando a história desde os meus cinco anos, nas diretas, o Chevette da minha mãe com o adesivo das "Diretas Já", que não queria desgrudar do vidro. A passeata de 89, com adesivo do Lula nos meus óculos, a animação tosca que fiz no MSX com o logo da campanha do Lula e outras histórias.
Essa visão é meio otimista e romântica, mas é o que estou sentindo, às vezes tenho até chorado um pouco.
É nóis lá de novo, Mari!!! Lembro que comemorei a primeira eleição do Lula no seu blog. Então, pra não perder o costume, eis que regresso, felicíssimo da vida. Um grande beijo!!!
8 comentários:
Senti falta de ao menos um negro durante o pronunciamento. Só no fim do discurso chegou a Benedita, mas a presidenta deu-lhe as costas e foi para os braços do Sarney...
Eu fiquei orgulhoso com as menções ao funcionalismo e às agências:
"Zelaremos pela meritocracia no funcionalismo e pela excelência do serviço público. (...) As agências reguladoras terão todo respaldo para atuar com determinação e autonomia, voltadas para a promoção da inovação, da saudável concorrência e da efetividade dos setores regulados. (...) Vou valorizar os quadros profissionais da administração pública, independente de filiação partidária."
E fiquei mais feliz ainda porque ela agradeceu até à imprensa e à oposição, mas EM NENHUM MOMENTO DISSE A PALAVRA "DEUS".
1 - Minha mãe foi e voltou da votação de táxi. Ao serem perguntados sobre o voto, disseram que anularam, mas quando minha mãe disse que votou na Dilma os motoristas mudaram a resposta, falaram que votaram na Dilma mas tinham medo de declarar o voto.
2 - Comecei a eleição meio alienado, até meio insatisfeito, acho que estou ouvindo e lendo muito os comentários do Mauro Cezar Pereira. Como pertenço à "casta superior"(acho que dá para entender a ironia) fui me revoltando com os comentários preconceituosos das pessoas próximas a mim e me envolvi mais com a eleição.
3 - Outra coisa que aumentou meu envolvimento com a eleição foi a participação da Dilma nos debates. Ela foi criticada por sua dificuldade em se expressar e por misturar idéias em uma mesma fala. Achei isso legal, me identifiquei com ela, sou meio assim também, na verdade sou bem pior, o caso da Dilma era uma falta de costume com a situação, ela está melhorando. Já compreendia a popularidade do Lula, mas a partir desse momento ficou mais claro, se eu me identifiquei com uma característica da Dilma, imagina o cara do povão vendo o Lula, o cara pensa: "ele é igual a mim e é o presidente". Sei que essa explicação é óbvia, não é nenhum pouco original, mas é só para ilustrar que senti isso um pouco com a Dilma.
4 - Depois disso passei me sentir um otimista com o futuro do Brasil e fiz uma analogia com o futebol, o primeiro negro no Bangu e o primeiro time com negros do Vasco. A partir desses momentos os negros e os nordestinos tomaram conta do futebol brasileiro e venceram cinco copas da mundo. Chegou agora a vez deles se sentirem tão gente como nós privilegiados e com a ascensão econômica vão estudar e vão fazer o Brasil se estabelecer. E isso não está ligado apenas aos resultados práticos do governo, está ligado à figura do Lula, que é uma inspiração para o povo. Não seria a mesma coisa se o Fernando Henrique tivesse alcançado os mesmos resultados, não teria gerado o mesmo sentimento no povo. Não se deve avaliar um governo apenas tecnocraticamente, o sentimento que um governante gera é muito importante.
Como falei, passei a ter uma visão otimista sobre o Brasil, tenho a impressão de estar vendo a história do povo ser construída, o ranço da escravatura e da discriminação começando a acabar. Isso é um processo, não acaba de uma hora para outra, mas com a velocidade da informação acredito que não será muito demorado. Ainda tem muita luta, mas vejo o fim das piadas com o "povinho tupiniquim". Me imaginei com 80 anos, numa sociedade com o povo incluído, com muito menos discriminação. Me vi contando a história desde os meus cinco anos, nas diretas, o Chevette da minha mãe com o adesivo das "Diretas Já", que não queria desgrudar do vidro. A passeata de 89, com adesivo do Lula nos meus óculos, a animação tosca que fiz no MSX com o logo da campanha do Lula e outras histórias.
Essa visão é meio otimista e romântica, mas é o que estou sentindo, às vezes tenho até chorado um pouco.
É nóis lá de novo, Mari!!!
Lembro que comemorei a primeira eleição do Lula no seu blog. Então, pra não perder o costume, eis que regresso, felicíssimo da vida. Um grande beijo!!!
Também passei para dar um abraço!
Manchete do "Bobo" hoje:
"Lula elege Dilma..."
55,7 milhões de brasileiros agora chamam-se Lula. Inclusive eu.
Beijos,
Lula (ex-silkworm)
Sensacionais os comentários! Gustavo, show! Seu Cloaca, maravilha! Silk, ideia dupiru!
Parabéns para nós todos que não esmorecemos (eta, palavrão!)
Palavrao nada! Nao esmorecemos e merecemos!
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