sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
À posse (ou à vitória gloriosa da democracia)!
Dilma.com.br |
Isso dito, não vou fazer balanço, apenas comentar o seguinte: as pessoas mal avaliam o que vêm testemunhando. Estava ao telefone com o Marco há pouco e contei que tive muito pesadelo com a derrubada do Lula. Acordava apavorada, meu deus, derrubaram o Lula! Até sair do transe e entender que era pesadelo... Lula esteve várias vezes por um fio! Mas completou o mandato e entrega a faixa presidencial à sucessora. Feito inédito que reverencio todos os dias. Pensem muito nisso, é um bom exercício. Vermes golpistas deixam o esgoto sempre que podem, como vimos na campanha eleitoral, e seus representantes na imprensa jamais esmorecem...
Serei eternamente grata ao Lula. A sabedoria dele permitiu essa vitória gloriosa da democracia brasileira, que está longe de ser madura.
Bem, a posse estará em todas as redes de televisão, mas vou de TV Brasil, que eu não sou besta. A transmissão começa às 15h (aliás, fiquei P da vida ao saber que haverá missa! Issaqui é um Estado laico, pô!, como bem lembrou a Fátima Oliveira). Grandes portais e vários blogs transmitirão os eventos pela internet.
Aqui, as datas da posse dos novos ministros (via Blog do Panalto). O mais "faminto" é Alfredo Nascimento (PR), dos Transportes, que assume no próprio sábado, às 20h -- em plena festa da Dilma no Itamaraty!
"Permanecem nos cargos os ministros Luís Inácio Lucena Adams (Advocacia-Geral da União), Jorge Hage (Controladoria-Geral da União), Nelson Jobim (Defesa), Fernando Haddad (Educação), Orlando Silva (Esporte), Guido Mantega (Fazenda), Wagner Rossi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Carlos Lupi (Trabalho e Emprego)", informa o Blog do Panalto.
Estarei aqui de plantão com as impressões esquizofrênicas de praxe. Feliz virada de ano a todos!
A história está salva
Lá embaixo falou-se sobre o perigo que representa para os historiadores o uso de fontes como o PIG, que retratou um governo Lula só de defeitos e problemas. Hoje a Vera enviou mail com link para o artigo "Governo Lula continuará em disputa", sobre esta mesma questão. Mas aí lembrei das homenagens da imprensa mundial. Em abril, por exemplo, a Time escolheu Lula como o político mais influente do mundo (veja o vídeo), El País e Le Monde fizeram o mesmo. Estamos salvos.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Frase e vídeo do ano
Quem levou o prêmio foi o Blog do Planalto na matéria "Colunista da Folha infla números e levanta suspeitas descabidas. É no que dá a falta de rigor…"
Registre-se ainda que 88% desses recursos foram aplicados em dez dos maiores portais do país, a saber: MSN, Uol, Globo.com, Terra, iG, Yahoo, Abril, Estadão, Valor Online e Folha.com.br. Nenhum deles pode ser incluído na categoria dos chamados “blogs sujos”. Estão mais próximos daquilo que alguns batizaram de “massa cheirosa”.O curioso é que eu tinha escolhido como vídeo do ano justamente o da "massa cheirosa" da Catanha (clique 2 vezes para ver maior no Youtube). Definitivamente a minha antiga amiga de Brasília fez história. Ruim.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Tenho uma coluna! E é sobre o SUS!
É no Portal Colaborativo Teia Livre, uma experiência novíssima em comunicação imaginada no Twitter e executada sensacionalmente pelo @biruel, um gênio da raça. Estou emocionada que nem foca estreando em jornal! A coluna é sobre o SUS e pode ser reconhecida por esta marca aí ao lado! Não é linda? Foi desenhada por Marcelo Marques de Mélo, dentista com especialidade em Saúde Coletiva. A Radis publicou as tirinhas dele.
INCRÍVEL! TINHA ESQUECIDO DE DAR O LINK!
Ei-lo:
Portal Colaborativo Teia Livre
INCRÍVEL! TINHA ESQUECIDO DE DAR O LINK!
Ei-lo:
Portal Colaborativo Teia Livre
Brasil-Irã: a voz que destoa do coro
Um trecho do telegrama traduzido pelo Coletivo VilaVudu:
***
1. (C) RESUMO. O subsecretário para Assuntos Políticos do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Roberto Jaguaribe, que voltou recentemente de missão diplomática a Teerã, disse ao chargé d'affaires dia 16 de setembro que mais diálogo, em vez de sanções, será o meio mais efetivo para pressionar o Irã a desenvolver um programa nuclear responsável. Jaguaribe destacou que o programa nuclear iraniano conta com amplo apoio interno e, em resumo, não será suspenso, motivo pelo qual o objetivo deve ser levar os iranianos a obedecer a orientação internacional para as questões nucleares. Disse que altos funcionários iranianos distinguem entre as diretivas da AIEA, que estão tentando obedecer, e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que consideram injustas e, em alguns casos, ilegítimas. Jaguaribe contou que disse aos iranianos que ainda não estão cumprindo as responsabilidades que lhe cabem cumprir em relação à AIEA, mas que crê que estejam fazendo progressos. O subsecretário não descarta a possibilidade de o Brasil fazer referência ao Irã na Assembleia Geral da ONU, mas disse que tais referências serão “equilibradas”, sobre o Irã ainda não ter cumprido todas as suas obrigações e sobre o Brasil não acreditar em sanções como instrumento de motivação. FIM DO RESUMO.
Continua aqui.
***
1. (C) RESUMO. O subsecretário para Assuntos Políticos do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, Roberto Jaguaribe, que voltou recentemente de missão diplomática a Teerã, disse ao chargé d'affaires dia 16 de setembro que mais diálogo, em vez de sanções, será o meio mais efetivo para pressionar o Irã a desenvolver um programa nuclear responsável. Jaguaribe destacou que o programa nuclear iraniano conta com amplo apoio interno e, em resumo, não será suspenso, motivo pelo qual o objetivo deve ser levar os iranianos a obedecer a orientação internacional para as questões nucleares. Disse que altos funcionários iranianos distinguem entre as diretivas da AIEA, que estão tentando obedecer, e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que consideram injustas e, em alguns casos, ilegítimas. Jaguaribe contou que disse aos iranianos que ainda não estão cumprindo as responsabilidades que lhe cabem cumprir em relação à AIEA, mas que crê que estejam fazendo progressos. O subsecretário não descarta a possibilidade de o Brasil fazer referência ao Irã na Assembleia Geral da ONU, mas disse que tais referências serão “equilibradas”, sobre o Irã ainda não ter cumprido todas as suas obrigações e sobre o Brasil não acreditar em sanções como instrumento de motivação. FIM DO RESUMO.
Continua aqui.
Alugue seu general e ganhe (muito) dinheiro
Os Estados Unidos são um estranho país. Você fica sabendo de tudo sobre a CIA ou a NSA em livros, seriados e filmes de ficção. Mas revele um despachozinho verdadeiro de graça na vida real pra ver o que acontece! Todo mundo ou qualquer um pode contar segredos à vontade, desde que seja por dinheiro. Ex-agentes e ex-analistas da CIA podem prestar consultoria a rodo a roteiristas de Hollywood. Mas espião pode. Ex-generais revelam o que sabem a empresas, mas general pode. Judith Miller, repórter cretina do New York Times hoje na Fox News, revelou mais segredos americanos no livro Guerra biológica do que o Wikileaks. Mas jornalista pode. Estão todos ganhando dinheiro e aí tudo é permitido. Já Bradley Manning, que expôs 251 mil segredos de graça, está trancafiado e assim pode ficar por 50 anos.
Gira a roda monumental da informação: Andrew Sullivan postou em seu blog na The Atlantic comentário sobre a matéria do Boston Globe intitulada “From the Pentagon to the private sector: em grande número e com poucas regras, generais reformados assumem lucrativas funções em empresas de defesa”; o tuiteiro @rodolfob divulgou o post, @nilocabra reproduziu e eu fui ler: em 20 anos, 750 generais e almirantes de 3 e 4 estrelas americanos assumiram postos no complexo industrial-militar depois de aposentados. A matéria começa contando o caso concreto de um general-brigadeiro.
Uma hora após a cerimônia oficial que marcou o fim de sua carreira de 35 anos na Força Aérea, o general Gregory "Speedy'' Martin voltou a seus aposentos para trocar o uniforme de gala pela roupa de golfe. Ele estava pronto para sua primeira partida como general de quatro estrelas aposentado.
Mas tão logo fechou a porta naquele dia, em 2005, seu telefone tocou. Era um executivo da Northrop Grumman perguntando se ele estaria interessado em trabalhar para o fabricante do bombardeiro stealth B-2 [esse preto aí da foto, “invisível" a radares] como consultor remunerado. Algumas semanas mais tarde, Martin recebeu outro telefonema. Desta vez era o Pentágono, pedindo-lhe que participasse de painel ultra-secreto da Força Aérea que avaliaria o futuro da tecnologia dos aviões stealth.
O convite era compreensível: Martin tinha sido o oficial responsável por todos os programas de armas da Força Aérea, especialmente o do B-2, nos quatro anos anteriores.
Ele disse que sim a ambas as ofertas.
Mas não vou traduzir toda a matéria do Boston Globe, de Bryan Bender (26/12/2010), que tem oito (sim, oito) partes, apenas o post no blog de Sullivan, de autoria de Conor Friedersdorf (28/12/2010), que resume bem esta gravíssima situação (quem viu In ascolto entende o perigo e o acinte da presença física da indústria DENTRO dos prédios de organismos americanos de defesa e segurança de Estado). Eis o texto:
Glórias a The Boston Globe por destacar um problema que está pior do que nunca:
The Globe analisa a trajetória das carreiras de 750 dos generais e almirantes das mais altas patentes que se aposentaram nas duas últimas décadas e concluiu: para a maioria que adere, o “negócio” que muitos em Washington chamam de “alugue um general” é irresistível. De 2004 a 2008, 80% dos oficiais de três e quatro estrelas foram trabalhar como consultores ou executivos de defesa. Há menos de uma década, entre 1994 e 1998, menos de 50% seguiram esse caminho.
Em determinados anos, esse movimento é quase absoluto. Trinta e quatro dos 39 generais e almirantes de três e quatro estrelas que se aposentaram em 2007 trabalham agora em funções de defesa - quase 90%. Em muitos casos, não é sutil o que esses generais têm que vender – Northrop Grumman, a empresa onde o general Martin trabalha, é chamada de “O grupo 4 estrelas”, por exemplo. A cultura da “porta giratória” do Capitólio - pela qual ex-parlamentares vendem seu conhecimento específico a firmas de lobby - está agora generalizada nos degraus superiores da liderança militar.
Incrível, hein? (Ah, a charge é do site Antifascist Encyclopedia.) Mas prossigamos no post:
James Fallows tenta explicar por que ouvimos falar disso tão raramente:
Assim, um problema reconhecido há pelo menos meio século parece ter se tornado pior do que nunca - e ainda não é discutido pelos políticos e raramente pela imprensa. Acho que isso tem a ver com as distorções geradas pela chamada "estreita parcela da população" relacionada aos militares americanos.
Como já apontaram o secretário de Defesa Robert Gates e muitos outros, a nação americana como um todo não está "em guerra", mas a minoria que serve (de novo e de novo) no Afeganistão, no Iraque e em outros lugares definitivamente está, e por anos. Um certo sentimento de mal-estar ou culpa pode impedir que os políticos façam algo mais do que "apoiar as tropas".
Abaixo, um resumo das conclusões do Globe:
* Dezenas de generais reformados empregados por empresas mantêm no Pentágono funções de consultoria, o que lhes dá níveis sem paralelo de influência e acesso a informação privilegiada sobre planos de aquisições do Departamento de Defesa.
* Os generais são, em muitos casos, recrutados para esse papel no setor privado bem antes da aposentadoria, levantando dúvidas sobre sua independência e seu julgamento enquanto ainda fardados. O Pentágono está consciente disso e apoia essa prática.
* O sistema de alimentação de certos comandos em determinadas empresas de defesa é tão poderoso que sucessivas gerações de comandantes são contratadas pelas mesmas empresas ou na mesma área. Por exemplo, os últimos sete generais e almirantes responsáveis pela venda internacional de armas do Departamento de Defesa assessoram agora fabricantes de armas e tecnologia de defesa no exterior.
* Quando um general que se tornou empresário chega ao Pentágono, ele é geralmente tratado com deferência extraordinária - como se ainda usasse farda -, o que pode aumentar sua efetividade para a indústria como vendedor. Esse militar tem até nome para isso - o efeito bobblehead [aquele bonequinho cuja cabeça balança].
Claro que a preocupação dos americanos conservadores se atém à revelação de segredos à indústria bélica, por mais parceira que seja. Poucos entendem que seja a maior interessada -- e mesmo a instigadora -- em guerras. Já a minha preocupação é a presença mesma da indústria. Ela pode saber de todos os segredos, todos. E isso não é coisa distante não. Mesmo pobrezinhos, entramos no mapa-múndi do comércio de armamentos. E com o Johnbean lá na Defesa então...
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Já preparou sua festa da posse?
Lembrança da posse de 2006, foto da @helenlima13. Dá gosto ver os planos da galera para ir à posse da Dilma no dia 1º. Se eu não fosse tão acomodada hoje em dia estaria na caravana!
A festa da posse começa às 14h30 de sábado com desfile da presidenta e do vice em carro aberto (ou fechado, se estiver chovendo -- vê lá, hein, São Pedro!). Dilma passará pelo Congresso para ser investida, no Planalto receberá a faixa presidencial de Lula, provavelmente em meio a grande chororô geral (não esquecer do discurso do alto do Parlatório) e, por último, recepcionará convidados no Itamaraty. Se o povo deixar, a festa acaba por volta das 21h.
A festa da posse começa às 14h30 de sábado com desfile da presidenta e do vice em carro aberto (ou fechado, se estiver chovendo -- vê lá, hein, São Pedro!). Dilma passará pelo Congresso para ser investida, no Planalto receberá a faixa presidencial de Lula, provavelmente em meio a grande chororô geral (não esquecer do discurso do alto do Parlatório) e, por último, recepcionará convidados no Itamaraty. Se o povo deixar, a festa acaba por volta das 21h.
"Não tente protestar". Viva Wikileaks!
Li "Chris Hedges: Orwell estava certo. Huxley, também" ontem no Viomundo e fui adiante, sem blogar, porque não é exatamente uma novidade (quem não sabe que a democracia americana agora é a democracia permitida pelas megacorporações, hoje em dia até apátridas?). Também fui adiante porque tenho uma certa implicãncia com Chris Hedges pelo livro dele I Don't Believe in Atheists (2008), depois retitulado para When Atheism Becomes Religion: America's New Fundamentalists (ok, é uma reação aos ateístas americanos que botam a culpa dos males da humanidade na religião, especialmente a islãmica, mas, ainda assim...).
Hoje, contudo, resolvi postar por uma série da fatores convergentes: a Vera enviou cópia do texto; acabei de ver The listening/In ascolto/A escuta (2006), filme italiano ruinzinho que mostra que até os mais equipados e capacitados são inexoravelmente derrotados na luta contra o Big Brother; li notícia sobre um homem acusado de hackismo por espionar o Gmail da mulher; li também que o McDonald's pressionou o governo americano contra El Salvador; por fim, mas não menos importante, uma tuiteira dita "de esquerda" me disse ontem que mesmo quem critica o B*ig Bro*ther Br*as*il na verdade assiste ao e gosta do programa --, certamente uma das falácias favoritas da Globo, obviamente o auxílio precioso que fortalece esse câncer e seu poder destrutivo no país. Enquanto isso, a Folha censura a Falha; Bradley Manning está preso em Quântico; Julian Assange não para de receber ameaças de morte. "NÃO TENTE PROTESTAR", é a mensagem. Viva Wikileaks!
Aproveitem o texto. Pena que o Viomundo não informe quem traduziu.
***
2011: A Brave New Dystopia
Chris Hedges (TruthDig.com, 27/12/2010)
As duas grandiosas visões sobre uma futura distopia foram as de George Orwell em 1984 e de Aldous Huxley em Brave New World. O debate entre aqueles que assistiram nossa decadência em direção ao totalitarismo corporativo era sobre quem, afinal, estava certo. Seria, como Orwell escreveu, dominado pela vigilância repressiva e pelo estado de segurança que usaria formas cruas e violentas de controle? Ou seria, como Huxley anteviu, um futuro em que abraçariamos nossa opressão embalados pelo entretenimento e pelo espetáculo, cativados pela tecnologia e seduzidos pelo consumismo desenfreado? No fim, Orwell e Huxley estavam ambos certos. Huxley viu o primeiro estágio de nossa escravidão. Orwell anteviu o segundo.
Temos sido gradualmente desempoderados por um estado corporativo que, como Huxley anteviu, nos seduziu e manipulou através da gratificação dos sentidos, dos bens de produção em massa, do crédito sem limite, do teatro político e do divertimento. Enquanto estávamos entretidos, as leis que uma vez mantiveram o poder corporativo predatório em cheque foram desmanteladas, as que um dia nos protegeram foram reescritas e nós fomos empobrecidos. Agora que o crédito está acabando, os bons empregos para a classe trabalhadora se foram para sempre e os bens produzidos em massa se tornaram inacessíveis, nos sentimos transportados do Brave New World para 1984. O estado, atulhado em déficits maciços, em guerras sem fim e em golpes corporativos, caminha em direção à falência.
[...]
Orwell nos alertou sobre um mundo em que os livros eram banidos. Huxley nos alertou sobre um mundo em que ninguém queria ler livros. Orwell nos alertou sobre um estado de guerra e medo permanentes. Huxley nos alertou sobre uma cultura de prazeres do corpo. Orwell nos alertou sobre um estado em que toda conversa e pensamento eram monitorados e no qual a dissidência era punida brutalmente. Huxley nos alertou sobre um estado no qual a população, preocupada com trivialidades e fofocas, não se importava mais com a verdade e a informação. Orwell nos viu amedrontados até a submissão. Mas Huxley, estamos descobrindo, era meramente o prelúdio de Orwell. Huxley entendeu o processo pelo qual seríamos cúmplices de nossa própria escravidão. Orwell entendeu a escravidão. Agora que o golpe corporativo foi dado, estamos nus e indefesos. Estamos começando a entender, como Karl Marx sabia, que o capitalismo sem limites e desregulamentado é uma força bruta e revolucionária que explora os seres humanos e o mundo natural até a exaustão e o colapso.
Hoje, contudo, resolvi postar por uma série da fatores convergentes: a Vera enviou cópia do texto; acabei de ver The listening/In ascolto/A escuta (2006), filme italiano ruinzinho que mostra que até os mais equipados e capacitados são inexoravelmente derrotados na luta contra o Big Brother; li notícia sobre um homem acusado de hackismo por espionar o Gmail da mulher; li também que o McDonald's pressionou o governo americano contra El Salvador; por fim, mas não menos importante, uma tuiteira dita "de esquerda" me disse ontem que mesmo quem critica o B*ig Bro*ther Br*as*il na verdade assiste ao e gosta do programa --, certamente uma das falácias favoritas da Globo, obviamente o auxílio precioso que fortalece esse câncer e seu poder destrutivo no país. Enquanto isso, a Folha censura a Falha; Bradley Manning está preso em Quântico; Julian Assange não para de receber ameaças de morte. "NÃO TENTE PROTESTAR", é a mensagem. Viva Wikileaks!
Aproveitem o texto. Pena que o Viomundo não informe quem traduziu.
***
2011: A Brave New Dystopia
Chris Hedges (TruthDig.com, 27/12/2010)
As duas grandiosas visões sobre uma futura distopia foram as de George Orwell em 1984 e de Aldous Huxley em Brave New World. O debate entre aqueles que assistiram nossa decadência em direção ao totalitarismo corporativo era sobre quem, afinal, estava certo. Seria, como Orwell escreveu, dominado pela vigilância repressiva e pelo estado de segurança que usaria formas cruas e violentas de controle? Ou seria, como Huxley anteviu, um futuro em que abraçariamos nossa opressão embalados pelo entretenimento e pelo espetáculo, cativados pela tecnologia e seduzidos pelo consumismo desenfreado? No fim, Orwell e Huxley estavam ambos certos. Huxley viu o primeiro estágio de nossa escravidão. Orwell anteviu o segundo.
Temos sido gradualmente desempoderados por um estado corporativo que, como Huxley anteviu, nos seduziu e manipulou através da gratificação dos sentidos, dos bens de produção em massa, do crédito sem limite, do teatro político e do divertimento. Enquanto estávamos entretidos, as leis que uma vez mantiveram o poder corporativo predatório em cheque foram desmanteladas, as que um dia nos protegeram foram reescritas e nós fomos empobrecidos. Agora que o crédito está acabando, os bons empregos para a classe trabalhadora se foram para sempre e os bens produzidos em massa se tornaram inacessíveis, nos sentimos transportados do Brave New World para 1984. O estado, atulhado em déficits maciços, em guerras sem fim e em golpes corporativos, caminha em direção à falência.
[...]
Orwell nos alertou sobre um mundo em que os livros eram banidos. Huxley nos alertou sobre um mundo em que ninguém queria ler livros. Orwell nos alertou sobre um estado de guerra e medo permanentes. Huxley nos alertou sobre uma cultura de prazeres do corpo. Orwell nos alertou sobre um estado em que toda conversa e pensamento eram monitorados e no qual a dissidência era punida brutalmente. Huxley nos alertou sobre um estado no qual a população, preocupada com trivialidades e fofocas, não se importava mais com a verdade e a informação. Orwell nos viu amedrontados até a submissão. Mas Huxley, estamos descobrindo, era meramente o prelúdio de Orwell. Huxley entendeu o processo pelo qual seríamos cúmplices de nossa própria escravidão. Orwell entendeu a escravidão. Agora que o golpe corporativo foi dado, estamos nus e indefesos. Estamos começando a entender, como Karl Marx sabia, que o capitalismo sem limites e desregulamentado é uma força bruta e revolucionária que explora os seres humanos e o mundo natural até a exaustão e o colapso.
Kirchner não vem. O que o PIG vai dizer?
Cristina Kirchner anunciou não virá à posse da Dilma. Mais ou menos óbvio: com a morte do Néstor, claro que ela ficaria com a família numa data destas. Mas aposto que o PIG vai fazer intriga. A Bandnews já está repetindo a notícia ad nauseam.
O Terra já destaca que "Cabeleireiro acompanhará Dilma durante toda a cerimônia da posse".
O Terra já destaca que "Cabeleireiro acompanhará Dilma durante toda a cerimônia da posse".
Não perca O Concerto!
Bom demais. A ideia foi do Bruno, que estava baixando. Resolvi baixar também. Que maravilha! Mas prepare-se pra ficar nervoso demais. Até esse fim épico!
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Também detesto, mas...
A Perimetral é um horror, concordo. Bota abaixo! Mas... e o trânsito? Tudo subterrâneo? Na beira-mar? Vai alagar sempre? Vai ser como o horroroso Mergulhão?
Com todo o respeito, o pessoal de engenharia de tráfego carioca não é exatamente genial...
Leia a história do novo Cais do Porto carioca no Paulo Henrique Amorim. Concordo com tudo, mas...
Com todo o respeito, o pessoal de engenharia de tráfego carioca não é exatamente genial...
Leia a história do novo Cais do Porto carioca no Paulo Henrique Amorim. Concordo com tudo, mas...
domingo, 26 de dezembro de 2010
Paulo Lacerda inocentado!
Protógenes Queiroz foi duplamente justiçado -- eleito pelo povo e inocentado pela Polícia Federal. E Paulo Larcerda, como fica? Será reabilitado? E a Veja, como fica? Será acusada por calúnia, injúria, difamação?
***
Falsa comunicação de crime feita por Gilmar Mendes encerra 2010
Walter Fanganiello Maierovitch (Terra, 26/12)
1. Todos lembram da indignação do ministro Gilmar Mendes no papel de vítima de ilegal escuta telefônica, que tinha como pano de fundo a Operação Satiagraha. Gilmar Mendes parecia possuído da ira de Cristo quando expulsou os vendilhões do templo. A fundamental diferença é que a ira de Mendes não tinha nada de santa.
Ao contrário, estava sustentada numa farsa. Ou melhor, num grampo que não houve, conforme acaba de concluir a Polícia Federal, em longa e apurada investigação.
2. À época e levianamente (o ministro fez afirmações sem estar na posse da prova materialidade, isto é, da existência do grampo), Mendes sustentou – do alto do cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal –, ter sido “grampeada” uma conversa sua com o senador Demóstenes Torres.
Mais ainda, o ministro Mendes e o senador da República, procurados pela revista Veja, confirmaram o teor da conversa telefônica, ou melhor, aquilo fora tratado e que só os dois pensavam saber.
3. Numa prova de fraqueza e posto de lado o sentimento de Justiça, o presidente Lula acalmou o ministro e presidente Gilmar Mendes. Ofertou-lhe e foi aceita a pedida cabeça do honrado delegado Paulo Lacerda, então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Em outras palavras e para usar uma expressão popular, o competente e correto delegado Paulo Lacerda acabou jogado ao mar por Lula. E restou “exilado” – pelos bons serviços quando esteve à frente da Polícia Federal (primeiro mandato de Lula) –, na embaixada do Brasil em Lisboa. Pelo que me contou o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, o delegado Lacerda, no momento, está no Brasil. Apenas para o Natal e passagem de ano com a família.
Conforme sustentado à época — e Lula acreditou apesar da negativa de Paulo Lacerda –, a gravação da conversa foi feita por agente não-identificado da Abin. E o ministro Nelson Jobim emprestou triste colaboração no episódio, a reforçar a tese de interceptação e gravação. Mendes e Jobim exigiram a demissão de Paulo Lacerda. “Vivemos num estado policialesco”, repetiu o ministro Gilmar Mendes milhares de vezes e dizendo-se preocupado com o desrespeito aos pilares constitucionais de sustentação ao Estado de Direito.
O banqueiro Daniel Dantas, por seus defensores, aproveitou o “clima” e, como Gilmar e o senador Torres, vestiu panos de vítima de abusos e perseguições ilegais, com a participação da Abin em apoio às investigações do delegado Protógenes Queiroz.
Parênteses: Dantas é um homem muito sensível. Está a processar e exigir indenização pecuniária do portal Terra por “ironias” violadoras do seu patrimônio ético-moral. Lógico, todas ironias escritas por mim (Walter Fanganiello Maierovitch) e neste blog Sem Fronteiras.
4. O grampo sem áudio serviu de pretexto para o estardalhaço protagonizado pelo ministro Gilmar Mendes. Um estardalhaço sem causa, pois, para a Polícia Federal, nunca houve o grampo descrito nas acusações de Mendes e em face de matéria publicada pela revista Veja. A revista, até agora, não apresentou o áudio, que é a prova da existência material do crime de interceptação ilegal.
Gilmar Mendes – com a precipitação e por cobrar providências –, esqueceu o disposto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, em dispositivo que é também contemplado no Código Penal da Alemanha, onde Mendes se especializou: “Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não se ter verificado”. Trata-se de crime previsto em capítulo do Código Penal com a seguinte rubrica “Dos Crimes Contra a Administração da Justiça”.
Com efeito. Uma pergunta que não quer calar: será que um magistrado pode provocar a ação da autoridade sem prova mínima da existência de um crime? Cadê o áudio que foi dado como existente?
A conclusão do inquérito policial será encaminhada ao Ministério Público, que deverá analisar a conduta de Mendes, à luz do artigo 340 do Código Penal. Sua precipitação, dolosa ou culposa, não será apreciada pelo Conselho Nacional de Justiça, dado como órgão corregedor e fiscalizador da Magistratura. Nenhum ministro do STF está sujeito ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como se nota, um órgão capenga no que toca a ser considerado como de controle externo da Magistratura (menos o STF).
Viva o Brasil.
***
Falsa comunicação de crime feita por Gilmar Mendes encerra 2010
Walter Fanganiello Maierovitch (Terra, 26/12)
1. Todos lembram da indignação do ministro Gilmar Mendes no papel de vítima de ilegal escuta telefônica, que tinha como pano de fundo a Operação Satiagraha. Gilmar Mendes parecia possuído da ira de Cristo quando expulsou os vendilhões do templo. A fundamental diferença é que a ira de Mendes não tinha nada de santa.
Ao contrário, estava sustentada numa farsa. Ou melhor, num grampo que não houve, conforme acaba de concluir a Polícia Federal, em longa e apurada investigação.
2. À época e levianamente (o ministro fez afirmações sem estar na posse da prova materialidade, isto é, da existência do grampo), Mendes sustentou – do alto do cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal –, ter sido “grampeada” uma conversa sua com o senador Demóstenes Torres.
Mais ainda, o ministro Mendes e o senador da República, procurados pela revista Veja, confirmaram o teor da conversa telefônica, ou melhor, aquilo fora tratado e que só os dois pensavam saber.
3. Numa prova de fraqueza e posto de lado o sentimento de Justiça, o presidente Lula acalmou o ministro e presidente Gilmar Mendes. Ofertou-lhe e foi aceita a pedida cabeça do honrado delegado Paulo Lacerda, então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Em outras palavras e para usar uma expressão popular, o competente e correto delegado Paulo Lacerda acabou jogado ao mar por Lula. E restou “exilado” – pelos bons serviços quando esteve à frente da Polícia Federal (primeiro mandato de Lula) –, na embaixada do Brasil em Lisboa. Pelo que me contou o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, o delegado Lacerda, no momento, está no Brasil. Apenas para o Natal e passagem de ano com a família.
Conforme sustentado à época — e Lula acreditou apesar da negativa de Paulo Lacerda –, a gravação da conversa foi feita por agente não-identificado da Abin. E o ministro Nelson Jobim emprestou triste colaboração no episódio, a reforçar a tese de interceptação e gravação. Mendes e Jobim exigiram a demissão de Paulo Lacerda. “Vivemos num estado policialesco”, repetiu o ministro Gilmar Mendes milhares de vezes e dizendo-se preocupado com o desrespeito aos pilares constitucionais de sustentação ao Estado de Direito.
O banqueiro Daniel Dantas, por seus defensores, aproveitou o “clima” e, como Gilmar e o senador Torres, vestiu panos de vítima de abusos e perseguições ilegais, com a participação da Abin em apoio às investigações do delegado Protógenes Queiroz.
Parênteses: Dantas é um homem muito sensível. Está a processar e exigir indenização pecuniária do portal Terra por “ironias” violadoras do seu patrimônio ético-moral. Lógico, todas ironias escritas por mim (Walter Fanganiello Maierovitch) e neste blog Sem Fronteiras.
4. O grampo sem áudio serviu de pretexto para o estardalhaço protagonizado pelo ministro Gilmar Mendes. Um estardalhaço sem causa, pois, para a Polícia Federal, nunca houve o grampo descrito nas acusações de Mendes e em face de matéria publicada pela revista Veja. A revista, até agora, não apresentou o áudio, que é a prova da existência material do crime de interceptação ilegal.
Gilmar Mendes – com a precipitação e por cobrar providências –, esqueceu o disposto no artigo 340 do Código Penal Brasileiro, em dispositivo que é também contemplado no Código Penal da Alemanha, onde Mendes se especializou: “Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou contravenção que sabe não se ter verificado”. Trata-se de crime previsto em capítulo do Código Penal com a seguinte rubrica “Dos Crimes Contra a Administração da Justiça”.
Com efeito. Uma pergunta que não quer calar: será que um magistrado pode provocar a ação da autoridade sem prova mínima da existência de um crime? Cadê o áudio que foi dado como existente?
A conclusão do inquérito policial será encaminhada ao Ministério Público, que deverá analisar a conduta de Mendes, à luz do artigo 340 do Código Penal. Sua precipitação, dolosa ou culposa, não será apreciada pelo Conselho Nacional de Justiça, dado como órgão corregedor e fiscalizador da Magistratura. Nenhum ministro do STF está sujeito ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como se nota, um órgão capenga no que toca a ser considerado como de controle externo da Magistratura (menos o STF).
Viva o Brasil.
A questão feminina num buraco mais embaixo
As mulheres do MST é um texto espetacular da professora Maria Orlanda Pinassi (Unesp-Araraquara), publicado lá no Nassif. A conclusão vai abaixo, mas vale muito ler o texto inteiro, um verdadeiro presente de Newtal.
Pena que esteja às moscas, ao contrário da interminável discussão sobre as "feminazi" (e este é apenas um dos muitos links que gerou), palavra estúpida de um machista imbecil que virou a blogosfera de cabeça pra baixo.
Pena que esteja às moscas, ao contrário da interminável discussão sobre as "feminazi" (e este é apenas um dos muitos links que gerou), palavra estúpida de um machista imbecil que virou a blogosfera de cabeça pra baixo.
"Concluindo: o quadro descreve uma situação que está ainda muito aquém de ser conclusiva, mas a práxis dessas mulheres evidencia, desde o princípio, o elevado grau da sua consciência de classe que, a partir da dimensão de sua própria luta, potencializa o que nela possa haver de específico. Mas, vai bem além ao trazer luz aos gravames irreversíveis das contradições que, de modo mais amplo, habitam a relação atual do capital com o mundo do trabalho. Nesses termos, tal práxis é suficientemente abrangente para colocar em xeque as falácias do direito formal burguês as e expor, para que o mundo todo testemunhe a tragédia humana e ambiental, que o atual padrão de acumulação impõe ao Brasil, país meridional estruturalmente destinado à condição de colonialidade e de periferia.
Nessa medida, o movimento de mulheres do MST não só confirma a radicalidade da prática de ocupação que vem distinguindo a luta histórica do movimento pela reforma agrária, como parece constituir uma singularidade ainda mais instigante. Trata-se, pois, de um movimento muito articulado de mulheres trabalhadoras, acampadas, assentadas, cuja perspectiva de classe potencializa seu poder de crítica e autocrítica, de desafiar os avanços absolutamente destrutivos do capital, de enfrentar, com coragem admirável, os imensos desafios internos e externos ao movimento.
Melhor, essas mulheres estão reabrindo a história e reencontrando o verdadeiro espírito da revolução de que falava Marx, ao dar um salto ontológico em direção à emancipação não somente das mulheres, mas de toda a humanidade".
sábado, 25 de dezembro de 2010
Um novo Grinch rouba o Natal
Quisera saber inserir legendas... estou procurando o texto escrito para traduzir e postar aqui.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Bimbalham os sinos! Feliz Newtal!
Hoje é o aniversário de nascimento -- pelo calendário gregoriano -- do grande físico, matemático, astrônomo, filósofo e químico inglês Isaac Newton (1642-1727). Seu Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica, mais conhecido como Principia (1687), é considerado por muitos o mais importante livro científico já publicado (a pobre ignorante aqui acha que esta primazia cabe a Sobre a origem das espécies (1859), de Charles Darwin, mas deixa isso pra lá). É o que diz o autor do texto sobre Newton na Wikipedia: na obra ele descreve a lei da gravidade universal e estabece as três leis do comportamento dos corpos em movimento (as famosas três leis de Newton: inércia, principio fundamental da dinâmica, ação e reação), que fundamentaram a mecânica clássica nos 3 séculos seguintes.
Pesquisa da Royal Society teve o seguinte resultado: Newton foi considerado o homem que causou maior impacto na história da ciência.
Era religioso, mas quem é perfeito?
Valeu pela dica, Marco!
Pesquisa da Royal Society teve o seguinte resultado: Newton foi considerado o homem que causou maior impacto na história da ciência.
Era religioso, mas quem é perfeito?
Valeu pela dica, Marco!
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Vou sentir muita falta deste homem!
Lula em entrevista por escrito ao Porradão de 20, do Celso Athayde (Cufa). Estas respostas são uma perfeição!
***
O Sr Ainda acha que o DEM é um mal para a política nacional?
Tudo começou com a Arena, partido que era uma espécie de braço desarmado da ditadura brasileira, que tanto mal causou ao País e à sociedade. Com o fim da ditadura, para que ninguém se lembrasse do seu passado, seus dirigentes, espertamente, mudaram o nome para PDS. Como também não deu certo, tornaram a mudar, desta vez para PFL. Quando o povo abriu os olhos mais uma vez, os políticos desse partido mudaram para DEM. E já devem estar pensando em novo nome, porque o DEM também já não engana mais ninguém. Pois bem, esse partido, ou melhor, seu antecessor, o PFL, que não consegue se viabilizar nas urnas, em 2005 tentou o tapetão, o que é natural porque é um partido que tem a ditadura no seu DNA. É sempre assim – partido que não tem apoio do eleitorado, apela. Um de seus dirigentes chegou a dizer que iria se ver livre dessa "raça do PT" por pelo menos 30 anos.
Mas esse ano, em especial, o senhor disse que ele deveria ter sido extirpado. Ainda acha isso?
Quando, este ano, eu disse que esse partido precisava ser extirpado da política brasileira, eu me referia às urnas, dentro do jogo democrático. Mesmo assim me penitencio. Acho que foi um momento de arroubo, de exaltação, que não deveria ter acontecido. O partido deve continuar concorrendo, desde que se limite à disputa dentro das regras da democracia, esquecendo o seu passado ditatorial, se é que seus dirigentes vão conseguir.
***
Por sinal, leiam também a entrevista do saudoso Aloysio Biondi à Revista dos Bancários, que o Renato Rovai reproduz em seu blog, com um balanço dos 8 anos do governo FHC. "Vale muito a pena lembrar de como era o mundo e o país", diz Rovai. Gente, vale DEMAIS!
***
O Sr Ainda acha que o DEM é um mal para a política nacional?
Tudo começou com a Arena, partido que era uma espécie de braço desarmado da ditadura brasileira, que tanto mal causou ao País e à sociedade. Com o fim da ditadura, para que ninguém se lembrasse do seu passado, seus dirigentes, espertamente, mudaram o nome para PDS. Como também não deu certo, tornaram a mudar, desta vez para PFL. Quando o povo abriu os olhos mais uma vez, os políticos desse partido mudaram para DEM. E já devem estar pensando em novo nome, porque o DEM também já não engana mais ninguém. Pois bem, esse partido, ou melhor, seu antecessor, o PFL, que não consegue se viabilizar nas urnas, em 2005 tentou o tapetão, o que é natural porque é um partido que tem a ditadura no seu DNA. É sempre assim – partido que não tem apoio do eleitorado, apela. Um de seus dirigentes chegou a dizer que iria se ver livre dessa "raça do PT" por pelo menos 30 anos.
Mas esse ano, em especial, o senhor disse que ele deveria ter sido extirpado. Ainda acha isso?
Quando, este ano, eu disse que esse partido precisava ser extirpado da política brasileira, eu me referia às urnas, dentro do jogo democrático. Mesmo assim me penitencio. Acho que foi um momento de arroubo, de exaltação, que não deveria ter acontecido. O partido deve continuar concorrendo, desde que se limite à disputa dentro das regras da democracia, esquecendo o seu passado ditatorial, se é que seus dirigentes vão conseguir.
***
Por sinal, leiam também a entrevista do saudoso Aloysio Biondi à Revista dos Bancários, que o Renato Rovai reproduz em seu blog, com um balanço dos 8 anos do governo FHC. "Vale muito a pena lembrar de como era o mundo e o país", diz Rovai. Gente, vale DEMAIS!
ONU fecha o ano com honra. O tema? Wikileaks
RELATOR ESPECIAL DA ONU PARA PROMOÇÃO E PROTEÇÃO
DO DIREITO À LIBERDADE DE OPINIÃO E EXPRESSÃO
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
RELATOR ESPECIAL PARA LIBERDADE DE EXPRESSÃO
(Tradução não oficial, para simples leitura, do Coletivo VilaVudu)
21 de dezembro de 2010 – À luz dos desenvolvimentos correntes relacionados à divulgação de telegramas diplomáticos pela organização Wikileaks, e a publicação de informação contida naqueles telegramas por organizações de imprensa, o RELATOR ESPECIAL DA ONU PARA A PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DO DIREITO À LIBERDADE DE OPINIÃO E EXPRESSÃO e a COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (IACHR) vêm a público para lembrar alguns princípios da lei internacional. Os relatores conclamam os Estados e demais atores relevantes a manter em mente esses princípios, ao responder aos desenvolvimentos acima referidos.
1. O direito de acesso a informações guardadas por autoridades públicas é direito humano fundamental sujeito a estrito regime de exceções. O direito de acesso à informação protege o direito de todas as pessoas terem acesso a informação pública e saber o que fazem os governos em nome das populações. É direito que recebeu especial atenção da comunidade internacional, dada a sua importância para a consolidação, o funcionamento e a preservação de regimes democráticos. Sem a proteção desse direito, é impossível para os cidadãos conhecer a verdade, exigir transparência e exercitar plenamente seu direito à participação política. As autoridades nacionais devem tomar medidas ativas para garantir o princípio de máxima transparência, atenta à cultura do segredo que ainda prevalece em muitos países e aumentar a quantidade de informação divulgada por vias rotineiras.
2. Ao mesmo tempo, o direito de acesso à informação deve ser submetido a estrito sistema de exceções para proteger interesses públicos e privados como a segurança nacional e os direitos e a segurança de terceiros. As leis sobre sigilo devem definir precisamente a segurança nacional e indicar os critérios a serem observados na determinação de quais as informações a serem decretadas secretas. Exceções no livre acesso a informações sobre segurança nacional ou outros tópicos só devem ser impostas onde haja risco de dano substancial ao interesse protegido e nos casos de esse dano ser maior que o superior interesse público de ter acesso assegurado àquela informação. De acordo com os padrões internacionais, informações sobre violação de direitos humanos não devem ser consideradas secretas ou sigilosas.
3. Compete às autoridades públicas e respectivas equipes toda a responsabilidade por proteger a confidencialidade de informação legitimamente secreta ou sigilosa sob sua guarda. Outros indivíduos, inclusive jornalistas, trabalhadores da mídia e representantes da sociedade civil, que recebam e divulguem informação sigilosa porque creiam que o fazem em nome do interesse público, não devem ser submetidos a restrição, a menos que cometam fraude ou outro crime para obter a informação.
Além disso, “vazadores” nos governos que divulguem informação sobre violações da lei ou más práticas de que tenham conhecimento nos corpos públicos, ou relativas a grave ameaça à saúde, à segurança ou ao meio ambiente, ou sobre violação de direitos humanos ou de lei humanitária, devem ser protegidos contra sanções legais, administrativas ou trabalhistas no caso de agirem de boa fé. Qualquer tentativa de impor sanções ou pena aos que divulguem informação secreta ou sigilosa deve estar fundamentada em lei existente e em sistemas legais independentes que ofereçam plena garantia de cumprimento do devido processo legal, incluído o direito de apelar.
4. Deve ser proibida por lei qualquer interferência direta ou indireta, pelo governo, assim como qualquer pressão exercida contra qualquer expressão ou informação transmitida por qualquer meio de comunicação oral, escrita, artística, visual ou eletrônica, quando a interferência ou a pressão visar a influenciar o conteúdo. Essa interferência ilegítima inclui processos legais politicamente motivados contra jornalistas e a mídia independente, e bloqueamento de websites e domínios na rede por causas políticas. É inaceitável que funcionários públicos sugiram atos ilegítimos de represália contra quem difundiu informação secreta.
5. Sistemas de filtragem não controlados pelos usuários – quando impostos por governo ou provedor comercial de serviços – são formas de censura prévia e não podem ser justificáveis. Empresas que forneçam serviços de Internet devem esforçar-se por garantir pleno respeito aos direitos de seus clientes para usar a internet sem interferência arbitrária.
6. Mecanismos de autorregulação para jornalistas têm desempenhado função importante para ampliar a consciência sobre como reportar ou discutir temas complexos e controversos. É necessária responsabilidade jornalística especial nos casos em que reportem informação obtida de fontes especiais que possam afetar interesses valiosos como o direito fundamental à segurança de outras pessoas. Códigos de ética para jornalistas devem portanto prever uma avaliação do interesse público na obtenção desse tipo de informação. Esses códigos devem também oferecer orientação útil para novas formas de comunicação e para organizações de mídia, que devem adotar voluntariamente as melhores práticas éticas, para assegurar que a informação oferecida seja acurada, que seja apresentada de forma equilibrada e que não cause dano substancial a interesses legalmente protegidos, como os direitos humanos.
Catalina Botero Marino
Relatora Especial para Liberdade de Expressão
Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Frank LaRue
Relator Especial da ONU para a Promoção e Proteção
do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
A notícia que nem quero ler...
José Alencar passa pelo "momento mais difícil", diz médico
Hermano Freitas
São Paulo, 22/12
O médico que operou o vice-presidente afirmou na noite desta quarta-feira que José Alencar está no momento "mais difícil" na luta contra o câncer. De acordo com o gastroenterologista e cirurgião Raul Cutait, não foi possível chegar ao abdome de seu paciente.
"A doença começa a ficar mais agressiva, as possibilidades de tratamento mais cerceadas e, embora todos continuem lutando com extremo envolvimento e intensidade, a gente percebe que a situação não está mais tão tranquila", disse Cutait.
Alencar foi submetido no final desta tarde a um procedimento cirúrgico de emergência devido a um quadro grave de hemorragia abdominal. De acordo com Cutait, a cirurgia, chamada de laparotomia exploradora, foi interrompida devido à quantidade de "aderências" (cicatrizes de cirurgias antigas). Devido a esta circunstância, novas cirurgias estão descartadas no momento.
Cutait afirma que o político está em observação na Unidade de Terapia Intensiva do hospital Sírio-Libanês aguardando que a hemorragia cesse de forma natural.
Hermano Freitas
São Paulo, 22/12
O médico que operou o vice-presidente afirmou na noite desta quarta-feira que José Alencar está no momento "mais difícil" na luta contra o câncer. De acordo com o gastroenterologista e cirurgião Raul Cutait, não foi possível chegar ao abdome de seu paciente.
"A doença começa a ficar mais agressiva, as possibilidades de tratamento mais cerceadas e, embora todos continuem lutando com extremo envolvimento e intensidade, a gente percebe que a situação não está mais tão tranquila", disse Cutait.
Alencar foi submetido no final desta tarde a um procedimento cirúrgico de emergência devido a um quadro grave de hemorragia abdominal. De acordo com Cutait, a cirurgia, chamada de laparotomia exploradora, foi interrompida devido à quantidade de "aderências" (cicatrizes de cirurgias antigas). Devido a esta circunstância, novas cirurgias estão descartadas no momento.
Cutait afirma que o político está em observação na Unidade de Terapia Intensiva do hospital Sírio-Libanês aguardando que a hemorragia cesse de forma natural.
História comprometida?
Como o historiador faz história? A busca de fontes primárias, claro, é o básico, mas notícia de jornal é recurso largamente usado. Taio, um dos 12 leitores do blog, comentou no post sobre o Michael Moore:
Digamos então que daqui a 100 anos os historiadores queiram falar da Era Lula e, espero que não, um cataclisma tipo ELE elimine da face da Terra todas as referências mundiais, e num bunker qualquer reste apenas o abominável caderno de domingo do Globo com o balanço do governo que agora se encerra. O que pensariam os historiadores? Não salvei, lamentavelmente, a tuitada de um brasileiro recém-chegado do exterior que brincou: "A julgar pela imprensa, o governo Yeda Crusius é ótimo e o do Lula, uma porcaria". Pois é, o do homem que vai embora com 87% de aprovação.
Felizmente tal cataclisma não é (!!!) provável. A Bliblioteca Digital Mundial da Unesco só faz crescer, a do Congresso americano armazena as tuitadas de todo o planeta, o Wikileaks solta suas bombinhas e mesmo aqui estamos aprimorando nossos arquivos. Tomara que não seja tão difícil assim garimpar os fatos...
Os historiadores do futuro é que terão um trabalho enorme garimpar um pouco de verdade nos jornais da nossa época.Não é mesmo? Fiquei encucada mais do que o normal, porque não vinha me detendo muito nessa preocupação, que é antiga. A imprensa brasileira sempre atuou segundo os interesses dos grupos que representa, isso não é de hoje -- levou Getúlio ao suicídio, ajudou a derrubar Jango e efetivamente derrubou Collor --, mas sempre havia algum contraditório. Hoje, o contraditório está na internet, com os portais mais honestos e os blogs sujos. Nossa imprensa chegou a tal ponto de negação da realidade que podemos chamar sua condição de autismo.
Digamos então que daqui a 100 anos os historiadores queiram falar da Era Lula e, espero que não, um cataclisma tipo ELE elimine da face da Terra todas as referências mundiais, e num bunker qualquer reste apenas o abominável caderno de domingo do Globo com o balanço do governo que agora se encerra. O que pensariam os historiadores? Não salvei, lamentavelmente, a tuitada de um brasileiro recém-chegado do exterior que brincou: "A julgar pela imprensa, o governo Yeda Crusius é ótimo e o do Lula, uma porcaria". Pois é, o do homem que vai embora com 87% de aprovação.
Felizmente tal cataclisma não é (!!!) provável. A Bliblioteca Digital Mundial da Unesco só faz crescer, a do Congresso americano armazena as tuitadas de todo o planeta, o Wikileaks solta suas bombinhas e mesmo aqui estamos aprimorando nossos arquivos. Tomara que não seja tão difícil assim garimpar os fatos...
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
[Quase] Pronto o Ministério Dilma
O blogueiro Alexandre Porto atualiza o quadro de ministros, veja aqui. A pizza da imagem faz parte do arquivo.
Ele acha que o ministério é na verdade um PTistério, mas não vejo muita diferença em relação ao primeiro governo Lula. Vamos ver com a lista definitiva, que deve estar pronta na quarta-feira.
Obs. em 22/12: Dilma igualou Lula no PTistério!
Melhor notícia: a confirmação do sanitarista Alexandre Padilha para a Saúde!
Ana de Hollanda na Cultura já provoca a intriga de sempre no PIG (e até na esquerda!), como se o convite se devesse ao apoio de Chico Buarque na campanha. Ai ai... além de ter história política própria, a cidadã foi escolhida numa queda de braço, como conta o Renato Rovai.
Ministros já confirmados
PT
1. Guido Mantega (Fazenda)
2. Alozio Mercadante (Ciência e Tecnologia)
3. Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral)
4. José Eduardo Cardozo (Justiça)
5. Antonio Palocci (Casa Civil)
6. Paulo Bernardo (Comunicações)
7. Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
8. Miriam Belchior (Planejamento)
9. Ideli Salvatti (Pesca)
10. Maria do Rosário (Direitos Humanos)
11. Fernando Haddad (Educação)
12. Ana de Hollanda (Cultura)
13. Alexandre Padilha (Saúde)
14. Luiza Helena de Bairros (Promoção da Igualdade Racial)
15. Tereza Campello (Desenvolvimento Social)
16. Luiz Sérgio (Secretaria de Relações Institucionais)
17. Iriny Lopes (Secretaria de Políticas para as Mulheres)
18. Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário)
PMDB
Wagner Rossi (Agricultura)
Pedro Novais (Turismo)
Garibaldi Alves (Previdência)
Edison Lobão (Minas e Energia)
Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos)
Nelson Jobim (Defesa) - Cota pessoal
PSB
Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional)
Lêonidas Cristino (Secretaria Especial de Portos)
PCdoB
Orlando Silva (Esportes)
PDT
Carlos Lupi (Trabalho)
PR
Alfredo Nascimento (Transportes)
PP
Mário Negromonte (Cidades)
Sem filiação partidária
Alexandre Tombini (Banco Central)
Helena Chagas (Comunicação Social)
Antonio Patriota (Relações Exteriores)
Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
Luiz Inácio Lucena Adams (Advocacia-Geral da União)
General José Elito Carvalho - Gabinete de Segurança Institucional
Jorge Hage - Controladoria-Geral da União (CGU)
Falta preencher
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Ele acha que o ministério é na verdade um PTistério, mas não vejo muita diferença em relação ao primeiro governo Lula. Vamos ver com a lista definitiva, que deve estar pronta na quarta-feira.
Obs. em 22/12: Dilma igualou Lula no PTistério!
Melhor notícia: a confirmação do sanitarista Alexandre Padilha para a Saúde!
Ana de Hollanda na Cultura já provoca a intriga de sempre no PIG (e até na esquerda!), como se o convite se devesse ao apoio de Chico Buarque na campanha. Ai ai... além de ter história política própria, a cidadã foi escolhida numa queda de braço, como conta o Renato Rovai.
Ministros já confirmados
PT
1. Guido Mantega (Fazenda)
2. Alozio Mercadante (Ciência e Tecnologia)
3. Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral)
4. José Eduardo Cardozo (Justiça)
5. Antonio Palocci (Casa Civil)
6. Paulo Bernardo (Comunicações)
7. Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
8. Miriam Belchior (Planejamento)
9. Ideli Salvatti (Pesca)
10. Maria do Rosário (Direitos Humanos)
11. Fernando Haddad (Educação)
12. Ana de Hollanda (Cultura)
13. Alexandre Padilha (Saúde)
14. Luiza Helena de Bairros (Promoção da Igualdade Racial)
15. Tereza Campello (Desenvolvimento Social)
16. Luiz Sérgio (Secretaria de Relações Institucionais)
17. Iriny Lopes (Secretaria de Políticas para as Mulheres)
18. Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário)
PMDB
Wagner Rossi (Agricultura)
Pedro Novais (Turismo)
Garibaldi Alves (Previdência)
Edison Lobão (Minas e Energia)
Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos)
Nelson Jobim (Defesa) - Cota pessoal
PSB
Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional)
Lêonidas Cristino (Secretaria Especial de Portos)
PCdoB
Orlando Silva (Esportes)
PDT
Carlos Lupi (Trabalho)
PR
Alfredo Nascimento (Transportes)
PP
Mário Negromonte (Cidades)
Sem filiação partidária
Alexandre Tombini (Banco Central)
Helena Chagas (Comunicação Social)
Antonio Patriota (Relações Exteriores)
Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
Luiz Inácio Lucena Adams (Advocacia-Geral da União)
General José Elito Carvalho - Gabinete de Segurança Institucional
Jorge Hage - Controladoria-Geral da União (CGU)
Falta preencher
Ministério do Desenvolvimento Agrário
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
Mídia não evolui com Wikileaks
Traduzi este texto do Michael Moore porque mostra como está desvirtuado o uso dos telegramas do Wikileaks: a mídia acredita na falação dos diplomatas/espiões americanos e sai publicando como verdades! Até o Guardian, que triste... Pelo menos o jornal susbtituiu a notícia original por outra, com a contestação do cineasta, coisa que poucos fazem. O mal já estava feito, claro: a mídia de direita (e até veículos progressistas) ficou reproduzindo a mentira.
Foto: Max Whittaker/Reuters
***
Viva WikiLeaks! Sicko não foi proibido em Cuba
Michael Moore
OpenMike, 18 de dezembro de 2010, 4:47 AM
WikiLeaks ontem fez uma coisa incrível: lançou um telegrama sigiloso do Departamento de Estado que trata, em parte, de mim e do meu filme Sicko.
É espantoso olhar a natureza orwelliana dos burocratas do Estado, que torcem mentiras e tentam recriar a realidade (presumo que para agradar a seus chefes e dizer-lhes o que eles querem ouvir).
A data é 31 de janeiro de 2008. Poucos dias depois de Sicko ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Isso deve ter deixado alguém quicando no Departamento de Estado de Bush (seu Departamento do Tesouro já tinha me notificado de que investigava as leis porventura quebrei ao levar três socorristas do 11/09 a Cuba para receberem os cuidados de saúde que lhes foram negados nos Estados Unidos).
Wendell Potter, ex-executivo de seguradora de saúde, revelou recentemente que essa indústria – a qual decidiu gastar milhões para me perseguir e, se necessário, "jogar Michael Moore de um penhasco" – trabalhou com anticastristas cubanos em Miami para difamar meu filme.
Assim, em 31 de janeiro de 2008 um funcionário do Departamento de Estado em Havana inventou uma história e enviou-a à sede em Washington. Veja o que eles inventaram:
(...) afirmou que as autoridades cubanas proibiram o documentário de Michael Moore, Sicko, por ser subversivo. Embora a intenção do filme seja desacreditar o sistema de saúde dos EUA, destacando a excelência do sistema cubano, disse que o regime sabe que o filme é um mito e não quer arriscar uma reação popular, mostrando aos cubanos facilidades que claramente não estão disponíveis para a grande maioria deles.
Soa convincente, hein? Há apenas um problema: Sicko tinha acabado de passar em cinemas cubanos. E a nação inteira de Cuba viu o filme na televisão nacional em 25 de abril de 2008! Os cubanos abraçaram tanto o filme que se tornou uma das raras fitas americanas distribuídas nos cinemas de Cuba. Eu, pessoalmente, garanto que uma cópia de 35 mm ficou com o Instituto de Cinema de Havana. Houve sessões de Sicko em cidades de todo o país.
Mas o telegrama secreto disse que os cubanos foram proibidos de ver o meu filme. Hmmm.
Sabemos também de outro documento secreto dos EUA dizendo que "o desencanto das massas [em Cuba] se espalhou por todas as províncias", e que "toda a província de Oriente está fervendo de ódio" pelo regime de Castro. Há uma rebelião subterrânea enorme, e "trabalhadores dão todo o apoio que podem", todos envolvidos na "sabotagem sutil" contra o governo. O moral é horrível em todos os ramos das forças armadas e, em caso de guerra, o exército "não vai lutar". Uau! Este telegrama é quente!
Naturalmente, este cabo secreto dos EUA é de 31 de março de 1961, três semanas antes de Cuba chutar nosso traseiro na Baía dos Porcos.
O governo dos EUA tem passado estes documentos "secretos" a si mesmo nos últimos 50 anos, explicando nos mínimos detalhes como as coisas estão horríveis em Cuba e como os cubanos estão discretamente ansiosos pela nossa volta para assumir o controle. Não sei por que escrevemos estes telegramas, imagino que apenas nos façam sentir melhores. (Qualquer curioso pode encontrar um museu inteiro de desejos esperançosos dos EUA no site do National Security Archive).
Então o que fazer com um telegrama "secreto" falso, especialmente um que envolva você e seu filme? Bem, você espera que um jornal competente investigue a mensagem e grite sua descoberta do alto do telhado.
Mas WikiLeaks ontem enviou o telegrama sobre o caso Sicko em Cuba à mídia – e o que ela fez com ele? Divulgou como se fosse verdadeiro! Eis a manchete no Guardian:
E nem uma centelha de investigação para ver se Cuba tinha realmente proibido o filme! De fato, exatamente o oposto. A imprensa de direita passou o dia informando uma mentira (Andy Levy, da Fox – duas vezes –, Reason Magazine, Spectator e Hot Air, mais uma série de blogs). Infelizmente, mesmo BoingBoing e meus amigos da Nation escreveram a respeito sem ceticismo. Então você tem WikiLeaks, que se expôs para encontrar e divulgar esses telegramas à imprensa – e os jornalistas tradicionais mais uma vez têm preguiça de levantar um dedo e clicar no mouse para entrar no Nexis ou pesquisar no Google e ver se realmente Cuba "proibiu o filme”. Se ao menos UM repórter o fizesse teria encontrado:
OK, então sabemos que a mídia é preguiçosa e falha a maior parte do tempo. Mas o maior problema aqui é que nosso governo parecia ser conivente com a indústria de seguros de saúde para destruir um filme que poderia ter ajudado a trazer o que os cubanos já têm em seu país pobre de terceiro mundo: saúde pública universal e gratuita. Porque eles têm e nós não, Cuba apresenta taxa de mortalidade infantil menor do que a nossa, sua expectativa de vida é apenas sete meses mais curta do que a nossa e, de acordo com a OMS, está apenas dois lugares atrás do país mais rico do planeta no ranking da qualidade dos serviços de saúde.
Essa é a matéria, grande mídia e direitistas do ódio.
Agora que você já foi apresentado aos fatos, o que você vai fazer sobre isso? Vai me atacar por ter exibido meu filme na televisão estatal cubana? Ou vai me atacar por não ter exibido meu filme na televisão estatal cubana?
Você tem que escolher um, não pode ser ambos.
E como os fatos mostram que o filme foi exibido na TV estatal e nos cinemas, acho que o melhor é vocês me atacarem porque meu filme passou em Cuba.
Viva WikiLeaks!
***
Michael Moore não menciona, mas a CBS também deu a notícia sem apurar:
Katie Couric (CBSNews): Reportamos ontem [17/12] que Cuba proibiu Sicko, de Michael Moore, porque o documentário mostraria um sistema de saúde tão bom que faria o povo cubano rir ou ficar zangado – era o que dizia telegrama do Depto. de Estado liberado por Wikileaks e publicado pelo Guardian. Agora [18/12], Moore (um dos maiores financiadores de Assange) divulgou longo desmentido (http://bit.ly/gusZxA). Ele afirma que "toda a nação cubana viu o filme na TV nacional em 25 de abril de 2008!” Os cubanos abraçaram o filme de tal modo que se tornou uma das raras fitas americanas exibidas nos cinemas do país". Ele conclui: “Acho melhor vocês me atacarem pelo fato de que meus filmes passam em Cuba! Viva WikiLeaks!" (via The Nation) (N.T.)
Foto: Max Whittaker/Reuters
***
Viva WikiLeaks! Sicko não foi proibido em Cuba
Michael Moore
OpenMike, 18 de dezembro de 2010, 4:47 AM
WikiLeaks ontem fez uma coisa incrível: lançou um telegrama sigiloso do Departamento de Estado que trata, em parte, de mim e do meu filme Sicko.
É espantoso olhar a natureza orwelliana dos burocratas do Estado, que torcem mentiras e tentam recriar a realidade (presumo que para agradar a seus chefes e dizer-lhes o que eles querem ouvir).
A data é 31 de janeiro de 2008. Poucos dias depois de Sicko ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário. Isso deve ter deixado alguém quicando no Departamento de Estado de Bush (seu Departamento do Tesouro já tinha me notificado de que investigava as leis porventura quebrei ao levar três socorristas do 11/09 a Cuba para receberem os cuidados de saúde que lhes foram negados nos Estados Unidos).
Wendell Potter, ex-executivo de seguradora de saúde, revelou recentemente que essa indústria – a qual decidiu gastar milhões para me perseguir e, se necessário, "jogar Michael Moore de um penhasco" – trabalhou com anticastristas cubanos em Miami para difamar meu filme.
Assim, em 31 de janeiro de 2008 um funcionário do Departamento de Estado em Havana inventou uma história e enviou-a à sede em Washington. Veja o que eles inventaram:
(...) afirmou que as autoridades cubanas proibiram o documentário de Michael Moore, Sicko, por ser subversivo. Embora a intenção do filme seja desacreditar o sistema de saúde dos EUA, destacando a excelência do sistema cubano, disse que o regime sabe que o filme é um mito e não quer arriscar uma reação popular, mostrando aos cubanos facilidades que claramente não estão disponíveis para a grande maioria deles.
Soa convincente, hein? Há apenas um problema: Sicko tinha acabado de passar em cinemas cubanos. E a nação inteira de Cuba viu o filme na televisão nacional em 25 de abril de 2008! Os cubanos abraçaram tanto o filme que se tornou uma das raras fitas americanas distribuídas nos cinemas de Cuba. Eu, pessoalmente, garanto que uma cópia de 35 mm ficou com o Instituto de Cinema de Havana. Houve sessões de Sicko em cidades de todo o país.
Mas o telegrama secreto disse que os cubanos foram proibidos de ver o meu filme. Hmmm.
Sabemos também de outro documento secreto dos EUA dizendo que "o desencanto das massas [em Cuba] se espalhou por todas as províncias", e que "toda a província de Oriente está fervendo de ódio" pelo regime de Castro. Há uma rebelião subterrânea enorme, e "trabalhadores dão todo o apoio que podem", todos envolvidos na "sabotagem sutil" contra o governo. O moral é horrível em todos os ramos das forças armadas e, em caso de guerra, o exército "não vai lutar". Uau! Este telegrama é quente!
Naturalmente, este cabo secreto dos EUA é de 31 de março de 1961, três semanas antes de Cuba chutar nosso traseiro na Baía dos Porcos.
O governo dos EUA tem passado estes documentos "secretos" a si mesmo nos últimos 50 anos, explicando nos mínimos detalhes como as coisas estão horríveis em Cuba e como os cubanos estão discretamente ansiosos pela nossa volta para assumir o controle. Não sei por que escrevemos estes telegramas, imagino que apenas nos façam sentir melhores. (Qualquer curioso pode encontrar um museu inteiro de desejos esperançosos dos EUA no site do National Security Archive).
Então o que fazer com um telegrama "secreto" falso, especialmente um que envolva você e seu filme? Bem, você espera que um jornal competente investigue a mensagem e grite sua descoberta do alto do telhado.
Mas WikiLeaks ontem enviou o telegrama sobre o caso Sicko em Cuba à mídia – e o que ela fez com ele? Divulgou como se fosse verdadeiro! Eis a manchete no Guardian:
WikiLeaks: Cuba proibiu Sicko por mostrar sistema de saúde “místico”
Autoridades temeram que o lindo hospital mostrado no filme de Michael Moore, indicado ao Oscar, provocasse revolta popular.
E nem uma centelha de investigação para ver se Cuba tinha realmente proibido o filme! De fato, exatamente o oposto. A imprensa de direita passou o dia informando uma mentira (Andy Levy, da Fox – duas vezes –, Reason Magazine, Spectator e Hot Air, mais uma série de blogs). Infelizmente, mesmo BoingBoing e meus amigos da Nation escreveram a respeito sem ceticismo. Então você tem WikiLeaks, que se expôs para encontrar e divulgar esses telegramas à imprensa – e os jornalistas tradicionais mais uma vez têm preguiça de levantar um dedo e clicar no mouse para entrar no Nexis ou pesquisar no Google e ver se realmente Cuba "proibiu o filme”. Se ao menos UM repórter o fizesse teria encontrado:
16 junho de 2007 sábado 01:41 GMT [sete meses antes do telegrama falso]Ou que tal esta pequena notícia de 25 de abril de 2008 do site CubaSi.Cu (tradução do Google):
TÍTULO: Ministro da Saúde cubano diz que Sicko, de Moore, mostra "valores humanos" do regime comunista
BYLINE: Por ANDREA RODRIGUEZ, da Associated Press
Dateline: HAVANA
O ministro da Saúde de Cuba, José Ramón Balaguer, afirmou hoje que Sicko, do documentarista americano Michael Moore, destaca os valores humanos do governo comunista da ilha (...) "Não pode haver nenhuma dúvida, este documentário de uma personalidade como o senhor Michael Moore ajuda a promover os princípios profundamente humanos da sociedade cubana."
Sicko estreia in CubaE tem este, da Juventudrebelde.cu (tradução do Google). Ou esta análise cubana (tradução do Google). Há até mesmo um longo fragmento de Sicko (o trecho sobre Cuba) na homepage do site Mesa-Redonda em CubaSi.cu website!
25/4/2008
The documentary Sicko, the U.S. filmmaker Michael Moore, which deals about the deplorable state of American health care system will be released today at 5:50 pm, for the space Cubavision Roundtable and the Education Channel. (O documentário Sicko, do cineasta Michael Moore, que trata do deplorável estado do sistema de saúde americano, será apresentado hoje às 17h30 na Mesa Redonda de Cubavisión e no Canal Educativo.
OK, então sabemos que a mídia é preguiçosa e falha a maior parte do tempo. Mas o maior problema aqui é que nosso governo parecia ser conivente com a indústria de seguros de saúde para destruir um filme que poderia ter ajudado a trazer o que os cubanos já têm em seu país pobre de terceiro mundo: saúde pública universal e gratuita. Porque eles têm e nós não, Cuba apresenta taxa de mortalidade infantil menor do que a nossa, sua expectativa de vida é apenas sete meses mais curta do que a nossa e, de acordo com a OMS, está apenas dois lugares atrás do país mais rico do planeta no ranking da qualidade dos serviços de saúde.
Essa é a matéria, grande mídia e direitistas do ódio.
Agora que você já foi apresentado aos fatos, o que você vai fazer sobre isso? Vai me atacar por ter exibido meu filme na televisão estatal cubana? Ou vai me atacar por não ter exibido meu filme na televisão estatal cubana?
Você tem que escolher um, não pode ser ambos.
E como os fatos mostram que o filme foi exibido na TV estatal e nos cinemas, acho que o melhor é vocês me atacarem porque meu filme passou em Cuba.
Viva WikiLeaks!
***
Michael Moore não menciona, mas a CBS também deu a notícia sem apurar:
Katie Couric (CBSNews): Reportamos ontem [17/12] que Cuba proibiu Sicko, de Michael Moore, porque o documentário mostraria um sistema de saúde tão bom que faria o povo cubano rir ou ficar zangado – era o que dizia telegrama do Depto. de Estado liberado por Wikileaks e publicado pelo Guardian. Agora [18/12], Moore (um dos maiores financiadores de Assange) divulgou longo desmentido (http://bit.ly/gusZxA). Ele afirma que "toda a nação cubana viu o filme na TV nacional em 25 de abril de 2008!” Os cubanos abraçaram o filme de tal modo que se tornou uma das raras fitas americanas exibidas nos cinemas do país". Ele conclui: “Acho melhor vocês me atacarem pelo fato de que meus filmes passam em Cuba! Viva WikiLeaks!" (via The Nation) (N.T.)
Mudei de nome
Rola uma brigalhada tão feia quanto chata na chamada blogosfera progressista. O melhor de tudo é que todo mundo errou. Alguns se desculparam, outros continuam no esculacho, mas o que desponta disso tudo é a disputa de egos. Embora me identifique em toda parte pelo meu próprio nome, resolvi tirá-lo do blog para reforçar o bom da internet, que é a liberdade de opinar e também o direito ao anonimato -- para o bem e para o mal, que esta é a natureza humana. Zumbaia quer dizer louvação, mesura, até bajulação. Zumbi todo mundo conhece. Este não é um blog afrodedicado, mas quando pensei na URL que escolheria me veio imediatamente a palavra Zumbi à cabeça. Assim, como abomino o racismo acima de todas as outras idiossincrasias que coleciono, e a um nível tal que até perco o sono quando penso nisso, fica Zumbaia Zumbi.
Não sei se deu pra entender esse meu raciocínio torcido como um parafuso, mas o que interessa é que decidi tirar meu nome do blog. Zumbaia Zumbi continua um blog sujo, levado mal e porcamente por uma esquerdopata libertina barraqueira e teimosa. Êêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê!
Não sei se deu pra entender esse meu raciocínio torcido como um parafuso, mas o que interessa é que decidi tirar meu nome do blog. Zumbaia Zumbi continua um blog sujo, levado mal e porcamente por uma esquerdopata libertina barraqueira e teimosa. Êêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêêê!
domingo, 19 de dezembro de 2010
O caso Wikileaks bem explicadinho
Anda com preguiça de acompanhar o caso Wikileaks porque não pegou do princípio? Pois aqui está uma consolidação de todo o episódio, um trabalho maravilhoso do Passa Palavra:
WikiLeaks e os conflitos no ciberespaço: Parte 1
WikiLeaks e os conflitos no ciberespaço: Parte 1
sábado, 18 de dezembro de 2010
Diplomacia do amor
Para conhecer a história deste gesto lindo visite o blog Oia_NoisTravez.
E para conhecer a diplomacia do amor veja este vídeo lindo:
Imprensa americana, essa covarde
Traduzi ontem, sexta, 17/12, um texto publicado em The Daily Beast com o título "Bradley Manning's Prison Hell". Traduzi ao pé da letra, "A prisão infernal de Bradley Manning.
Qual não foi minha surpresa (não pude evitar esse clichê!) ao ver agora de madrugada, quando entrei no site para ler nem me lembro mais o que, o título "Bradley Manning's Life Behind Bars"! Olhem só:
A sorte é que a bruxa velha aqui guardou o mail deles com o título original:
Qual não foi minha surpresa (não pude evitar esse clichê!) ao ver agora de madrugada, quando entrei no site para ler nem me lembro mais o que, o título "Bradley Manning's Life Behind Bars"! Olhem só:
A sorte é que a bruxa velha aqui guardou o mail deles com o título original:
Covardia pura e simples dessa imprensa desclassificada. Certamente Tina Brown recebeu uma ligaçãozinha de Washington e se apressou em mudar o título. Evelyn Waugh -- que inspirou o nome do site -- deu um salto carpado e grupado na cova!
Essas imagens estão registradas na minha conta do Twitpic (devidamente tuitadas) e amanhã farei pequena razzia com elas sobre esses fariseus.
***
Matéria boa mesmo sobre as torturantes condições da prisão de Bradley Manning (que também traduzi) está aqui.
***
O arquivo Wikileaks/VilaVudu já tem mais de 40 textos.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Um já está solto
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Balanço do governo Lula
Em cerimônia no Planalto nesta quarta 15/12, o presidente Lula registrou em cartório as ações de seus dois mandatos -- "Nunca antes na história deste país houve tal prestação de contas" -- e anunciou o link para consulta (e download) dos 6 livros que compoem o Balanço de Governo, além de anexos e dados gerais, concentrados no site da Secretaria de Comunicação Social da Presidência -- "Nao vai ter vazamento do Wikileaks porque a gente vai vazar antes!". (No Blog do Planalto)
Ainda não li, mas uma coisa eu garanto: o mais ferrenho crítico do PT terá para criticar, ao fim do governo Lula, um país muito mais organizado, com mais articulação entre ministérios, mais dados disponíveis, mais indicadores. Ontem, por exemplo, foi anunciado um estudo do Ministério da Cultura sobre o número de museus do Brasil (ah, releve o erro na grafia do nome do presidente da República logo na abertura...).
Acho que a Dilma, que é tarada por indicadores e avaliação de metas, vai aprimorar isso ainda mais. Juntar os cadastros das três esferas de governo para o Bolsa-Família e programas correlatos, sozinho, já é um feito.
E faltam 15 dias pro Lulinha ir embora...
Ainda não li, mas uma coisa eu garanto: o mais ferrenho crítico do PT terá para criticar, ao fim do governo Lula, um país muito mais organizado, com mais articulação entre ministérios, mais dados disponíveis, mais indicadores. Ontem, por exemplo, foi anunciado um estudo do Ministério da Cultura sobre o número de museus do Brasil (ah, releve o erro na grafia do nome do presidente da República logo na abertura...).
Acho que a Dilma, que é tarada por indicadores e avaliação de metas, vai aprimorar isso ainda mais. Juntar os cadastros das três esferas de governo para o Bolsa-Família e programas correlatos, sozinho, já é um feito.
E faltam 15 dias pro Lulinha ir embora...
Erundina vence!
Uma das brasileiras mais injustiçadas e perseguidas. Torço para que volte ao PT, de onde jamais deveria ter saído. Fiquei muito triste com a perda deste magnífico quadro! Abaixo, nota do Estadão de 13/12 (Eduardo Reina), muito mal escrita, por sinal; tive que dar uma arrumadinha (via @guscherubine):
***
19 anos depois, contas da prefeita Erundina são aprovadas no TJ
Primeira mulher eleita prefeita de São Paulo, Luiza Erundina finalmente tem aprovadas as contas de sua gestão do ano de 1991. Hoje, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo confirmou a aprovação das contas administrativas da prefeita. Elas haviam sido rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) e pela Câmara Municipal. A aprovação foi unânime pela 7ª Câmara de Direito Público e apontou para armação com o objetivo de prejudicar a então prefeita.
"A rejeição das contas adveio de procedimento viciado, pois não concedido o exercício à ampla defesa e ao contraditório”, disse o relator, Nogueira Diefenthäler. O TJ viu indícios muito fortes de que o parecer do TCM pela rejeição foi elaborado de forma orquestrada com o objetivo de punir e prejudicar a então prefeita Luiza Erundina. “Evidente o desvio de poder, consubstanciado na finalidade diversa sujos Conselheiros pretendiam obter com a rejeição das contas apresentadas pela autora (Erundina).” Ela foi eleita em 1988 e governou a capital de 1989 a 1992.
***
19 anos depois, contas da prefeita Erundina são aprovadas no TJ
Primeira mulher eleita prefeita de São Paulo, Luiza Erundina finalmente tem aprovadas as contas de sua gestão do ano de 1991. Hoje, o Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo confirmou a aprovação das contas administrativas da prefeita. Elas haviam sido rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) e pela Câmara Municipal. A aprovação foi unânime pela 7ª Câmara de Direito Público e apontou para armação com o objetivo de prejudicar a então prefeita.
"A rejeição das contas adveio de procedimento viciado, pois não concedido o exercício à ampla defesa e ao contraditório”, disse o relator, Nogueira Diefenthäler. O TJ viu indícios muito fortes de que o parecer do TCM pela rejeição foi elaborado de forma orquestrada com o objetivo de punir e prejudicar a então prefeita Luiza Erundina. “Evidente o desvio de poder, consubstanciado na finalidade diversa sujos Conselheiros pretendiam obter com a rejeição das contas apresentadas pela autora (Erundina).” Ela foi eleita em 1988 e governou a capital de 1989 a 1992.
@padilhando na Saúde!
Espero que se confirme: o ex-ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha deve ser o ministro da Saúde do governo Dilma, acaba de informar no Twitter Renato Rovai, da Forum.
Infectologista, 38 anos, Padilha (o @padilhando do Twitter) foi um dos coordenadores da campanha da presidenta eleita e era um dos três nomes indicados pelo Movimento Sanitário.
Paulistano, graduado na Unicamp, pós-graduado na USP, foi diretor nacional de Saúde Indígena da Funasa, supervisor do Núcleo de Extensão em Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (NUMETROP/DIP-FMUSP), coordenador do Projeto Coartemeter/Pará/Brasil do Fundo de Pesquisa em Doenças Tropicais da OMS -- enfim, um sanitarista de carteirinha.
Torcendo pela confirmação.
Infectologista, 38 anos, Padilha (o @padilhando do Twitter) foi um dos coordenadores da campanha da presidenta eleita e era um dos três nomes indicados pelo Movimento Sanitário.
Paulistano, graduado na Unicamp, pós-graduado na USP, foi diretor nacional de Saúde Indígena da Funasa, supervisor do Núcleo de Extensão em Medicina Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (NUMETROP/DIP-FMUSP), coordenador do Projeto Coartemeter/Pará/Brasil do Fundo de Pesquisa em Doenças Tropicais da OMS -- enfim, um sanitarista de carteirinha.
Torcendo pela confirmação.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Não perca Inception (A origem)!
Saíram os indicados ao Globo de Ouro, premiação menos engessada do que o Oscar. Vou torcer como doida por Inception, que no Brasil ganhou o título ridículo de A origem (???). Vi no sábado (não, não baixei, ganhei na Sky trocando pontos). Nossa, amei de paixão. É o Blade Runner (Ridley Scott, 1982) deste século, mesma inventividade, mesmas imagens oníricas, narrativas em camadas, dúvidas... -- até no simbolismo dos pequenos objetos (calma, não vou contar, não quero estragar seu prazer que, garanto, vai ser imenso). Vi três vezes seguidas, de tão instigante.
Os atores (Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Tom Hardy, Dileep Rao, Tom Berenger, Michael Caine) estão excelentes, mas nenhum concorre. Estou cada vez mais fã do DiCaprio, ele virou um ator!
Já percebo uma certa euforia, até torcida mesmo, dessa porcaria de imprensa que nós temos (e também na mídia estrangeira, para ser justa) em relação a um tal A rede social, historinha da criação do Facebook -- aquela prisão de segurança máxima em meio à liberdade da internet, como bem apontou o Tim Berners-Lee, inventor da web, que bem sabe o que diz.
Eis os concorrentes (vou baixar todos, menos Rede social. Quando chegar à TV eu vejo o mulambinho):
Concorre ainda a Roteiro (Christopher Nolan) e Trilha Original (Hans Zimmer). Aqui, um capítulo à parte! Quando perguntei ao Marco se o filme era bom ele disse que sim e me alertou pra prestar atenção à trilha sonora. Valeu a pena. A música original (score, ressalta o Marco) é espetáculo em si mesma. Hoje esse cabeça-de-gugol me mandou ver o vídeo abaixo. Minha nossa, que criatura genial o Zimmer, veterano de 100 trilhas! Aula de como se pode ser ultracriativo em cima de algo ultraconhecido mundialmente (e ele contou isso abertamente, porque plágio, vocês verão, não é!). Divirtam-se muito. E não percam o filme!
(trailer aqui.)
Os atores (Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Marion Cotillard, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe, Cillian Murphy, Tom Hardy, Dileep Rao, Tom Berenger, Michael Caine) estão excelentes, mas nenhum concorre. Estou cada vez mais fã do DiCaprio, ele virou um ator!
Já percebo uma certa euforia, até torcida mesmo, dessa porcaria de imprensa que nós temos (e também na mídia estrangeira, para ser justa) em relação a um tal A rede social, historinha da criação do Facebook -- aquela prisão de segurança máxima em meio à liberdade da internet, como bem apontou o Tim Berners-Lee, inventor da web, que bem sabe o que diz.
Eis os concorrentes (vou baixar todos, menos Rede social. Quando chegar à TV eu vejo o mulambinho):
Filme - Drama
Cisne Negro (Black Swan)
O Vencedor (The Fighter) (o título em português entrega o filme???)
A Origem (Inception)
O Discurso do Rei (The King's Speech)
A Rede Social (The Social Network)
Diretor
Darren Aronofsky (Cisne Negro)
David Fincher (A Rede Social)
Tom Hooper (O Discurso do Rei)
Christopher Nolan (A Origem)
David O. Russell (O Vencedor)Concorre ainda a Roteiro (Christopher Nolan) e Trilha Original (Hans Zimmer). Aqui, um capítulo à parte! Quando perguntei ao Marco se o filme era bom ele disse que sim e me alertou pra prestar atenção à trilha sonora. Valeu a pena. A música original (score, ressalta o Marco) é espetáculo em si mesma. Hoje esse cabeça-de-gugol me mandou ver o vídeo abaixo. Minha nossa, que criatura genial o Zimmer, veterano de 100 trilhas! Aula de como se pode ser ultracriativo em cima de algo ultraconhecido mundialmente (e ele contou isso abertamente, porque plágio, vocês verão, não é!). Divirtam-se muito. E não percam o filme!
(trailer aqui.)
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Só quero ver a Saúde...
Semana da presidenta: aniversário, ministérios e diplomação (Portal Vermelho)
Escolhe um ministro sanitarista, vai, Dilminha? (Estou nervosa...!) Dê esse presente ao Brasil na semana do seu aniversário!
Ah, Dilma faz 63 anos nesta terça! Parabéns!
Escolhe um ministro sanitarista, vai, Dilminha? (Estou nervosa...!) Dê esse presente ao Brasil na semana do seu aniversário!
Ah, Dilma faz 63 anos nesta terça! Parabéns!
Da série querem estragar meu fim de ano bem no fim do ano!
Mas o que deu no Gabrielli, pode-se saber? Que estranhíssima negociação é essa? Ah, vou assuntar isso! Então não sabemos construir refinaria?
E eu precisava de uma notícia destas a poucos dias da saída do Gabrielli, a poucos dias posse da Dilma, precisava? Ela sabe disso? A União tem controle acionário da Petrobas! Vamos impedir isso aí, Dilma!
***
Do blog midiacrucis (9!12)
Fernando Siqueira: “Contratar estrangeiros para projetar refinarias é voltar 30 anos”
Segundo o presidente da Aepet, Cenpes tem plenas condições de executar o projeto das refinarias
O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, encaminhou ofício ao presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, lamentando a contratação da empresa americana UOP para a execução do projeto das refinarias Premium. “Tomamos conhecimento, com grande decepção, da assinatura do contrato entre a Petrobrás e uma projetista internacional para a execução do projeto das refinarias Premium I e II a serem construídas no Maranhão e Ceará”, diz o documento.
De acordo com Siqueira, “a decisão significa um retrocesso de mais de trinta anos, quando na década de setenta, comprávamos projetos ‘chave-na-mão’ (turn-key) das americanas UOP, M.W. Kellogg e Foster Wheeler. Naquela época não tínhamos capacitação consolidada para a realização de projetos deste porte”.
Contudo, observa o presidente da Aepet, “não é o que ocorre hoje, quando os técnicos da Petrobrás acabaram de finalizar os projetos básicos da Refinaria do Nordeste (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Este longo percurso foi iniciado com a criação da Engenharia Básica da Petrobrás em 1976 na área de refino e petroquímica e, em 1983, na de E&P, localizada no seu Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes)”.
Siqueira destaca um trecho da nota da Petrobrás aos investidores informando que “o principal critério de escolha foi o resultado econômico global das refinarias, considerando custos de instalação, operação e receita proporcionados pelos derivados a serem produzidos”. Porém, segundo ele, “ninguém faz isto melhor que a Engenharia Básica do Cenpes (EB), que tem competência técnica e conhece a realidade nacional como ninguém. No projeto do Comperj, a EB foi obrigada a concorrer com projetistas internacionais e acabou sendo escolhida por ter o melhor projeto”.
“Temos a convicção de que a decisão da escolha da UOP ou outra empresa externa deveria ser revista e a realização dos projetos entregue à equipe técnica do Cenpes, que possui a competência e conhecimento, já sobejamente demonstrados nos projetos das unidades em operação”, finaliza Siqueira.
Fonte: Hora do Povo
E eu precisava de uma notícia destas a poucos dias da saída do Gabrielli, a poucos dias posse da Dilma, precisava? Ela sabe disso? A União tem controle acionário da Petrobas! Vamos impedir isso aí, Dilma!
***
Do blog midiacrucis (9!12)
Fernando Siqueira: “Contratar estrangeiros para projetar refinarias é voltar 30 anos”
Segundo o presidente da Aepet, Cenpes tem plenas condições de executar o projeto das refinarias
O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), Fernando Siqueira, encaminhou ofício ao presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, lamentando a contratação da empresa americana UOP para a execução do projeto das refinarias Premium. “Tomamos conhecimento, com grande decepção, da assinatura do contrato entre a Petrobrás e uma projetista internacional para a execução do projeto das refinarias Premium I e II a serem construídas no Maranhão e Ceará”, diz o documento.
De acordo com Siqueira, “a decisão significa um retrocesso de mais de trinta anos, quando na década de setenta, comprávamos projetos ‘chave-na-mão’ (turn-key) das americanas UOP, M.W. Kellogg e Foster Wheeler. Naquela época não tínhamos capacitação consolidada para a realização de projetos deste porte”.
Contudo, observa o presidente da Aepet, “não é o que ocorre hoje, quando os técnicos da Petrobrás acabaram de finalizar os projetos básicos da Refinaria do Nordeste (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Este longo percurso foi iniciado com a criação da Engenharia Básica da Petrobrás em 1976 na área de refino e petroquímica e, em 1983, na de E&P, localizada no seu Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes)”.
Siqueira destaca um trecho da nota da Petrobrás aos investidores informando que “o principal critério de escolha foi o resultado econômico global das refinarias, considerando custos de instalação, operação e receita proporcionados pelos derivados a serem produzidos”. Porém, segundo ele, “ninguém faz isto melhor que a Engenharia Básica do Cenpes (EB), que tem competência técnica e conhece a realidade nacional como ninguém. No projeto do Comperj, a EB foi obrigada a concorrer com projetistas internacionais e acabou sendo escolhida por ter o melhor projeto”.
“Temos a convicção de que a decisão da escolha da UOP ou outra empresa externa deveria ser revista e a realização dos projetos entregue à equipe técnica do Cenpes, que possui a competência e conhecimento, já sobejamente demonstrados nos projetos das unidades em operação”, finaliza Siqueira.
Fonte: Hora do Povo
Assinar:
Postagens (Atom)