domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sameh Shoukry sabe (muito) das coisas. Eu, nada sei!

This Week, ABC News
Sameh Shoukry, embaixador do Egito nos Estados Unidos (ver perfil no pé), é um homem superbem-informado e de total confiança do ministro da Defesa, marechal Mohamad Tantawi, que lidera o Conselho Supremo das Forças Armadas. Por que digo isso? Porque ele deu o furo da renúncia do Mubarak. Foi ele que disse à CNN: "Hosni Mubarak is no longer in power". E não foi em off não. A CNN manteve essa afirmação na tela, atribuída a ele, por muito tempo, solitariamente. O governo egípcio chegou a desmentir, mas foi o que ocorreu, afinal, quando o Suleiman confirmou a renúncia.

ERREI SIM, ERREI MUITO! A minha amiga Claudia Antunes corrige no Facebook minha tradução monga! O texto diz: Shoukry said that Egypt's emergency law would be lifted, as the military had communicated, "as soon as the current conditions of protest have been terminated." Claro, meodeos, a lei está em vigor há décadas, as pessoas são presas ao bel-prazer do regime! Eis o que a Wiki diz no trecho sobre o Egito:
Os egípcios vivem sob Lei de Emergência (Lei nº 162, de 1958) desde 1967, com uma pausa de 18 meses em 1980. Imposta durante a guerra árabe-israelense de 1967 e restabelecida após o assassinato do presidente Anwar Sadat, tem sido constantemente prorrogada a cada três anos desde 1981. Os poderes de polícia são ampliados, os direitos constitucionais suspensos e a censura é legalizada. (...) Há 17 mil detidos ilegalmente, e estima-se que 30 mil presos políticos foram executados.
Imperdoável. Uma coisa que eu sabia... O que eu achei quando escrevi, que viria OUTRA lei de emergência? Peço encarecidas desculpas. Então, na entrevista abaixo ele diz a Christiane Amanpour que o Egito continuará a ser forte aliado dos EUA e que manterá o acordo de paz com Israel. Até aí morreu o Neves. Mas disse também que virá, não se sabe quando mas virá, não há prazo definido para a suspensão da "lei de emergência, que virá tão logo as atuais condições de protesto terminem".
"Mas quando?" Amanpour pressionou. "Semana que vem? Ano que vem?"
"Eles ainda não definiram um prazo específico", disse Shoukry.
A "emergency law" permite que agentess do governo prendam qualquer um sem necessidade de acusação.

O diálogo é destacado em matéria de Joshua Miller sobre a entrevista no site do programa da Amanpour na ABC News, This Week, deste domingo. Claro que não é a manchete deles, a manchete ressalta o que é de interesse dos EUA (vale rever aqui o que diz o Stephen Gowans sobre os interesses americanos). Mas a manchete, na minha humirde, é que, encerrados os protestos, tudo voltará à continua na vaca fria: aliança com os EUA/Israel, regime de força com prisões indiscriminadas sem prazo de término. Tomara que eu esteja enganada... [ou seja, é pior do que meu erro mongo me permitiu pensar...]

Observação: Mais tarde, no Face the Nation da CBS, Shoukry disse que as eleições no Egito virão em seis meses. Achei a informação aqui, postada 7 minutos atrás.

Abaixo, o vídeo da entrevista à Amanpour.



Pensei que fosse ligado às Forças Armadas, mas é diplomata de carreira, como se vê aqui (tradução abaixo). O que significa que é da confiança dos militares, serve bem ao regime, e para o regime manter estreitos os laços com os EUA é o principal (ninguém será ingênuo a ponto de achar que os militares não querem mais o bilhão anual de "ajuda" dos EUA). De todo modo, é um acinte que os americanos tenham sabido primeiro que os egípcios da queda do Mubarak.

Sameh Shoukry foi nomeado embaixador do Egito para os Estados Unidos em 24 de setembro de 2008. Tem 59 anos, já trabalhou como representante permanente do Egito na ONU em Genebra (2005-08), foi embaixador na Áustria e representante permanente nas organizações internacionais em Viena (1999-2003). Também foi chefe de gabinete do ministro das Relações Exteriores (2004-05) e secretário de informação e acompanhamento de Hosni Mubarak (1995-99). Diplomata de carreira desde 1976, serviu nas embaixadas do Egito em Londres e Buenos Aires e Consulado do Egito em Nova York. Dirigiu o Departamento de Estados Unidos e Canadá no Ministério das Relações Exteriores (1994-95). É formado em Direito pela Universidade de Ein Shams, casado, dois filhos.

4 comentários:

Vera Silva disse...

>>>>Revolução no Egito<<<<
>>>>>>>>>>>>RIP<<<<<<<<<<<

mari disse...

pois é, que coisa triste...

sunny disse...

Pelo visto o Gowan tomou o lugar do Fisk,né?

mari disse...

Ué, cadê o Gowans aqui?

Além do que, todo mundo está traduzindo o Fisk com esse terremoto no O. Médio. Gowans, ninguém.

Mas esse aqui é o Shoukry...

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