É gritante a diferença da Jazira em relação a todas as outras redes de TV. Tem uma apresentadora, então -- não consigo descobrir o nome dela! --, que é simplesmente genial (e linda!). Ela não dá folga ao entrevistado, vai na ferida: hoje arrasou o porta-voz do Pervez Musharraf, que acaba de ter mandado de prisão decretado pela Justiça do Paquistão pelo assassinato da Benazir Bhutto. Há pouco ela estava analisando as preocupações de puristas que acreditam que Mubarak não renunciou, como determina a Constituição, e sim foi afastado pelos militares, que também detonaram o vice Suleiman, o "xeque al-Tortura", como o chama Robert Fisk. Essa discussão é relevante: o que tivemos foi uma revolução seguida de golpe? Segundo comunicado hoje do Conselho Supremo das Forças Armadas (um perfil dos integrantes aqui), os ministros de Mubarak permanecem até a formação de novo gabinete. Noves fora nada, tudo bem, o Mubarak caiu e isso é o que importa, mas estou louca para conhecer esses detalhes legais e institucionais.
Segundo a Wiki, essa turma da Jazira em inglês veio quase toda de uma sucursal da BBC na Arábia Saudita fechada após ser censurada pelo xeque lá deles (é, os sauditas, aliados preferenciais dos americanos, têm uma bela ditadura a derrubar também!).
Observação: Muita gente se espanta quando eu falo Jazira. Al Jazeera é a grafia inglesa do árabe al-ǧazīrah, que quer dizer "A Ilha", abreviatura de Pensínsula Arábica. Ou seja, a pronúncia seria "djazira", acho. Não tenho que repetir o artigo "al" nem de usar o "ee", que é como os anglófilos grafam o "i", tenho? Então, essa TV baseada em Doha, no Catar, cujo site conheço desde a invasão do Iraque (nem existia em inglês, só via "as figuras", fazer o quê?!) e acompanho direto há 19 dias, pra mim é Jazira, tá?! Somos íntimas! (As imagens são da Wiki; esta ao lado é o logo da emissora, escolhido pelo dono, o emir do Catar, após concurso.)
5 comentários:
Não há nada parecido com a Al Jazeera por aqui. É uma pena, pois seria uma frente excepcional contra o P.I.G. (Partido da imprensa golpista) que infesta a mídia brasileira.
A Al Jazeera é contundente, profissional e acima de tudo independente.
Concordo com você, inclusive com relação a forma de escrever Jazira, também evitando a redudância com o artigo. Agora, sobre o que disse Obama ontem de que dias difíceis estão por vir, eu gostaria de dizer que trinta anos difíceis viveram os egípicios. O povo que se ergueu contra o tirano está vivendo dias gloriosos,isso sim.
Univesae, vivo conclamando os amigos a fazerem um novo jornal, uma nova TV! Precisamos encontrar um emir do Catar que bote grana!
Taio, o povo tá ferrado. Os analistas sérios já disseram que nada aconteceu, o Murbarak apenas desceu do queijo. Que tristeza...
Cara colega, al jazira, em árabe, pode ter três sentidos,sendo um deles, o de ilha, o outro, península, e ainda, o de toda uma região bem demarcada. Para explicar, e mais ainda, entender isso, só sabendo muito bem o árabe, o que não é meu caso...
Sei de pelo menos duas Al-Jazira geográficas, uma no Iraque, ao norte de Bagdá, e outra no Sudão, abaixo da confluência do Nilo com o Nilo Azul.
Quanto à linda comentarista da TV Al-Jazira, quando souber o nome dela, poste-o para mim! E se quiser uma dica, entre em contato pela internet com o ICARABE, Instituto de Cultura Árabe, entidade daqui de São Paulo, de São Paulo, presidida pela dra. Soraya Smaili, professora de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, e que tem como vice-presidente o dr. Mohammed Habib, professor e pró-reitor da Unicamp, de nacionalidade egípcia e profundamente informado sobre o furdunço que anda acontecendo por lá, no Oriente.
Que comentário ótimo! Obrigada! Se ainda fosse jornalista, e não simples enxerida, procuraria mesmo esses dois personagens! E reparou que os americanos de um modo ou de outro tentam desacreditar a Jazira?
Bem, quanto à linda âncora... ainda nãodescobri o nome dela!
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