sábado, 6 de novembro de 2010

Dilma, a mãe da Dilminha

Sempre leio essas coisas com medo, acho sempre que haverá alguma maldade. Mas, assim como a entrevista que o próprio Globo fez com Carlos Araújo, ex-companheiro da Dilma, essa também ajuda a ver nesse pasquim o que o Brasil que pensa achou da campanha vergonhosa do Serra. Só vi um pouco de malícia na pergunta sobre a tortura. Essa mídia cretina quer porque quer flagrar contradições. É compreensível, não faz jornalismo, tem que correr atrás de intriga. A íntegra está no jornal impresso, que não leio.

Foto: Alexandre Guzanshe/Globo

"A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana", diz mãe da presidente eleita

Maria Lima/Globo, 5/11
A mãe da presidente eleita do Brasil continua sua vidinha pacata no Bairro São Luís, em Belo Horizonte. Dona Dilma Jane, miúda ao lado de Dilma Rousseff, se refere à filha como "Dilminha". Aos 86 anos, em entrevista por telefone, dona Dilma Jane contou que durante três anos, na década de
70, ela viajou todos os fins de semana para ver a filha no presídio em São Paulo. Tortura era assunto proibido nas visitas. Ao atender o telefonema e ao ser perguntada se era dona Dilma que estava falando, respondeu de pronto: "É a Dilma Rousseff. A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana".

Dilma lhe deu muita preocupação?
Dilminha nunca me deu trabalho. Toda filha escuta a mãe. Só não escuta mais quando não precisa. As preocupações começaram quando ela foi defender o país contra a ditadura. Eu não sabia de nada. Só fiquei sabendo quando ela foi presa. Nunca falei nem pedi para ela deixar de fazer as coisas dela. Quando descobri, ela estava naquilo e presa.

Como foi conviver com a filha na prisão?

O primeiro mês, fiquei inteirinho em São Paulo. Mas tive que voltar para Belo Horizonte, porque tinha a minha outra filha, que era doente. Depois, durante três anos, eu viajava todo sábado de manhã para São Paulo e voltava no domingo. Eu levava mantimentos para que elas fizessem sua comida. Eu levava queijo, a Dilminha gostava muito. Também levava livros, só os que podia comprar, que eles autorizavam. Romances e livros técnicos.

Como era voltar e deixar a filha presa? 


Voltava com o coração partido. Era como um calvário para as mães. Agora passou tudo, ficou pra trás, ela é a presidente do Brasil. Nunca pensei nisso!

Alguma vez viu o corpo da Dilma machucado pela tortura?
Nunca! Eu morreria se visse. Quando a reencontrei, a Dilminha tinha sido torturada por 21 dias. Mas não vão torturar a pessoa e mostrar as marcas para a mãe ver, né? Quando a gente se encontrava,
não conversávamos sobre isso. Se ela falasse eu morria! A Dilma só falou sobre torturas depois. Eu procurava sempre fazer visitas alegres, contava causos da família, coisas que a divertissem, que dessem um toque diferente daquilo tudo.

Ficou magoada com a campanha?

Mágoa de jeito nenhum! Isso faz mal. Prefiro falar que acabou, passou. Agora vamos pensar só em coisas boas. Não têm o que fazer! Queriam ganhar com base na calúnia e difamação! Mentira não leva a nada, tanto que perderam. Quiseram botar até o Papa no meio. Não é brincadeira, não. Sobrou até para mim, disseram que eu não era católica. Falaram tanta besteira... Isso é tão simplório. Falar que a Dilminha matava criancinha? Que é isso? Falar uma asneira dessas... Parece que estamos na Idade Média. Amolaram bastante, mas agora estão calados. Não pegou.

4 comentários:

Bruno disse...

Esta é a íntegra. A entrevista está do mesmo tamanho no impresso. A pauta não deve ter "rendido", já que a Dilmona só tinha coisas boas a falar da Dilminha.

Chris disse...

Marinilda!!! Só achei esse seu blog hoje. Queria ter encontrado durante a campanha. Saudades de você! Chris Pacheco

mari disse...

Querida!!! Tudo bem? Paulo Bom?

Chris disse...

Estamos bem, nós e os dois meninos:-)

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