Não lembram? Escrevi a respeito aqui. E olhem o que a Revista Forum publicou hoje:
Ex-executivo de empresa de seguros de saúde pede desculpa a Michael Moore
Executivo da gigante de seguros de saúde CIGNA pediu desculpas a diretor pela campanha de difamação que dirigiu quando foi estreado o filme “Sicko”, sobre os efeitos das seguradoras médicas privadas nos EUA.
[30 de novembro de 2010 - 10h22]
No dia 22 de novembro, o programa "Countdown" da cadeia NBC, dirigido pelo jornalista progressista Keith Oberman, apresentou uma entrevista com Michael Moore e Wendell Potter.
Numa cena sem precedentes na televisão norte-americana, Wendell, ex-diretor de comunicação empresarial do gigante de seguros de saúde CIGNA, pediu desculpas a Michael Moore pela campanha de difamação que dirigiu quando foi estreado o filme “Sicko”, sobre os efeitos das seguradoras médicas privadas nos Estados Unidos.
Potter explicou que, antes de o filme ser levado à cena, as seguradoras médicas privadas prepararam uma campanha dirigida a desprestigiar a pessoa e o trabalho de Michael Moore.
O medo das seguradoras: que o filme desencadeasse um poderoso movimento social a favor da aprovação do seguro médico público universal. Nas reuniões internas, executivos destas companhias chegaram a ameaçar atirá-lo por um barranco se tal coisa sucedesse.
Como parte do seu trabalho, Potter foi a várias apresentações do filme e apresentou-se com o seu filho na estreia do documentário na cidade natal de Michael Moore. Como prova da viagem, Potter incluiu uma fotografia daquela apresentação no seu blog.
O trabalho de Potter consistia em investigar os filmes de Moore, a sua vida, a vida da sua família e os possíveis ângulos de ataque que depois foram reproduzidos pela maioria dos meios de comunicação para dissuadir o público norte-americano de ver o filme de Moore. O ataque consistia em repetir que os dados no filme eram incorretos e que Moore era um realizador anti-EUA que queria impor o comunismo no país. Os argumentos da CIGNA foram utilizados inclusive por George W. Bush no seu recente livro de memórias.
Michael Moore, visivelmente comovido pela notícia, aceitou as desculpas, mas acrescentou: “acho que ambos sabemos que isto vai muito mais além do que se fez comigo ou contra o filme”.
Moore afirmou que a indústria estava disposta a gastar centenas de milhares de dólares numa tentativa de “travar um filme” porque temia que o mesmo “pudesse desencadear um levantamento popular” contra, segundo as suas palavras, “um sistema doente que permite que empresas lucrem à nossa custa quando ficamos doentes”.
Moore também perguntou a Potter o que sentia ao saber que estava mentindo abertamente para proteger os interesses das companhias de seguros. Potter respondeu que não podia viver tranquilo e que por isso decidiu confessar tudo. Moore respondeu que ficava contente com tal mudança de atitude porque as seguradoras são responsáveis pela morte de milhões de pessoas no país.
Potter aceitou esta tese e acrescentou que a maioria da informação de “Sicko” era correta.
Para os que ainda pensam que as campanhas de difamação são puras teorias da conspiração, este é um momento de verdade. Fora dos Estados Unidos isto pode parecer uma verdade banal, mas uma declaração deste tipo numa Rede Nacional de Televisão é realmente significativa.
Por Esquerda.net. Veja a entrevista em http://www.democracynow.org/2010/11/23/the_fear_of_sicko_cigna_whistleblower.
2 comentários:
Eu gostaria de ver o Zé Torquemada pedindo desculpas à Dilma por tê-la caluniado acerca da quebra do sigilo fiscal de sua filha. Uma vez que já se sabe que a tal quebra de sigilo se deu numa querela interna do PSDB, nada mais natural que um pedido de desculpas. Vamos esperar, pois.
Taio, espere sentadinho para não se cansar. Ok?
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