terça-feira, 30 de novembro de 2010
Lembram de Sicko?
Não lembram? Escrevi a respeito aqui. E olhem o que a Revista Forum publicou hoje:
Ex-executivo de empresa de seguros de saúde pede desculpa a Michael Moore
Executivo da gigante de seguros de saúde CIGNA pediu desculpas a diretor pela campanha de difamação que dirigiu quando foi estreado o filme “Sicko”, sobre os efeitos das seguradoras médicas privadas nos EUA.
[30 de novembro de 2010 - 10h22]
No dia 22 de novembro, o programa "Countdown" da cadeia NBC, dirigido pelo jornalista progressista Keith Oberman, apresentou uma entrevista com Michael Moore e Wendell Potter.
Numa cena sem precedentes na televisão norte-americana, Wendell, ex-diretor de comunicação empresarial do gigante de seguros de saúde CIGNA, pediu desculpas a Michael Moore pela campanha de difamação que dirigiu quando foi estreado o filme “Sicko”, sobre os efeitos das seguradoras médicas privadas nos Estados Unidos.
Potter explicou que, antes de o filme ser levado à cena, as seguradoras médicas privadas prepararam uma campanha dirigida a desprestigiar a pessoa e o trabalho de Michael Moore.
O medo das seguradoras: que o filme desencadeasse um poderoso movimento social a favor da aprovação do seguro médico público universal. Nas reuniões internas, executivos destas companhias chegaram a ameaçar atirá-lo por um barranco se tal coisa sucedesse.
Como parte do seu trabalho, Potter foi a várias apresentações do filme e apresentou-se com o seu filho na estreia do documentário na cidade natal de Michael Moore. Como prova da viagem, Potter incluiu uma fotografia daquela apresentação no seu blog.
O trabalho de Potter consistia em investigar os filmes de Moore, a sua vida, a vida da sua família e os possíveis ângulos de ataque que depois foram reproduzidos pela maioria dos meios de comunicação para dissuadir o público norte-americano de ver o filme de Moore. O ataque consistia em repetir que os dados no filme eram incorretos e que Moore era um realizador anti-EUA que queria impor o comunismo no país. Os argumentos da CIGNA foram utilizados inclusive por George W. Bush no seu recente livro de memórias.
Michael Moore, visivelmente comovido pela notícia, aceitou as desculpas, mas acrescentou: “acho que ambos sabemos que isto vai muito mais além do que se fez comigo ou contra o filme”.
Moore afirmou que a indústria estava disposta a gastar centenas de milhares de dólares numa tentativa de “travar um filme” porque temia que o mesmo “pudesse desencadear um levantamento popular” contra, segundo as suas palavras, “um sistema doente que permite que empresas lucrem à nossa custa quando ficamos doentes”.
Moore também perguntou a Potter o que sentia ao saber que estava mentindo abertamente para proteger os interesses das companhias de seguros. Potter respondeu que não podia viver tranquilo e que por isso decidiu confessar tudo. Moore respondeu que ficava contente com tal mudança de atitude porque as seguradoras são responsáveis pela morte de milhões de pessoas no país.
Potter aceitou esta tese e acrescentou que a maioria da informação de “Sicko” era correta.
Para os que ainda pensam que as campanhas de difamação são puras teorias da conspiração, este é um momento de verdade. Fora dos Estados Unidos isto pode parecer uma verdade banal, mas uma declaração deste tipo numa Rede Nacional de Televisão é realmente significativa.
Por Esquerda.net. Veja a entrevista em http://www.democracynow.org/2010/11/23/the_fear_of_sicko_cigna_whistleblower.
Ex-executivo de empresa de seguros de saúde pede desculpa a Michael Moore
Executivo da gigante de seguros de saúde CIGNA pediu desculpas a diretor pela campanha de difamação que dirigiu quando foi estreado o filme “Sicko”, sobre os efeitos das seguradoras médicas privadas nos EUA.
[30 de novembro de 2010 - 10h22]
No dia 22 de novembro, o programa "Countdown" da cadeia NBC, dirigido pelo jornalista progressista Keith Oberman, apresentou uma entrevista com Michael Moore e Wendell Potter.
Numa cena sem precedentes na televisão norte-americana, Wendell, ex-diretor de comunicação empresarial do gigante de seguros de saúde CIGNA, pediu desculpas a Michael Moore pela campanha de difamação que dirigiu quando foi estreado o filme “Sicko”, sobre os efeitos das seguradoras médicas privadas nos Estados Unidos.
Potter explicou que, antes de o filme ser levado à cena, as seguradoras médicas privadas prepararam uma campanha dirigida a desprestigiar a pessoa e o trabalho de Michael Moore.
O medo das seguradoras: que o filme desencadeasse um poderoso movimento social a favor da aprovação do seguro médico público universal. Nas reuniões internas, executivos destas companhias chegaram a ameaçar atirá-lo por um barranco se tal coisa sucedesse.
Como parte do seu trabalho, Potter foi a várias apresentações do filme e apresentou-se com o seu filho na estreia do documentário na cidade natal de Michael Moore. Como prova da viagem, Potter incluiu uma fotografia daquela apresentação no seu blog.
O trabalho de Potter consistia em investigar os filmes de Moore, a sua vida, a vida da sua família e os possíveis ângulos de ataque que depois foram reproduzidos pela maioria dos meios de comunicação para dissuadir o público norte-americano de ver o filme de Moore. O ataque consistia em repetir que os dados no filme eram incorretos e que Moore era um realizador anti-EUA que queria impor o comunismo no país. Os argumentos da CIGNA foram utilizados inclusive por George W. Bush no seu recente livro de memórias.
Michael Moore, visivelmente comovido pela notícia, aceitou as desculpas, mas acrescentou: “acho que ambos sabemos que isto vai muito mais além do que se fez comigo ou contra o filme”.
Moore afirmou que a indústria estava disposta a gastar centenas de milhares de dólares numa tentativa de “travar um filme” porque temia que o mesmo “pudesse desencadear um levantamento popular” contra, segundo as suas palavras, “um sistema doente que permite que empresas lucrem à nossa custa quando ficamos doentes”.
Moore também perguntou a Potter o que sentia ao saber que estava mentindo abertamente para proteger os interesses das companhias de seguros. Potter respondeu que não podia viver tranquilo e que por isso decidiu confessar tudo. Moore respondeu que ficava contente com tal mudança de atitude porque as seguradoras são responsáveis pela morte de milhões de pessoas no país.
Potter aceitou esta tese e acrescentou que a maioria da informação de “Sicko” era correta.
Para os que ainda pensam que as campanhas de difamação são puras teorias da conspiração, este é um momento de verdade. Fora dos Estados Unidos isto pode parecer uma verdade banal, mas uma declaração deste tipo numa Rede Nacional de Televisão é realmente significativa.
Por Esquerda.net. Veja a entrevista em http://www.democracynow.org/2010/11/23/the_fear_of_sicko_cigna_whistleblower.
VilaVudu ataca outra vez!
WikiLeaks: De que ‘diplomacia’ afinal se trata, nos EUA?
29/11/2010, Norman Solomon, CommondreamsxComparados aos telegramas secretos que WikiLeaks acaba de partilhar com o mundo, todas as declarações de autoridades ao público são meros exercícios de fazer-crer.Em democracias, as pessoas têm direito de saber o que realmente o governo faz. Em pseudo-democracias, quaisquer contos de fadas narrados por autoridades e repetidos nos jornais e televisões dão para o gasto.Fachadas ditas ‘diplomáticas’ muitas vezes são apresentadas como se fossem fatos. Mas vez ou outra a máscara cai – para que o mundo inteiro veja –, o que acaba de acontecer nesse descomunal vazamento de telegramas do Departamento de Estado.“Estados são entidades governadas por mentirosos”, observou I.F.Stone, jornalista independente. “Ninguém deve acreditar em mentirosos.” A extensão e a gravidade das mentiras variam de governo a governo – mas nenhum ‘pronunciamento’ das capitais mundiais deve ser levado a sério.Quanto aos EUA, o governo está em guerra há mais de nove anos, ainda sem data para terminar. Como o Pentágono, o Departamento de Estado só trabalha para atender os interesses do estado de guerra. Militares e diplomatas são peças móveis dessa mesma vasta máquina de guerra.A guerra exige pesadíssimo escudo de meias mentiras, totais mentiras, mentiras desavergonhadas, falsidades. Com o esforço de guerra em plena arrancada, as contradições entre o que o público sabe e os objetivos jamais revelados – ou entre a retórica grandiloquente e as terríveis consequências humanas – não sobrevivem à luz do dia.Detalhes de tenebrosas transações e alianças entre Washington e ditadores assassinos, tiranos corruptos, senhores-da-guerra, traficantes, estão entre os mais bem guardados desses quase-segredos. Praticamente tudo que a mídia publique pode ser manipulado ou descartado pelas autoridades, mas telegramas diplomáticos divulgados antes de baixar a poeira das últimas mortes são mais difíceis de ignorar.Por causa da massiva dependência absoluta da força militar – o que resulta sempre em crescente carnificina e num rastro de luto e fúria, no Afeganistão, no Paquistão e por toda parte – o governo dos EUA tem buracos colossais entre o que contam os roteiros dos publicitários e de ‘relações públicas’ e as realidades da guerra e do fazer guerra.O mesmo governo que dedica quantidades tremendas de recursos para continuar a empregar violência militar em distantes pontos do mundo é obrigado a zelar atentamente pela própria credibilidade e decência, no trato com o ‘público nacional’, conosco, os que vivemos nos EUA. Mas essa tarefa, que cabe essencialmente aos ‘Relações Públicas’, vai-se tornando cada vez mais difícil, quando acontece de documentos do próprio governo dos EUA continuarem vazando e vazando e, todos, com informações diferentes das que conhecemos por aqui.Nenhum governo deseja encarar documentos reais de políticas reais, objetivos, prioridades, que contradigam frontalemente todos os protestos de alta virtude do próprio governo. Em sociedades nas quais se respeitem as liberdades democráticas, os governos que mais têm a temer de vazamentos reveladores são os que mais e por mais tempo tenham mentido aos seus próprios cidadãos.Os recentes vazamentos de WikiLeaks são especialmente terríveis, por causa dos contrastes extremos que se veem entre o que os representantes dos EUA dizem aos cidadãos norte-americanos e o que realmente fazem. Estranhamente, a reação padrão daqueles representantes e governantes dos EUA é culpar quem divulgou os fatos.“Condenamos nos termos mais vigorosos a distribuição não autorizada de documentos secretos e informação sensível de nossa segurança nacional” – disse a Casa Branca no domingo.E o senador Joseph Lieberman denunciou “ação vergonhosa, ignóbil, desprezível, que reduz a capacidade de nosso governo e de nossos parceiros trabalharmos juntos para defender nossos interesses vitais”. Para garantir, também escreveu pelo Twitter: “A divulgação deliberada dos telegramas, por WL, é nada menos que ataque direto à segurança nacional dos EUA.”Mas... que tipo de “segurança nacional” se pode esperar, construída de tantas mentiras? Que segurança alguma nação poderia obter, de governo que é desmentido e desacreditado por documentos que ele mesmo escreve, assina, depacha e lê?+++++++++++++++++++++++++++Norman Solomon é jornalista, escritor e historiador. Trabalha hoje na Commission on a Green New Deal for the North Bay, www.GreenNewDeal.info.
Um ministro malcomportado
Wikileaks põe Nelson Jobim na maior saia justa. Olhem os tuítes do Ministério da Defesa:
***
Num dos telegramas, de 25 de janeiro de 2008, o então embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Clifford Sobel, relata aos seus superiores como havia sido um almoço mantido dias antes com Nelson Jobim. Nesse encontro, o ministro brasileiro teria contribuído para reforçar a imagem negativa do Itamaraty perante os americanos.
Indagado sobre acordos bilaterais entre os dois países, Jobim citou o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. Segundo o relato produzido por Sobel, "Jobim disse que Guimarães 'odeia os Estados Unidos' e trabalha para criar problemas na relação [entre os dois países]".
Ao mencionar um acordo bilateral, Sobel diz que caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir entre as posições de um "inusualmente ativo ministro da Defesa interessado em desenvolver laços mais próximos com os EUA e um Ministério das Relações Exteriores firmemente comprometido em manter controle sobre todos os aspectos da política internacional".
Num telegrama de 13 de março de 2008, Sobel afirma que o Itamaraty trabalhou ativamente para limitar a agenda de uma viagem de Jobim aos Estados Unidos. Ao relatar a visita (de 18 a 21 de março de 2008), os americanos pareciam frustrados: "Embora existam boas perspectivas para melhorar nossa relação na área de defesa com o Brasil, a obstrução do Itamaraty continuará um problema".
Caças da FAB
Apesar de elogiado, Jobim nunca apresentou em reuniões nenhuma proposta especial aos Estados Unidos a respeito da licitação dos 36 aviões caça que serão comprados pela Força Aérea Brasileira. Em todos os relatos confidenciais os diplomatas americanos em Brasília mencionam frases de Jobim que coincidem com o que o ministro declarou em público.
Em uma ocasião, por exemplo, os americanos escrevem: "Compras de fornecedores dos Estados Unidos serão mais competitivas quando [o país] autorizar uma produção brasileira de futuros sistemas militares". O Departamento de Estado norte-americano se recusou a comentar as comunicações sigilosas. Uma porta-voz do departamento enfatizou que os países mantêm boas relações.
Da Redação, com informações da Folha de S.Paulo
***
Em documentos confidenciais, EUA atacam soberania do Itamaraty
Seis telegramas confidenciais de diplomatas dos Estados Unidos indicam que a Casa Branca considera o Ministério das Relações Exteriores do Brasil como um adversário que adota uma "inclinação antinorte-americana". Segundo esses documentos, os EUA enxergam o ministro da Defesa, Nelson Jobim, como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”, em contraposição ao “quase inimigo” Itamaraty.
Não há nos telegramas confidenciais nenhuma menção a atos ilícitos nas relações bilaterais Brasil-EUA. São apenas descrições de encontros, almoços e reuniões. Os telegramas fazem parte de um lote de 1.947 documentos elaborados pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, sobretudo na última década. Os despachos foram obtidos pela organização não-governamental WikiLeaks, que divulgará as íntegras desses papéis nesta terça-feira (30).Num dos telegramas, de 25 de janeiro de 2008, o então embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Clifford Sobel, relata aos seus superiores como havia sido um almoço mantido dias antes com Nelson Jobim. Nesse encontro, o ministro brasileiro teria contribuído para reforçar a imagem negativa do Itamaraty perante os americanos.
Indagado sobre acordos bilaterais entre os dois países, Jobim citou o então secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães. Segundo o relato produzido por Sobel, "Jobim disse que Guimarães 'odeia os Estados Unidos' e trabalha para criar problemas na relação [entre os dois países]".
Ao mencionar um acordo bilateral, Sobel diz que caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir entre as posições de um "inusualmente ativo ministro da Defesa interessado em desenvolver laços mais próximos com os EUA e um Ministério das Relações Exteriores firmemente comprometido em manter controle sobre todos os aspectos da política internacional".
Num telegrama de 13 de março de 2008, Sobel afirma que o Itamaraty trabalhou ativamente para limitar a agenda de uma viagem de Jobim aos Estados Unidos. Ao relatar a visita (de 18 a 21 de março de 2008), os americanos pareciam frustrados: "Embora existam boas perspectivas para melhorar nossa relação na área de defesa com o Brasil, a obstrução do Itamaraty continuará um problema".
Caças da FAB
Apesar de elogiado, Jobim nunca apresentou em reuniões nenhuma proposta especial aos Estados Unidos a respeito da licitação dos 36 aviões caça que serão comprados pela Força Aérea Brasileira. Em todos os relatos confidenciais os diplomatas americanos em Brasília mencionam frases de Jobim que coincidem com o que o ministro declarou em público.
Em uma ocasião, por exemplo, os americanos escrevem: "Compras de fornecedores dos Estados Unidos serão mais competitivas quando [o país] autorizar uma produção brasileira de futuros sistemas militares". O Departamento de Estado norte-americano se recusou a comentar as comunicações sigilosas. Uma porta-voz do departamento enfatizou que os países mantêm boas relações.
Da Redação, com informações da Folha de S.Paulo
Mapa da não-cidadania
Clique na imagem para ampliar
Sunny mandou, achou no Yahoo!, não é interessante? Dá os nomes das facções,que o Grobosta não dá a pretexto de sei lá qual bosta de ética que eles aleguem, logo eles que desconhecem o conceito. Mas ouço a todo momento que há 1.000 favelas no Rio... Cadê? De qualquer modo, é um mundão de bairros sem qualquer presença do Estado.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Neofascistas vêm de longe
Vivemos dias de manifestações neofascistas explícitas, como todos vêm percebendo. Marcelo Tas -- que considero inconsequente desde os tempos em que tinha um programeco festejado se não me engano na Cultura -- conclama ao golpe. Aí um tuiteiro que adoro postou o seguinte:
Não foi depois das eleições não. A campanha fascista do Coiso só foi possível porque a canalha já tinha perdido a vergonha há tempos. Quem frequentava a bloga antiga lembra bem que as fascistagens começaram com a eleição do Bush lá nos States. Os neocons e sua doutrina fortaleceram vozes como Rush Limbaugh, Bill O'Reilly e outros cretinos. Aqui, fortaleceu-se o astrólogo Orvalho do Carilho. O resto se animou a botar as manguinhas de fora a partir da histeria neofascista trazida a nós pela Fox News. Começou a campanha virulenta antiaborto por e-mail, o ter*nu*ma tomou coragem de sair do esgoto. Hordas neofascistas invadiram a bloga a ponto de eu deletar a pobrezinha em 2006.
Ou seja, estavam se criando há tempos. A eleição do Lula em 2002 foi lenha na fogueira desse ódio insano, alimentado pelo PIG. Agora, explodiu. Levamos 20 anos anulando essa escória. Sabe-se lá se e quando conseguiremos empurrá-la de volta latrina abaixo.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Rescaldo
Miguel do Rosário faz clipping do que o PIG publicou sobre a entrevista do Lula. Um verdadeiro balanção dos ressentidos!
***
Túlio Vianna, que fez excelente pergunta sobre as [fracas] indicações do Lula ao STF, publica a réplica que gostaria de ter dado à [fraca] resposta do presidente.
***
Túlio Vianna, que fez excelente pergunta sobre as [fracas] indicações do Lula ao STF, publica a réplica que gostaria de ter dado à [fraca] resposta do presidente.
Mais sobre a entrevista do Lula
Alguns bastidores da entrevista com Lula.
Ao final da entrevista o presidente, com as câmeras e microfones já desligados, disse que queria se comprometer a já agendar uma próxima entrevista com aquele grupo para logo depois que deixasse a presidência. “Porque eu quero tratar com vocês do mensalão, quero falar longamente dessa história e mostrar a quantidade de equívocos que ela tem. Porque o Zé Dirceu pode ter todos os defeitos do mundo, mas…”
Ao final da entrevista o presidente, com as câmeras e microfones já desligados, disse que queria se comprometer a já agendar uma próxima entrevista com aquele grupo para logo depois que deixasse a presidência. “Porque eu quero tratar com vocês do mensalão, quero falar longamente dessa história e mostrar a quantidade de equívocos que ela tem. Porque o Zé Dirceu pode ter todos os defeitos do mundo, mas…”
Os vida-curta
Globonews mostra ao vivo a fuga de traficantes da Vila Cruzeiro, ocupada pelo Bope. Correria. Gente baleada. Tudo pobre diabo de vida curta. Retratos vivos da ausência do Estado.
Explodi de orgulho!
Globosta faz matéria ressentida sobre a entrevista do Lula aos blogueiros "chapa-branca". Pelo menos somos chapa-branca do Lula, e não da ditadura, certo, pasquim?
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Adeus, Meirelles!
Transição confirma que Mantega fica na Fazenda
A presidenta eleita da República, Dilma Rousseff, convidou o economista Guido Mantega para permanecer à frente do Ministério da Fazenda, a engenheira e coordenadora do PAC, Miriam Belchior, para assumir o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o economista Alexandre Tombini, atual diretor de Normas, para presidir o Banco Central. A indicação de Tombini será submetida ao Senado Federal para aprovação.
As informações foram divulgadas na tarde desta quarta-feira (24), pela equipe de transição, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
A equipe econômica do governo de Dilma Rousseff será apresentada ainda na tarde desta quarta-feira, em uma entrevista coletiva no CCBB. A presidenta eleita não participará do anúncio dos três ministros.
Portal Brasil
O anúncio será feito pelos coordenadores da transição José Eduardo Cardozo, José Eduardo Dutra, Antonio Palocci e o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB).
Segundo a nota divulgada, a presidenta eleita determinou que a nova equipe assegure “a continuidade da bem-sucedida política econômica do governo Lula - baseada no regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal – e promova os avanços que levarão o Brasil a vencer a pobreza e alcançar o patamar de nação plenamente desenvolvida”.
A presidenta eleita da República, Dilma Rousseff, convidou o economista Guido Mantega para permanecer à frente do Ministério da Fazenda, a engenheira e coordenadora do PAC, Miriam Belchior, para assumir o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e o economista Alexandre Tombini, atual diretor de Normas, para presidir o Banco Central. A indicação de Tombini será submetida ao Senado Federal para aprovação.
As informações foram divulgadas na tarde desta quarta-feira (24), pela equipe de transição, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
A equipe econômica do governo de Dilma Rousseff será apresentada ainda na tarde desta quarta-feira, em uma entrevista coletiva no CCBB. A presidenta eleita não participará do anúncio dos três ministros.
Portal Brasil
O anúncio será feito pelos coordenadores da transição José Eduardo Cardozo, José Eduardo Dutra, Antonio Palocci e o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB).
Segundo a nota divulgada, a presidenta eleita determinou que a nova equipe assegure “a continuidade da bem-sucedida política econômica do governo Lula - baseada no regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal – e promova os avanços que levarão o Brasil a vencer a pobreza e alcançar o patamar de nação plenamente desenvolvida”.
Que sucesso, minha gente
Fotos: Ricardo Stuckert/PR
Entrevistaram o presidente Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Willians Barros (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador), José Augusto Duarte (Amigos do Presidente Lula) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).
O mais incrível é que o tópico #lulablogs esteve um tempão em primeiro lugar na relação de temas do Twitter mundial com o link para a twitcam do Lula! Quer dizer, qualquer cidadão do mundo podia entrar e assistir! Acho que é tipo "nunca antes na história deste mundo"!
Assim que conseguir o código posto aqui o vídeo para quem não viu (já tem na Forum). E acrescento também os nomes dos personagens, pois muitos não conheço.
E ei-lo:
terça-feira, 23 de novembro de 2010
É NESTA QUARTA, ÀS 9H!!!
S-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l! Agora mesmo é que o PIG se morde todo! O presidente Lula dará entrevista às 9h desta quarta a 10 blogueiros! E tudo será transmitido pelo Blog do Planalto! Acorde cedo e participe pelo chat!
Por favor, defina "arrastão"
Marco Nascimento
Já que se deu repercussão à série de "arrastões" no Rio de Janeiro, acho justo que se divulgue um outro ponto de vista. Todos os relatos tratam de assaltos a dois ou mais veículos, por grupos que nunca passam de 3 ou 4 pessoas -- isso está longe de configurar algo que se possa chamar arrastão -- que já é uma expressão sem definição perfeita --, quanto mais ao se ter em mente a imagem já altamente questionável dos assaltos coletivos em correria nas praias cariocas na década de 90. Vamos chamar as coisas pelos seus nomes.
Série de assaltos não é nada bom, e eu já fui assaltado várias vezes para afirmar isso. Mas o uso do termo "arrastão" é mais uma tentativa calhorda de incutir medo no carioca, nessa alta sociedade que se apavora ao ver um grupo de negros correndo quando não é atrás de uma bola. Porque é esse o substrato que identifico no uso desse termo: racismo. O pavor automático que fotos como essa causaram pela ameaça ao lazer dominical dos IPTUs mais caros do Rio.
Com suas diferenças, isso me lembra a distorção de prioridades da administração Bush quando o Katrina devastou Nova Orleans e a grande função das forças armadas foi prevenir os saques. As pessoas morrendo de fome sem teto e o que havia era o medo da população negra saquear a cidade. Aqui a mídia -- a mídia, não, O Globo! -- difunde na elite branca o medo dos negros descerem em hordas das favelas, "arrastando" todos os seus pertences. O Ali Kamel que nega o racismo se vale do temor ancestral comum a todo herdeiro de casa-grande: o Haitianismo.
Eu vi uma palestra de um comandante da PM certa vez explicando que a segurança é uma sensação, e não algo concreto. Ele dava o exemplo de eventos como a Rio 92, cujo esquema de segurança exigia que se remanejasse efetivo de algumas regiões para a área da conferência, e no entanto, ao perguntar à população dos bairros com efetivo reduzido se sentiam-se menos seguros, respondiam que ao contrário, que tinham a impressão de que toda a cidade estava mais segura.
Pois eu sou carioca e tenho a sensação de que minha cidade está paulatinamente mais segura a cada ano nos últimos quatro anos, apesar de o Globo mostrar carros pegando fogo e dizer que há "arrastões"por toda parte.
***
E o Ignácio Cano concorda:
Já que se deu repercussão à série de "arrastões" no Rio de Janeiro, acho justo que se divulgue um outro ponto de vista. Todos os relatos tratam de assaltos a dois ou mais veículos, por grupos que nunca passam de 3 ou 4 pessoas -- isso está longe de configurar algo que se possa chamar arrastão -- que já é uma expressão sem definição perfeita --, quanto mais ao se ter em mente a imagem já altamente questionável dos assaltos coletivos em correria nas praias cariocas na década de 90. Vamos chamar as coisas pelos seus nomes.
Série de assaltos não é nada bom, e eu já fui assaltado várias vezes para afirmar isso. Mas o uso do termo "arrastão" é mais uma tentativa calhorda de incutir medo no carioca, nessa alta sociedade que se apavora ao ver um grupo de negros correndo quando não é atrás de uma bola. Porque é esse o substrato que identifico no uso desse termo: racismo. O pavor automático que fotos como essa causaram pela ameaça ao lazer dominical dos IPTUs mais caros do Rio.
Com suas diferenças, isso me lembra a distorção de prioridades da administração Bush quando o Katrina devastou Nova Orleans e a grande função das forças armadas foi prevenir os saques. As pessoas morrendo de fome sem teto e o que havia era o medo da população negra saquear a cidade. Aqui a mídia -- a mídia, não, O Globo! -- difunde na elite branca o medo dos negros descerem em hordas das favelas, "arrastando" todos os seus pertences. O Ali Kamel que nega o racismo se vale do temor ancestral comum a todo herdeiro de casa-grande: o Haitianismo.
Eu vi uma palestra de um comandante da PM certa vez explicando que a segurança é uma sensação, e não algo concreto. Ele dava o exemplo de eventos como a Rio 92, cujo esquema de segurança exigia que se remanejasse efetivo de algumas regiões para a área da conferência, e no entanto, ao perguntar à população dos bairros com efetivo reduzido se sentiam-se menos seguros, respondiam que ao contrário, que tinham a impressão de que toda a cidade estava mais segura.
Pois eu sou carioca e tenho a sensação de que minha cidade está paulatinamente mais segura a cada ano nos últimos quatro anos, apesar de o Globo mostrar carros pegando fogo e dizer que há "arrastões"por toda parte.
***
E o Ignácio Cano concorda:
Sociólogo vê alarme exagerado com arrastões no Rio de Janeiro
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Muuuuito grave!!!
O que Kátia Abreu tem a dizer a juízes? Não há almoço grátis, então... o que Kátia Abreu tem a dizer a juízes?
***
Kátia Abreu faz palestra em encontro de juízes patrocinado pela CNA
Conceição Lemes, no Viomundo
De 11 a 13 de novembro, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) realizou, em Aracaju (SE), o IV Encontro Nacional de Juízes Estaduais, cujo tema foi “Justiça e Desenvolvimento Sustentável”.
O IV Enaje arrecadou R$ 1,05 milhão em patrocínios. Um, em particular, chamou-nos a atenção. Os R$ 100 mil pagos pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), comandada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
Kátia Abreu, segundo reportagem de Leandro Fortes em CartaCapital, é a rainha do latifúndio improdutivo:
Com a espada da lei nas mãos, e com a aquiescência de eminências do Poder Judiciário, ela tem se dedicado a investir sobre os trabalhadores sem-terra. Acusa-os de serem financiados ilegalmente para invadir terras Brasil afora.
Foram ações do poder público que lhe garantiram praticamente de graça extensas e férteis terras do Cerrado de Tocantins. E mais: Kátia Abreu, beneficiária de um esquema investigado pelo Ministério Público Federal, conseguiu transformar terras produtivas em áreas onde nada se planta ou se cria. Tradução: na prática, a musa do agronegócio age com os acumuladores tradicionais de terras que atentam contra a modernização capitalista do setor rural brasileiro.
Continua
***
Kátia Abreu faz palestra em encontro de juízes patrocinado pela CNA
Conceição Lemes, no Viomundo
De 11 a 13 de novembro, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) realizou, em Aracaju (SE), o IV Encontro Nacional de Juízes Estaduais, cujo tema foi “Justiça e Desenvolvimento Sustentável”.
O IV Enaje arrecadou R$ 1,05 milhão em patrocínios. Um, em particular, chamou-nos a atenção. Os R$ 100 mil pagos pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), comandada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
Kátia Abreu, segundo reportagem de Leandro Fortes em CartaCapital, é a rainha do latifúndio improdutivo:
Com a espada da lei nas mãos, e com a aquiescência de eminências do Poder Judiciário, ela tem se dedicado a investir sobre os trabalhadores sem-terra. Acusa-os de serem financiados ilegalmente para invadir terras Brasil afora.
Foram ações do poder público que lhe garantiram praticamente de graça extensas e férteis terras do Cerrado de Tocantins. E mais: Kátia Abreu, beneficiária de um esquema investigado pelo Ministério Público Federal, conseguiu transformar terras produtivas em áreas onde nada se planta ou se cria. Tradução: na prática, a musa do agronegócio age com os acumuladores tradicionais de terras que atentam contra a modernização capitalista do setor rural brasileiro.
Continua
Muuuuito divertido!
Clique para ver no Uol. Garantia de diversão!
Enquanto isso, a presidenta eleita dá seu recado à militância! Garantia de emoção!
Enquanto isso, a presidenta eleita dá seu recado à militância! Garantia de emoção!
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Touraine por Santayana
PH Amorim reproduz o artigo de Mauro Santayana. Que elegância...
***
Touraine elogia FHC e desdenha o Brasil (JB, 17/11)
Mauro Santayana
A sociologia costuma amparar-se na abstração: vale-se de elementos estatísticos e da generalização dos comportamentos humanos. Seu pecado, já apontado por estudiosos, é o de, no exame dos fenômenos políticos, abandonar o fundamento ético das sociedades estatais, que é o da legitimidade do poder – como bem lembrou o filósofo alemão Manfred Riedel.
O sociólogo Alain Touraine é dos mais respeitados intelectuais contemporâneos, e se especializou na América Latina, ainda que conheça bem a realidade europeia e, cela va sans dire, a de seu próprio país. Prefere, sem embargo, a nossa modesta situação histórica à da Grande França, de que é cidadão. Esse, aliás, é um costume muito francês. Recordo-me de haver assistido a uma conferência de Régis Debray em Havana, em 1966, na qual o jornalista – que se considera filósofo – propunha “estratégia revolucionária para a América Latina”. Um jovem comunista cubano perguntou-lhe sobre o que proporia como estratégia revolucionária na França. Debray, que fizera recente viagem de alguns meses ao nosso continente, como jornalista, e a serviço da revista Revolution, ligada aos chineses, disse que não entendia bem a situação da França. O jovem levou o auditório às gargalhadas, ao indagar ao conferencista, que nascera em Paris, e ali vivera toda a sua vida, por que não entendia da política francesa tanto quanto da América Latina, se passara tão pouco tempo entre nós.
Não é bem o caso de Touraine. Mas é curioso que tenha vindo ao Brasil, a fim de participar de um seminário técnico sobre planejamento urbano, patrocinado pela Emplasa, uma empresa estatal do governo paulista, a fim de tratar da “decadência das sociedades ocidentais”.
São surpreendentes as declarações que fez aos jornais, porque elas revelam algumas contradições. Ao expor dúvida quanto ao nosso futuro, sob a presidência de Dilma Rousseff, afirma que, em oito anos de governo, “Fernando Henrique construiu as instituições”, como se o Brasil fosse um vazio institucional antes de 1995. O que Fernando Henrique fez foi exatamente destruir a Constituição de 1988, e a Constituição é a primeira das instituições republicanas. Ele se entregou, com entusiasmo, à globalização que, segundo o mesmo Touraine, significa “o fim da sociedade”, e só resta “o mercado puro”. O sociólogo brasileiro desmoralizou, ainda mais, o Parlamento, ao cooptá-lo a fim de estabelecer a reeleição, e desmantelar o sistema cautelar de proteção aos bens nacionais, ao “privatizar” as empresas estratégicas do Estado, doando-as aos escolhidos. O ex-presidente manipulou a opinião pública, mediante os expedientes que se conhecem, nem todos honrados e ainda que nem todos espúrios, como são os meios de comunicação social, os intelectuais “orgânicos” ou solitários, e os centros acadêmicos. Disse ainda Touraine, em observação óbvia, que a Europa se tem dedicado, nos últimos 20 anos, a eliminar “significados”. E dá o exemplo: o desenvolvimento industrial foi eliminado pelo mercado financeiro, substituído pelo sistema de “o dinheiro pelo dinheiro”. Nessa particular eliminação de significado, como sabemos, o governo de Fernando Henrique foi perfeito.
Consideramos deselegante – e ofensiva – a sua afirmação de que o sistema político brasileiro “é horrível, corrupto”. A corrupção, que estamos combatendo, não é endemia brasileira, mas doença universal. Como outros costumes, esse também veio da Europa. Ele conhece muito bem isso, na França do passado – como no caso do Canal do Panamá – e na França sob o governo de Sarkozy.
Se o grande intelectual francês dedicasse ao exame do seu governo o mesmo interesse que dedica ao Brasil, na certa seria mais cético em relação ao seu país, do que com respeito ao nosso. É a modesta sugestão que podemos fazer à sua excepcional inteligência.
***
Touraine elogia FHC e desdenha o Brasil (JB, 17/11)
Mauro Santayana
A sociologia costuma amparar-se na abstração: vale-se de elementos estatísticos e da generalização dos comportamentos humanos. Seu pecado, já apontado por estudiosos, é o de, no exame dos fenômenos políticos, abandonar o fundamento ético das sociedades estatais, que é o da legitimidade do poder – como bem lembrou o filósofo alemão Manfred Riedel.
O sociólogo Alain Touraine é dos mais respeitados intelectuais contemporâneos, e se especializou na América Latina, ainda que conheça bem a realidade europeia e, cela va sans dire, a de seu próprio país. Prefere, sem embargo, a nossa modesta situação histórica à da Grande França, de que é cidadão. Esse, aliás, é um costume muito francês. Recordo-me de haver assistido a uma conferência de Régis Debray em Havana, em 1966, na qual o jornalista – que se considera filósofo – propunha “estratégia revolucionária para a América Latina”. Um jovem comunista cubano perguntou-lhe sobre o que proporia como estratégia revolucionária na França. Debray, que fizera recente viagem de alguns meses ao nosso continente, como jornalista, e a serviço da revista Revolution, ligada aos chineses, disse que não entendia bem a situação da França. O jovem levou o auditório às gargalhadas, ao indagar ao conferencista, que nascera em Paris, e ali vivera toda a sua vida, por que não entendia da política francesa tanto quanto da América Latina, se passara tão pouco tempo entre nós.
Não é bem o caso de Touraine. Mas é curioso que tenha vindo ao Brasil, a fim de participar de um seminário técnico sobre planejamento urbano, patrocinado pela Emplasa, uma empresa estatal do governo paulista, a fim de tratar da “decadência das sociedades ocidentais”.
São surpreendentes as declarações que fez aos jornais, porque elas revelam algumas contradições. Ao expor dúvida quanto ao nosso futuro, sob a presidência de Dilma Rousseff, afirma que, em oito anos de governo, “Fernando Henrique construiu as instituições”, como se o Brasil fosse um vazio institucional antes de 1995. O que Fernando Henrique fez foi exatamente destruir a Constituição de 1988, e a Constituição é a primeira das instituições republicanas. Ele se entregou, com entusiasmo, à globalização que, segundo o mesmo Touraine, significa “o fim da sociedade”, e só resta “o mercado puro”. O sociólogo brasileiro desmoralizou, ainda mais, o Parlamento, ao cooptá-lo a fim de estabelecer a reeleição, e desmantelar o sistema cautelar de proteção aos bens nacionais, ao “privatizar” as empresas estratégicas do Estado, doando-as aos escolhidos. O ex-presidente manipulou a opinião pública, mediante os expedientes que se conhecem, nem todos honrados e ainda que nem todos espúrios, como são os meios de comunicação social, os intelectuais “orgânicos” ou solitários, e os centros acadêmicos. Disse ainda Touraine, em observação óbvia, que a Europa se tem dedicado, nos últimos 20 anos, a eliminar “significados”. E dá o exemplo: o desenvolvimento industrial foi eliminado pelo mercado financeiro, substituído pelo sistema de “o dinheiro pelo dinheiro”. Nessa particular eliminação de significado, como sabemos, o governo de Fernando Henrique foi perfeito.
Consideramos deselegante – e ofensiva – a sua afirmação de que o sistema político brasileiro “é horrível, corrupto”. A corrupção, que estamos combatendo, não é endemia brasileira, mas doença universal. Como outros costumes, esse também veio da Europa. Ele conhece muito bem isso, na França do passado – como no caso do Canal do Panamá – e na França sob o governo de Sarkozy.
Se o grande intelectual francês dedicasse ao exame do seu governo o mesmo interesse que dedica ao Brasil, na certa seria mais cético em relação ao seu país, do que com respeito ao nosso. É a modesta sugestão que podemos fazer à sua excepcional inteligência.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
Me aguarde, telemarketing!
Recebi da Sunny! Adorei!
***
SE ESSA MODA PEGAR... AGORA É A NOSSA VEZ, GENTE!
***
O TROCO
|
|
sábado, 13 de novembro de 2010
Sou uma esquerdopata libertina
Não, não foi um troll tucano que me xingou disso, é o resultado de um teste político bem divertido que fiz ontem. Faça você também.
Diz que sou da Izquierda Economicista (a nota é -9.88) e próxima do Anarquismo Social: -6.92.
Ou seja, um cruzamento de Stalin com Gandhi. Confesso que fiquei surpresa. Achava que tinha "endireitado" um pouco nos últimos anos, mas continuo a velha estalinista de sempre. Oh well...
Diz que sou da Izquierda Economicista (a nota é -9.88) e próxima do Anarquismo Social: -6.92.
Ou seja, um cruzamento de Stalin com Gandhi. Confesso que fiquei surpresa. Achava que tinha "endireitado" um pouco nos últimos anos, mas continuo a velha estalinista de sempre. Oh well...
Leituras de sábado
A despedida de um jagunço
Mino Carta
Nicolelis: Só no Brasil a educação é discutida por comentarista esportivo
Conceição Lemes
Folha demite Amorim e muda política externa brasileira
Luiz Carlos Azenha
Mino Carta
Nicolelis: Só no Brasil a educação é discutida por comentarista esportivo
Conceição Lemes
Folha demite Amorim e muda política externa brasileira
Luiz Carlos Azenha
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
A bolidade da bolinha
VilaVudu dá uma trollada na Eliane Cantanhêde. Minha antiga amiga dos tempos da Veja merece, tadinha, anda totalmente alucinada. A coluna da "bolidade" está no "Leia mais". A imagem é daqui.
***
Dona Eliane,
Aquela bolinha de papel é PROVA de que esse seu jornalismo é jornalismo de araque, D. Eliane (mas há mais provas, também, em http://obicho.files. wordpress.com/2010/03/mpd-org- br.jpg).
***
Dona Eliane,
Nunca antes na história desse país leu-se maior quantidade de futrica, vendida como se fosse 'colunismo', do que hoje, na sua 'coluna'.
Nem a D. Danuza jamais escreveu tanta besteira! E a D. Danuza é (era) campeã universal de colunagem feita SÓ de besteiras e vendida como se fosse jornalismo... a leitores consumidores pagantes! (Um dia o IDEC acorda! Não é possível que jamais acorde! ACOOOOOOOOOOOOOORDA IDEC!)
Nem a D. Danuza jamais escreveu tanta besteira! E a D. Danuza é (era) campeã universal de colunagem feita SÓ de besteiras e vendida como se fosse jornalismo... a leitores consumidores pagantes! (Um dia o IDEC acorda! Não é possível que jamais acorde! ACOOOOOOOOOOOOOORDA IDEC!)
Nenhuma 'realidade' pipoca, D. Eliane. Acorde! A realidade é. O que falta é jornalismo e jornalistas que prestem.
De onde, diabos, hoje, a senhora tirou a ideia de que um rolo de fita (?!) lançado contra a careca porta-arapongagens do ex-Serra ["Serra-WHO?!"], teria sido convertido em bolinha de papel, em troca da salvação do banco-lá do cara-lá?! Mas que porcaria de ideia, foi essa?! A senhora não tem editor? Ninguém lê, aí, antes de publicar as coisas, sô?! Ah, eles leem?! Então é muuuuuuuuuuuuuuuuuito pior! [risos, risos]
Acorde, D. Eliane e anote: Foi BO-LI-N-HA-DE-PA-PEL. BOLINHA DE PAPEL. Bateu lá, aquela bolinha sincera, liberta, democrática, livre e leve, naquela careca mau-caráter ("Eu voltarei, Alckmin!" "Eu voltarei, Aécio!" "Eu voltarei, FHC!" [risos, risos]) só de salafrarices rellena, ricocheteou (a bolinha de papel!), voou linda e leve e assim... entrou para a história do pior jornalismo do mundo.
A senhora encontrará provas da bolidade da BOLINHA DE PAPEL, na mídia UNIVERSAL (tá todo mundo rindo da senhora, D. Eliane, até em inglês! A culpa por acaso seria da BOLINHA DE PAPEL?!), por exemplo, em
(1) “Facing Down The Fascist Horde”: Factoid of the Sambodian Year [http://tupiwire.wordpress. com/2010/10/21/facing-down- the-fascist-horde-factoid-of- the-sambodian-year/] e em
(2) "The Ballad of the Unidentified Sambodian Flying Object" [Continued] [http://tupiwire.wordpress. com/2010/10/22/the-ballad-of- the-unidentified-sambodian- flying-object-continued/]
Aquela bolinha de papel é PROVA de que esse seu jornalismo é jornalismo de araque, D. Eliane (mas há mais provas, também, em http://obicho.files.
Bom. Invente aí o que a senhora ainda quiser tentar, que a senhora é caso perdido.
Fato é que foi BOLINHA. Também achamos pouco. Mas que foi bolinha, foi. Meta isso na sua cabeça, plíz: foi uma B-O-L-I-N-H-A-D-E-P-A-P-E-L. N ão há dúvida alguma sobre a bolidade da bolinha. Ponto final.
Quanto aos seus saberes sobre fendas em represas, a senhora pode pegá eles e... vendê eles pro Alckmin, aqueeeeeeeeeeeeeeeeele, o que herdou as crateras do cara-lá, o do crânio salafrário (e da bolinha de papel, pimba, no alvo, coisinha mais linda!).
Mas... Que mais a senhora inventará, depois do cá-osaéreo e da febre amarela e do banco trocado por 30 segundos de bolinha em horário nobre, quando tooooooooooooooooooooooooooooo oooda a internet já tinha mapeado tooooooooooooooooooooooooooooo oooooda a rota aérea da bolinha, ida e volta?!
A senhora não tem medo que deus castigue?! A senhora não tem limites? A senhora não tem vergonha na cara?! Será o Benedito? O Friazinhos? O maridão?! Mêo! Mas... até quando, D. Eliane?!
E o TRF-CE restaura o ENEM
É oficial!
Haja saco, hein? Esses procuradores tucanos dão prejuízo em cima de prejuízo. O PIG então!!! E fica tudo por isso mesmo. Se fosse eu processaria a todos por danos morais.
Haja saco, hein? Esses procuradores tucanos dão prejuízo em cima de prejuízo. O PIG então!!! E fica tudo por isso mesmo. Se fosse eu processaria a todos por danos morais.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Passados e contextos
A propósito da "crise" em torno de Monteiro Lobato, Marco Aurélio (meu filho, não o ministro) escreveu o seguinte:
William Blake, Monteiro Lobato e o zeitgeist
Marco Nascimento
William Blake foi parte do movimento intelectual abolicionista inglês. Autor de "Tyger, tyger, burning bright, in the forests of the night", ajudou a difundir o ideal de igualdade entre os homens que culminaria na libertação dos escravos ingleses e na defesa desse princípio pela Inglaterra. E, no entanto, vejam vocês como se parecia um poema abolicionista em 1789 (é só o primeiro parágrafo):
The little black boy
My mother bore me in the southern wild,
And I am black, but oh! my soul is white.
White as an angel is the English child,
But I am black as if bereaved of light.
Uma tradução googlesca com algumas correções:
O garotinho negro
Minha mãe me deu à luz na selva do sul,
E eu sou negro, mas, oh! minha alma é branca.
Branca como um anjo é a criança inglesa
Mas eu sou negro, como se desprovido de luz.
Pensando nesse poema pergunto-me se não é possível que Monteiro Lobato, apesar de ter todas as melhores intenções, exatamente como Blake, tenha sido vítima do zeitgeist, também, exatamente como ele, e posto em seu texto algumas características que seriam tão-somente naturais em sua época.
Li o parecer do CNE a respeito do livro e a cruzada contra a recomendação de não se utilizar o livro teve algumas defesas exageradas. Não é porque o livro é um clássico que sua utilização seja ponto-pacífico entre crianças. E questionar isso não é nenhuma ofensa ao autor.
Mais que isso, algo me diz que Monteiro Lobato, estivesse entre nós, concordaria em rever os escritos, porque "macaca de carvão" é uma expressãozinha infeliz.
William Blake, Monteiro Lobato e o zeitgeist
Marco Nascimento
William Blake foi parte do movimento intelectual abolicionista inglês. Autor de "Tyger, tyger, burning bright, in the forests of the night", ajudou a difundir o ideal de igualdade entre os homens que culminaria na libertação dos escravos ingleses e na defesa desse princípio pela Inglaterra. E, no entanto, vejam vocês como se parecia um poema abolicionista em 1789 (é só o primeiro parágrafo):
The little black boy
My mother bore me in the southern wild,
And I am black, but oh! my soul is white.
White as an angel is the English child,
But I am black as if bereaved of light.
Uma tradução googlesca com algumas correções:
O garotinho negro
Minha mãe me deu à luz na selva do sul,
E eu sou negro, mas, oh! minha alma é branca.
Branca como um anjo é a criança inglesa
Mas eu sou negro, como se desprovido de luz.
Pensando nesse poema pergunto-me se não é possível que Monteiro Lobato, apesar de ter todas as melhores intenções, exatamente como Blake, tenha sido vítima do zeitgeist, também, exatamente como ele, e posto em seu texto algumas características que seriam tão-somente naturais em sua época.
Li o parecer do CNE a respeito do livro e a cruzada contra a recomendação de não se utilizar o livro teve algumas defesas exageradas. Não é porque o livro é um clássico que sua utilização seja ponto-pacífico entre crianças. E questionar isso não é nenhuma ofensa ao autor.
Mais que isso, algo me diz que Monteiro Lobato, estivesse entre nós, concordaria em rever os escritos, porque "macaca de carvão" é uma expressãozinha infeliz.
Apoio o ínclito Protógenes com todas as minhas forças!
Quando eu penso que o clímax da baixaria foi a campanha do Serra, eis que o ínclito delegado Protógenes é condenado a 3 anos de prisão. Mas o juiz, o verdadeiro criminoso, sob o peso da vergonha troca a pena por trabalhos comunitários, preferenciamente em hospital de queimados.
Aposto que o Protógenes teria até prazer em cumpri-la. Mas precisa é recorrer imediatamente. O que essas forças terríveis pretendem é impedi-lo de tomar posse como deputado. Já imaginou o estrago que aquela pasta preta faria se aberta da tribuna da Câmara?
E esta OAB merdalhusca de nossos dias vale titica nenhuma! O saneamento do sistema de Justiça brasileiro é tão urgente quanto a regulação da mídia. Foi por onde o Chávez começou logo ao chegar ao governo da Venezuela. A Justiça venezuelana era historicamente enredada com a elite, e sua "limpeza" foi o início do ódio de classe que se desenvolveu contra o Chávez. Só não sei como fazer isso aqui sem que a República caia. Afinal, nossa "democracia" -- a da zelite branca paulista -- esperneia a cada queixa do Lula contra o PIG.
(A foto, que tirei do oia nois travez, mostra o crime de protógenes: a prisão de Daniel Mendes, ops, Daniel Dantas, solto pelo Gilmar Dantas, ops, Gilmar Mendes)
Aposto que o Protógenes teria até prazer em cumpri-la. Mas precisa é recorrer imediatamente. O que essas forças terríveis pretendem é impedi-lo de tomar posse como deputado. Já imaginou o estrago que aquela pasta preta faria se aberta da tribuna da Câmara?
E esta OAB merdalhusca de nossos dias vale titica nenhuma! O saneamento do sistema de Justiça brasileiro é tão urgente quanto a regulação da mídia. Foi por onde o Chávez começou logo ao chegar ao governo da Venezuela. A Justiça venezuelana era historicamente enredada com a elite, e sua "limpeza" foi o início do ódio de classe que se desenvolveu contra o Chávez. Só não sei como fazer isso aqui sem que a República caia. Afinal, nossa "democracia" -- a da zelite branca paulista -- esperneia a cada queixa do Lula contra o PIG.
(A foto, que tirei do oia nois travez, mostra o crime de protógenes: a prisão de Daniel Mendes, ops, Daniel Dantas, solto pelo Gilmar Dantas, ops, Gilmar Mendes)
Você está livre hoje?
Então passe o dia assistindo aos debates do Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias, promovido pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O primeiro dia foi muito, muito interessante. Destacou-se o português Azeredo Lopes, que deu uma "aula" sobre como Portugal regula, sim, a mídia e isso não quer dizer que haja censura.
Você pode ver pelo site do Terra ou pela NBr (canal 146 na Sky e 4 na Net).
Você pode ver pelo site do Terra ou pela NBr (canal 146 na Sky e 4 na Net).
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O ENEM e a luta de classes
Impressionante a vergonhosa campanha contra o Fernando Haddad por conta de um erro de 0,06% nas provas do Enem. Um professor da Universidade Federal do Ceará conta como foi a discussão com o procurador que encaminhou à Justiça o pedido de suspensão do exame. Veja aqui nos comentários em post do Idelber Avelar. É de se ficar pasmo.
Por sinal, o Idelber está neste momento fazendo twitcam sobre o assunto (terminou agora, às 11h40!)
Twitcam gravada
Um dado: Enem do Paulo Renato Souza em 2000: 390.574 alunos. Enem de Fernando Haddad em 2010: 4.611.440 alunos. Dá pra comparar? Claro que não, é outra escala. Então, RESPONDA! (estilo troll): o que está fazendo Paulo Renato no Entre Aspas da Waldvogel? O Idelber explica no artigo Acadêmicos amestrados.
Anda pesadão o jogo de classes aqui no Brasil. Até mudei minha assinatura de e-mail.
Karl Marx, Manifesto Comunista, 1848
Por sinal, o Idelber está neste momento fazendo twitcam sobre o assunto (terminou agora, às 11h40!)
Twitcam gravada
Um dado: Enem do Paulo Renato Souza em 2000: 390.574 alunos. Enem de Fernando Haddad em 2010: 4.611.440 alunos. Dá pra comparar? Claro que não, é outra escala. Então, RESPONDA! (estilo troll): o que está fazendo Paulo Renato no Entre Aspas da Waldvogel? O Idelber explica no artigo Acadêmicos amestrados.
Anda pesadão o jogo de classes aqui no Brasil. Até mudei minha assinatura de e-mail.
"A história das sociedades é a história das lutas de classe"
Karl Marx, Manifesto Comunista, 1848
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Gente, lembra disso? # 3
Reproduzo pra verem que plus ça change plus c'est la même chose...
***
Bom de bico, vôo curto!
Foi esta a expressão usada agora mesmo pelo Mercadante na tribuna do Senado, para definir um documento lançado pelo PSDB criticando o governo. Não deu pra descobrir qual é. Mas todos com certeza veremos a íntegra amanhã na nossa "grande" mídia vendida.
Mercadante jogou pá de cal definitiva sobre o tucanato. Que resolveu agora desfiar um rosário de queixas, e especialmente atribuindo aos temores com a eleição do Lula em 2002 a longa crise que enfrentamos hoje. Vi isso na semana passada na TV, jogado de forma casual no noticiário, não me lembro qual ou quem falou. Mas uma luzinha acendeu... opa!, pensei... Lá vem jogada!
Dito e feito! Nessa corja, é tudo programado!
Mercadante deixou bem claro: os únicos responsáveis pelo afundamento do Brasil em 2002, com reflexos até agora, foram os tucanos, com a campanha "Ou Serra ou o caos!"
"Não seis meses, sete meses, foram OITO ANOS!!!", gritou ele.
Estou orgulhosa do PT. Disse outro dia que é uma beleza ver o PT rebater cada ataque ao governo. É resposta com alma, com fé! Mercadante hoje destruiu a falácia tucana. Destruiu! Mencionou até a crítica insensível, dura, desumana do PSDB ao MST! ("Não se pode falar em violência no campo sem falar das milícias dos fazendeiros, dos assassinatos no campo"). "Como pode quem disse 'esqueçam o que escrevi' cobrar agora coerência política?"
Ele está certíssimo. Esta bloguinha nada mais fez durante a eleição (a partir de 15 de setembro [2002], quando nasceu) do que meter o pau na campanha fratricida dos tucanos contra o país. Deram um tempinho estratégico, e agora vêm com esse papo??? Vão pra PQosP! Eu acompanhei, marquei colado. Mal dormia! Cada absurdo está registrado, é só procurar nos arquivos! E não fiz isso por altruísmo não, foi só pra não enfartar.
Mercadante encerra: "Não venham agora com esta colcha de adjetivos precários, apressados, açodados... inconsistentes!"
MAIORRAPOIO!
***
Bom de bico, vôo curto!
Foi esta a expressão usada agora mesmo pelo Mercadante na tribuna do Senado, para definir um documento lançado pelo PSDB criticando o governo. Não deu pra descobrir qual é. Mas todos com certeza veremos a íntegra amanhã na nossa "grande" mídia vendida.
Mercadante jogou pá de cal definitiva sobre o tucanato. Que resolveu agora desfiar um rosário de queixas, e especialmente atribuindo aos temores com a eleição do Lula em 2002 a longa crise que enfrentamos hoje. Vi isso na semana passada na TV, jogado de forma casual no noticiário, não me lembro qual ou quem falou. Mas uma luzinha acendeu... opa!, pensei... Lá vem jogada!
Dito e feito! Nessa corja, é tudo programado!
Mercadante deixou bem claro: os únicos responsáveis pelo afundamento do Brasil em 2002, com reflexos até agora, foram os tucanos, com a campanha "Ou Serra ou o caos!"
"Não seis meses, sete meses, foram OITO ANOS!!!", gritou ele.
Estou orgulhosa do PT. Disse outro dia que é uma beleza ver o PT rebater cada ataque ao governo. É resposta com alma, com fé! Mercadante hoje destruiu a falácia tucana. Destruiu! Mencionou até a crítica insensível, dura, desumana do PSDB ao MST! ("Não se pode falar em violência no campo sem falar das milícias dos fazendeiros, dos assassinatos no campo"). "Como pode quem disse 'esqueçam o que escrevi' cobrar agora coerência política?"
Ele está certíssimo. Esta bloguinha nada mais fez durante a eleição (a partir de 15 de setembro [2002], quando nasceu) do que meter o pau na campanha fratricida dos tucanos contra o país. Deram um tempinho estratégico, e agora vêm com esse papo??? Vão pra PQosP! Eu acompanhei, marquei colado. Mal dormia! Cada absurdo está registrado, é só procurar nos arquivos! E não fiz isso por altruísmo não, foi só pra não enfartar.
Mercadante encerra: "Não venham agora com esta colcha de adjetivos precários, apressados, açodados... inconsistentes!"
MAIORRAPOIO!
Gente, lembra disso? # 2
Cadeia com os bicheiros de Wall Street
Se este fosse um país decente o governo estaria processando um por um esses bicheiros, esses bookmakers que jogam no tal Risco-Brasil: se dizem consultores, analistas, avaliadores de risco, mas não passam de bicheiros baratos, que num mundo também decente estariam atrás das grades por crimes contra a humanidade. O Luís Nassif chama esses canalhas de crupiês, que rodam as roletas no cassino do mercado financeiro para forçar oscilações e ganhar muito dinheiro à custa da fome e do desemprego.
Por isso meu guru econômico continua sendo o Mahatir Mohamed, primeiro-ministro da Malásia. [digamos que não seja mais, mas enfim...] Em 1º de setembro de 98 ele baixou medidas radicais de controle cambial para prevenir ataques especulativos ao ringgit malaio: simplesmente prendeu os capitais voláteis por um ano no país. Nada menos do que US$ 10 bilhões ficaram impedidos de deixar a Malásia, dos quais US$ 1,1 bilhão pertenciam a multinacionais americanas. O mundo financeiro protestou. Mahatir argumentou que era preciso conter “esta especulação que destrói economias mundo afora”.
E deu certo. O economista da UFRJ Fernando Cardim disse à Folha, em entrevista a Claudia Antunes: “Quando a Malásia adotou controles, em 1998, todo mundo disse que seria o fim do mundo. A Malásia sofreu abalos, é claro, mas manteve a sua autonomia, os capitais estrangeiros voltaram e, quando se começou a cogitar em remover os controles, um ano depois, o economista-chefe do banco Santander no país disse à revista Euromoney que achava arriscado, porque estavam funcionando bem.”
Claro, Cardim não é economista da escola de Pedro Malan. Para ele, a recuperação da economia brasileira não passa por acordos com o FMI, porque mais adiante ferram com a economia. Ou seja, é um economista que pensa segundo os interesses do país, e não os desses bicheiros canalhas de Wall Street.
O pior de tudo é ver como nossa imprensa trata essa gente: respeitosamente, como se fossem fontes categorizadas, e não reles fernandinhos beira-mar de Rolex no pulso. Ah, ando de saco cheio disso tudo.
::: por Marinilda em 24/9/2002
Se este fosse um país decente o governo estaria processando um por um esses bicheiros, esses bookmakers que jogam no tal Risco-Brasil: se dizem consultores, analistas, avaliadores de risco, mas não passam de bicheiros baratos, que num mundo também decente estariam atrás das grades por crimes contra a humanidade. O Luís Nassif chama esses canalhas de crupiês, que rodam as roletas no cassino do mercado financeiro para forçar oscilações e ganhar muito dinheiro à custa da fome e do desemprego.
Por isso meu guru econômico continua sendo o Mahatir Mohamed, primeiro-ministro da Malásia. [digamos que não seja mais, mas enfim...] Em 1º de setembro de 98 ele baixou medidas radicais de controle cambial para prevenir ataques especulativos ao ringgit malaio: simplesmente prendeu os capitais voláteis por um ano no país. Nada menos do que US$ 10 bilhões ficaram impedidos de deixar a Malásia, dos quais US$ 1,1 bilhão pertenciam a multinacionais americanas. O mundo financeiro protestou. Mahatir argumentou que era preciso conter “esta especulação que destrói economias mundo afora”.
E deu certo. O economista da UFRJ Fernando Cardim disse à Folha, em entrevista a Claudia Antunes: “Quando a Malásia adotou controles, em 1998, todo mundo disse que seria o fim do mundo. A Malásia sofreu abalos, é claro, mas manteve a sua autonomia, os capitais estrangeiros voltaram e, quando se começou a cogitar em remover os controles, um ano depois, o economista-chefe do banco Santander no país disse à revista Euromoney que achava arriscado, porque estavam funcionando bem.”
Claro, Cardim não é economista da escola de Pedro Malan. Para ele, a recuperação da economia brasileira não passa por acordos com o FMI, porque mais adiante ferram com a economia. Ou seja, é um economista que pensa segundo os interesses do país, e não os desses bicheiros canalhas de Wall Street.
O pior de tudo é ver como nossa imprensa trata essa gente: respeitosamente, como se fossem fontes categorizadas, e não reles fernandinhos beira-mar de Rolex no pulso. Ah, ando de saco cheio disso tudo.
::: por Marinilda em 24/9/2002
Gente, lembra disso?
Vera, Sunny e Truda, além do Gustavo Pessôa (que achou fragmentos do velho Marinildadas!), certamente lembram:
Data: 28/9/2002
Sabem quem dirigia o Correio Braziliense? Sim, Ricardo Noblat!
DF, a luta continua
Com ajuda do TRE, o cretino do Joaquim Roriz tirou do ar o site Oposição Sistemática, o Rosinha Não! candango. Mas a luta continua. O blogueiro Marcos Amorim comenta as práticas populistas e corruptas do candidato da direita ao governo do DF, e também a reação do PT, que tem chance – ele acredita nisso e nós rezamos por isso – de chegar ao segundo turno nesta semana final de campanha. Confiram em Zé Povão solta o verbo.
E que a força esteja com o amado Correio Braziliense, que resiste bravamente às massacrantes táticas terroristas do indigitado Roriz.
Quem souber de outro blog de resistência ao Roriz, por favor, informe. Brasília precisa de muita ajuda nesta hora inquietante em que está prestes a ser reocupada pelas forças populistas de direita. (São Paulo é território perdido).
O caso de Brasília é bem mais grave que o do Rio, porque Rosinha, pelo menos, não é uma criminosa que mereça cadeia.
Data: 28/9/2002
Sabem quem dirigia o Correio Braziliense? Sim, Ricardo Noblat!
sábado, 6 de novembro de 2010
Dilma, a mãe da Dilminha
Sempre leio essas coisas com medo, acho sempre que haverá alguma maldade. Mas, assim como a entrevista que o próprio Globo fez com Carlos Araújo, ex-companheiro da Dilma, essa também ajuda a ver nesse pasquim o que o Brasil que pensa achou da campanha vergonhosa do Serra. Só vi um pouco de malícia na pergunta sobre a tortura. Essa mídia cretina quer porque quer flagrar contradições. É compreensível, não faz jornalismo, tem que correr atrás de intriga. A íntegra está no jornal impresso, que não leio.
Foto: Alexandre Guzanshe/Globo
"A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana", diz mãe da presidente eleita
70, ela viajou todos os fins de semana para ver a filha no presídio em São Paulo. Tortura era assunto proibido nas visitas. Ao atender o telefonema e ao ser perguntada se era dona Dilma que estava falando, respondeu de pronto: "É a Dilma Rousseff. A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana".
Dilma lhe deu muita preocupação?
Dilminha nunca me deu trabalho. Toda filha escuta a mãe. Só não escuta mais quando não precisa. As preocupações começaram quando ela foi defender o país contra a ditadura. Eu não sabia de nada. Só fiquei sabendo quando ela foi presa. Nunca falei nem pedi para ela deixar de fazer as coisas dela. Quando descobri, ela estava naquilo e presa.
Como foi conviver com a filha na prisão?
O primeiro mês, fiquei inteirinho em São Paulo. Mas tive que voltar para Belo Horizonte, porque tinha a minha outra filha, que era doente. Depois, durante três anos, eu viajava todo sábado de manhã para São Paulo e voltava no domingo. Eu levava mantimentos para que elas fizessem sua comida. Eu levava queijo, a Dilminha gostava muito. Também levava livros, só os que podia comprar, que eles autorizavam. Romances e livros técnicos.
Como era voltar e deixar a filha presa?
Voltava com o coração partido. Era como um calvário para as mães. Agora passou tudo, ficou pra trás, ela é a presidente do Brasil. Nunca pensei nisso!
Alguma vez viu o corpo da Dilma machucado pela tortura?
Nunca! Eu morreria se visse. Quando a reencontrei, a Dilminha tinha sido torturada por 21 dias. Mas não vão torturar a pessoa e mostrar as marcas para a mãe ver, né? Quando a gente se encontrava,
não conversávamos sobre isso. Se ela falasse eu morria! A Dilma só falou sobre torturas depois. Eu procurava sempre fazer visitas alegres, contava causos da família, coisas que a divertissem, que dessem um toque diferente daquilo tudo.
Ficou magoada com a campanha?
Mágoa de jeito nenhum! Isso faz mal. Prefiro falar que acabou, passou. Agora vamos pensar só em coisas boas. Não têm o que fazer! Queriam ganhar com base na calúnia e difamação! Mentira não leva a nada, tanto que perderam. Quiseram botar até o Papa no meio. Não é brincadeira, não. Sobrou até para mim, disseram que eu não era católica. Falaram tanta besteira... Isso é tão simplório. Falar que a Dilminha matava criancinha? Que é isso? Falar uma asneira dessas... Parece que estamos na Idade Média. Amolaram bastante, mas agora estão calados. Não pegou.
Foto: Alexandre Guzanshe/Globo
"A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana", diz mãe da presidente eleita
Maria Lima/Globo, 5/11
A mãe da presidente eleita do Brasil continua sua vidinha pacata no Bairro São Luís, em Belo Horizonte. Dona Dilma Jane, miúda ao lado de Dilma Rousseff, se refere à filha como "Dilminha". Aos 86 anos, em entrevista por telefone, dona Dilma Jane contou que durante três anos, na década de70, ela viajou todos os fins de semana para ver a filha no presídio em São Paulo. Tortura era assunto proibido nas visitas. Ao atender o telefonema e ao ser perguntada se era dona Dilma que estava falando, respondeu de pronto: "É a Dilma Rousseff. A verdadeira Dilma Rousseff sou eu, a Dilminha é Dilma Vana".
Dilma lhe deu muita preocupação?
Dilminha nunca me deu trabalho. Toda filha escuta a mãe. Só não escuta mais quando não precisa. As preocupações começaram quando ela foi defender o país contra a ditadura. Eu não sabia de nada. Só fiquei sabendo quando ela foi presa. Nunca falei nem pedi para ela deixar de fazer as coisas dela. Quando descobri, ela estava naquilo e presa.
Como foi conviver com a filha na prisão?
O primeiro mês, fiquei inteirinho em São Paulo. Mas tive que voltar para Belo Horizonte, porque tinha a minha outra filha, que era doente. Depois, durante três anos, eu viajava todo sábado de manhã para São Paulo e voltava no domingo. Eu levava mantimentos para que elas fizessem sua comida. Eu levava queijo, a Dilminha gostava muito. Também levava livros, só os que podia comprar, que eles autorizavam. Romances e livros técnicos.
Como era voltar e deixar a filha presa?
Alguma vez viu o corpo da Dilma machucado pela tortura?
Nunca! Eu morreria se visse. Quando a reencontrei, a Dilminha tinha sido torturada por 21 dias. Mas não vão torturar a pessoa e mostrar as marcas para a mãe ver, né? Quando a gente se encontrava,
não conversávamos sobre isso. Se ela falasse eu morria! A Dilma só falou sobre torturas depois. Eu procurava sempre fazer visitas alegres, contava causos da família, coisas que a divertissem, que dessem um toque diferente daquilo tudo.
Ficou magoada com a campanha?
Mágoa de jeito nenhum! Isso faz mal. Prefiro falar que acabou, passou. Agora vamos pensar só em coisas boas. Não têm o que fazer! Queriam ganhar com base na calúnia e difamação! Mentira não leva a nada, tanto que perderam. Quiseram botar até o Papa no meio. Não é brincadeira, não. Sobrou até para mim, disseram que eu não era católica. Falaram tanta besteira... Isso é tão simplório. Falar que a Dilminha matava criancinha? Que é isso? Falar uma asneira dessas... Parece que estamos na Idade Média. Amolaram bastante, mas agora estão calados. Não pegou.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Poço (até na França) de mágoas
Serra perdeu tudo, eleição, vergonha, autoestima, escrúpulos. Só restou a inveja.
***
Serra critica governo Lula e é interrompido por manifestante em palestra na França
Folha/EFE
O candidato derrotado à Presidência, José Serra (PSDB), acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um "populismo" de direita em matéria econômica. O comentário do tucano foi feito ontem durante um seminário em Biarritz, sul da França, sobre as relações entre a América Latina e União Europeia.
O ex-governador de São Paulo afirmou que o país está "fechado para o exterior" porque passa por um "processo claro de desindustrialização". Ele criticou os investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país. "É um governo populista de direita na área econômica", atacou Serra. Para o tucano, o presidente Lula exerce um "populismo cambial" e não tem um modelo econômico definido. Segundo Serra, ele não pôde expor essas ideias do jeito que gostaria durante a campanha eleitoral, na qual foi derrotado pela candidata governista, Dilma Rousseff (PT).
"A democracia não é apenas ganhar as eleições, é governar democraticamente", disse. O sistema de orçamento participativo, uma das marcas das administrações municipais do PT, na qual o contribuinte decide sobre a destinação de parte dos impostos, também foi criticado pelo candidato derrotado.
Serra também comentou as ações brasileiras na política externa. Ele acusou o país de se "unir a ditaduras como o Irã". Nesse momento, o tucano foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por que não te calas?", provocando um alvoroço na sala. A frase se tornou conhecida depois de o rei Juan Carlos, da Espanha, dirigi-la ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a Cúpula do Chile, em 2008.
***
Serra critica governo Lula e é interrompido por manifestante em palestra na França
Folha/EFE
O candidato derrotado à Presidência, José Serra (PSDB), acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um "populismo" de direita em matéria econômica. O comentário do tucano foi feito ontem durante um seminário em Biarritz, sul da França, sobre as relações entre a América Latina e União Europeia.
O ex-governador de São Paulo afirmou que o país está "fechado para o exterior" porque passa por um "processo claro de desindustrialização". Ele criticou os investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país. "É um governo populista de direita na área econômica", atacou Serra. Para o tucano, o presidente Lula exerce um "populismo cambial" e não tem um modelo econômico definido. Segundo Serra, ele não pôde expor essas ideias do jeito que gostaria durante a campanha eleitoral, na qual foi derrotado pela candidata governista, Dilma Rousseff (PT).
"A democracia não é apenas ganhar as eleições, é governar democraticamente", disse. O sistema de orçamento participativo, uma das marcas das administrações municipais do PT, na qual o contribuinte decide sobre a destinação de parte dos impostos, também foi criticado pelo candidato derrotado.
Serra também comentou as ações brasileiras na política externa. Ele acusou o país de se "unir a ditaduras como o Irã". Nesse momento, o tucano foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por que não te calas?", provocando um alvoroço na sala. A frase se tornou conhecida depois de o rei Juan Carlos, da Espanha, dirigi-la ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a Cúpula do Chile, em 2008.
Toma, preconceito!
Abel postou no Nassif. E aqui está a letra de Paratodos:
O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro
Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas
Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto.
***
É genial esse Abel pela lembrança!
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Mapas e mapas
Olhem só como se pode ser preconceituoso num mapa. O da esquerda é do UOL. O da direita, da Veja (???). Vê-se como a votação da Dilma é espraiada. Até São Paulo aparece com mais realismo. Afinal, Dilma teve lá 10,4 milhões de votos, contra os 12,3 milhões do Serra. A bela sacação é do deputado Zarattini, do PT-SP. Veja aqui.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
O tanquinho petista
Também teve um pouco de roupa suja entre os tuiteiros do PT, mas só um pouquinho mesmo, até porque o vencedor só tem motivo para riso -- pelo menos até que chegue a conta da campanha. Assim, nada que se compare à lavanderia tucana: foi um tanquinho. E não envolveu a campanha da Dilma, muito menos o partido.
@zededao2010, que usava este avatarzinho aí ao lado, era o grande mestre-de-cerimônias do twitter pró-Dilma. Quando ele aparecia com seu "Oláaaaaaa Galera animada do Twitter!!! Eu #voude13 e é #13neles Muitooooooo Boa Tarde a todos direto de SP @zededao2010 Online para todos!" era uma alegria só. Todos corriam a cumprimentá-lo, beijos, abraços, pedidos de informação. Sim, porque ele tinha informação. A dois dias do primeiro turno, por exemplo, anunciou o segundo, para consternação geral. Se já estivesse no Twitter teria sofrido menos. No segundo, quando o iG parou de apresentar os trackings diários, era ele quem divulgava as sondagens dos estados encomendadas pelo PT ao Ibope, ao Vox e a outros institutos.
No dia 31 ele avisou que revelaria sua identidade na madrugada de segunda para terça. O Twitter pró-Dilma fervia de curiosidade. No dia 1º ousou dizer que tomara café da manhã com Dilma! E enumerou estatísticas: "A analise que mais repercutiu foi quando Serra escolheu Índio da Costa para seu vice, nela foram mais de 250 RTs ao total rsrs!" Tinha chegado à 137ª Analise do Dia, com 716 tweets. "Durante estes 159 Dias foram mais de 31000 mil tweets postados durante meu almoço, no carro, nas atividades de campanha e tudo mais!"; "Analises que deram o que falar e, pelas contas, foi vista por mais de 20 mil pessoas ao longo ds mais de 3000 mil RTs desta militância aguerrida".
Sim, você percebeu, a última flor não era especialmente bem tratada, mas ninguém ligava, Zé era o melhor agit-prop da campanha! De todas as campanhas! Um deputado disse que usaria o modelo na próxima campanha. Zé trocava tweets com o ministro Padilha, com o filho do Lula. "Confesso fiquei feliz um dia quando entrei no comitê central em BSB e o assunto era...Quem é o Zededão". E ainda: "Durante estes 159 dias virei um agente secreto rsrsrs, pois precisava manter minha postura e meu anonimato da campanha!"
Ontem à noite, a bomba! Bem, a bombinha: @Zededao2010 é André Luis Novais, estudante de Jornalismo da USP, 23 anos, "apolítico" -- palavra dele --, filho de empresário petista apaixonado que tem um amigo na campanha. Acreditar é com cada um, pois quase nada sobre este jovem se achou na internet. "Meu pai é de Presidente Prudente e minha mãe da capital paulista, São Paulo, minha cidade!!! Meu avó que é do Ceará, e minha avó de Minas!!!" O amigo do papai dele passava algumas informações, mas a maioria estava online e ele apenas reunia tudo num pacote. O engraçado é que a militância acompanhava a transmissão das atividades da Dilma em tempo real pela internet e Zédedao surgia logo depois, esbaforido. A gente o adivinhava suado e cansado pelo estilo frenético das mensagens. "Todo o personagem foi minha criação, misturei algumas coisas da minha vida e da vida da pessoa que me passava às informações!" Gente, acredite: o realismo foi incrível.
A maioria dos seguidores de Zededao levou na brincadeira, agradeceu a força apesar da farsa. Muitos ficaram magoados, alguns, furiosos -- teve gente que encerrou a conta. Um perguntou: "Como asssim, brother? Você faz o papel de uma pessoa secreta e não é essa pessoa?" Outros: "As pessoas em geral aqui são nicks, avatares, mas não personagens... têm lastro, história e muito sentimento"; "É, amigo, você estava com boas intenções, mas quebrou uma regra básica da confiança". E virou nonsense: "Meu amigo virtual, já tão batendo na minha porta insistindo que sou eu que sou você e não apenas eu!!!", brincou o ministro Padilha. José de Abreu aderiu: "Eu é que não sou você nem ele, só eu". O filho do presidente Lula achou graça, não viu nada de grave. Uma tuiteira sensata sentenciou: "Se o ministro @padilhando e o @MarcosLula não estão chateados com @zededao2010, eu é que não vou ficar..."
Levei numa boa. Saí em frangalhos do primeiro turno, arrasada mesmo. Pra evitar outro tombo, fui à caça de informação e acabei no Twitter. Lá, Zededão me fez um grande, um enorme bem. Só tenho umas poucas perguntinhas básicas. Por que a farsa? Era um estudo de caso da ingenuidade petista? É monografia para o curso? Dá com certeza um baita case de marketing de campanha, dá um baita livro, uma baita comédia de web! Ou seria um teste da "petralhice"? Acho que não, ele só fez bem à campanha. Mas... e a campanha, entrou em contato pra saber quem era a peça? De qualquer modo, este aí embaixo é o André. Bonitinho, mas... Uma coisa é certa: revelou a farsa e imagina que ficará dois dias se explicando. Já está háquase 24 horas!
@zededao2010, que usava este avatarzinho aí ao lado, era o grande mestre-de-cerimônias do twitter pró-Dilma. Quando ele aparecia com seu "Oláaaaaaa Galera animada do Twitter!!! Eu #voude13 e é #13neles Muitooooooo Boa Tarde a todos direto de SP @zededao2010 Online para todos!" era uma alegria só. Todos corriam a cumprimentá-lo, beijos, abraços, pedidos de informação. Sim, porque ele tinha informação. A dois dias do primeiro turno, por exemplo, anunciou o segundo, para consternação geral. Se já estivesse no Twitter teria sofrido menos. No segundo, quando o iG parou de apresentar os trackings diários, era ele quem divulgava as sondagens dos estados encomendadas pelo PT ao Ibope, ao Vox e a outros institutos.
No dia 31 ele avisou que revelaria sua identidade na madrugada de segunda para terça. O Twitter pró-Dilma fervia de curiosidade. No dia 1º ousou dizer que tomara café da manhã com Dilma! E enumerou estatísticas: "A analise que mais repercutiu foi quando Serra escolheu Índio da Costa para seu vice, nela foram mais de 250 RTs ao total rsrs!" Tinha chegado à 137ª Analise do Dia, com 716 tweets. "Durante estes 159 Dias foram mais de 31000 mil tweets postados durante meu almoço, no carro, nas atividades de campanha e tudo mais!"; "Analises que deram o que falar e, pelas contas, foi vista por mais de 20 mil pessoas ao longo ds mais de 3000 mil RTs desta militância aguerrida".
Sim, você percebeu, a última flor não era especialmente bem tratada, mas ninguém ligava, Zé era o melhor agit-prop da campanha! De todas as campanhas! Um deputado disse que usaria o modelo na próxima campanha. Zé trocava tweets com o ministro Padilha, com o filho do Lula. "Confesso fiquei feliz um dia quando entrei no comitê central em BSB e o assunto era...Quem é o Zededão". E ainda: "Durante estes 159 dias virei um agente secreto rsrsrs, pois precisava manter minha postura e meu anonimato da campanha!"
Ontem à noite, a bomba! Bem, a bombinha: @Zededao2010 é André Luis Novais, estudante de Jornalismo da USP, 23 anos, "apolítico" -- palavra dele --, filho de empresário petista apaixonado que tem um amigo na campanha. Acreditar é com cada um, pois quase nada sobre este jovem se achou na internet. "Meu pai é de Presidente Prudente e minha mãe da capital paulista, São Paulo, minha cidade!!! Meu avó que é do Ceará, e minha avó de Minas!!!" O amigo do papai dele passava algumas informações, mas a maioria estava online e ele apenas reunia tudo num pacote. O engraçado é que a militância acompanhava a transmissão das atividades da Dilma em tempo real pela internet e Zédedao surgia logo depois, esbaforido. A gente o adivinhava suado e cansado pelo estilo frenético das mensagens. "Todo o personagem foi minha criação, misturei algumas coisas da minha vida e da vida da pessoa que me passava às informações!" Gente, acredite: o realismo foi incrível.
A maioria dos seguidores de Zededao levou na brincadeira, agradeceu a força apesar da farsa. Muitos ficaram magoados, alguns, furiosos -- teve gente que encerrou a conta. Um perguntou: "Como asssim, brother? Você faz o papel de uma pessoa secreta e não é essa pessoa?" Outros: "As pessoas em geral aqui são nicks, avatares, mas não personagens... têm lastro, história e muito sentimento"; "É, amigo, você estava com boas intenções, mas quebrou uma regra básica da confiança". E virou nonsense: "Meu amigo virtual, já tão batendo na minha porta insistindo que sou eu que sou você e não apenas eu!!!", brincou o ministro Padilha. José de Abreu aderiu: "Eu é que não sou você nem ele, só eu". O filho do presidente Lula achou graça, não viu nada de grave. Uma tuiteira sensata sentenciou: "Se o ministro @padilhando e o @MarcosLula não estão chateados com @zededao2010, eu é que não vou ficar..."
Levei numa boa. Saí em frangalhos do primeiro turno, arrasada mesmo. Pra evitar outro tombo, fui à caça de informação e acabei no Twitter. Lá, Zededão me fez um grande, um enorme bem. Só tenho umas poucas perguntinhas básicas. Por que a farsa? Era um estudo de caso da ingenuidade petista? É monografia para o curso? Dá com certeza um baita case de marketing de campanha, dá um baita livro, uma baita comédia de web! Ou seria um teste da "petralhice"? Acho que não, ele só fez bem à campanha. Mas... e a campanha, entrou em contato pra saber quem era a peça? De qualquer modo, este aí embaixo é o André. Bonitinho, mas... Uma coisa é certa: revelou a farsa e imagina que ficará dois dias se explicando. Já está há
Aberta a lavanderia tucana
Acabou a eleição e começou a lavagem de roupa suja -- nos partidos e na internet. A do PSDB é dolorida, raivosa, xenófoba. A do PT tem lances hilariantes. Neste primeiro post, a dos tucanos.
Assim que foi anunciado o resultado, o serrista Xico Graziano lançou no Twitter dele a pergunta:
@xicograziano: Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será?!
Claro que todos sabiam a resposta: o "traíra" Aécio abandonara José Serra. "Aécio Neves não conseguiu transferir os votos para Serra, Beto Richa no Paraná conseguiu"; "O resultado no RJ, do vice de Serra, também foi padrão Nordeste. Derrota mais acachapante que em Minas"; "A unica coisa que o AecioTraíra Silverio Neves vai conseguir fazer é enterrar de vez o PSDB. Fujam dele como o diabo da cruz": "O PSDB deve se reunir e tomar como linha não ficar se atacando pela mídia e mandando recados via twitter, dando munição ao adversário"; "Sou serrista e paulista, pergunto: por que começar a brigar com Aécio via twitter? Aprendam a resolver esses assuntos a portas fechadas".
Graziano respondeu: "Sinceramente, não tive a intenção de atacar o Aécio, meu amigo de futebol!" Logo depois soltou outra: "Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB-MG, mineiro manhoso, me puxa as orelhas. Tudo bem, meu amigo! Bola prá frente". E seguiu distribuindo pérolas: "Segundo turno permitiu esclarecer posições... Parabéns à Dilma, parabéns ao Serra. Viva a democracia!" Recebeu em seguida um "Hipocrisia" e mandou: "Lula muito forte, país indo bem, elite satisfeita, pobreza atendida. Alguém achava que vencia fácil?! Serra foi um herói!".
Este tweet dele foi engraçado: "Tá chegando nova geração no PSDB: Aécio, Geraldo, Marconi, Beto Richa. Eles irão liderar a oposição. Renovar idéias." As reações não tardaram: "Voce acha que 44 milhões deram o voto ao PSDB para vê-lo se arejar? Ou seria para fazer oposicao ferrenha?" Graziano continuava: "Arejar o PSDB com novas idéias. Essa é a maior tarefa nossa doravante. Prévias partidárias, educação, meio ambiente #juventude". Uma bronca em Serra, que impediu as prévias. Uma bronca em Xico: "Absurda a postura desse @xicograziano. PSDB de SP já tomou 3x0 no coco. Parece que não aprende".
Dois tuiteiros de dentro da campanha começaram a martelar o pobre Xico: "A culpa de uma derrota sempre é de quem toma as decisões - e de quem escolhe quem toma as decisões"; "O @xicograziano que me inclua fora dessa. Dr Evil nao é culpado pela incompetencia da oposicao"; "Olha, o primeiro passo errado para um recomeço é este papo de que 'todos foram culpados pela derrota'. Isso não existe"; "Ingratidão tem limites, e o PSDB se mostrou mestre em fazer isso com FHC e Aécio Neves, os únicos que defendem o legado"; "Uma coisa é certa, nunca mais farão campanha teleguiada do Joelma. A militância não aceitaria mais. Pense nisso!"
Ficava no Edifício Joelma a equipe da Soninha Francine, um dos maiores desastres da campanha tucana. Comentário interessante: "Divulgação de plano de governo bem definido no início da campanha teria alterado a sorte. Marketing político está em baixa!". Serra alegou que não divulgaria o plano de governo para o PT não copiar. Pode? Na verdade, ele não tinha, e no segundo turno botou Xico Graziano para criar um programa às pressas. Um dos integrantes da equipe ficou elogiando a #PropostaSerra tweets a fio.
A mais completa autocrítica de Xico Graziano veio neste tweet: "Duro foi ter que comprar as teses mais reacionárias para enfrentar Lula/Dilma. Me incomodei com isso. Socialdemocracia é esquerda". O país, o continente e o mundo se incomodaram também, Seu Xico! Agora, jogar de volta ao túmulo essas forças abomináveis que vocês ressuscitaram vai dar um trabalhão!
Mas na lavanderia tucana tinha muito autismo: "Só digo como observadora de um defeito generalizado no PSDB. São transparentes demais e maldosos de menos"; "Parabenizo a campanha ética e compromissada com o povo brasileiro de José Serra, Xico Graziano e toda a equipe". Não é inacreditável? Os xenófobos, ainda cheios da adrenalina que a baixaria da campanha alimentou, chegaram logo: "Duas regiões de analfabetos e miseráveis elegeram uma guerrilheira como chefe das forças armadas!". Uma jovem, Mayara Petruso... não, não vou contar a história dela não, que não pretendo conspurcar meu bloguinho sujo. Vejam o nível deles aqui e aqui.
Que Serra não volte mais. Aquele "até logo" dele no patético e como sempre ególatra discurso da derrota me apavorou!
PS: Pessoal, a conta do Graziano tem esse fundo verde!
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Xenofobia explícita. E documentada
O blog HeartBeatz documenta tudo. Não defendo o controle da internet. Mas, real ou virtual, crime é crime. Assim como a pedofilia é crime hediondo, xenofobia é crime de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacionala (Lei 7.716/1989). Conclamação à violência então...
O mapa da votação no Rio
Clicue no mapa para entrar no Estadão e identificar os bairros!
Marco observa que é muito engraçada a visão do mapa de São Conrado, um lago vermelho em meio ao azul: Rocinha e São Conrado anulam o voto Fashion Mall, hahaha! Santa Teresa deu 64 a 35. Não está ruim, mas já foi melhor...
Marco observa que é muito engraçada a visão do mapa de São Conrado, um lago vermelho em meio ao azul: Rocinha e São Conrado anulam o voto Fashion Mall, hahaha! Santa Teresa deu 64 a 35. Não está ruim, mas já foi melhor...
O esgoto nesta segunda
Ah, perdão pelo palavrão, tá? É só hoje! Adoro chutar cachorro morto! (O brincalhão é Maurício Rocha)
Assinar:
Postagens (Atom)